quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

41 MILHÕES DE CRIANÇAS TÊM EXCESSO DE PESO E OBESIDADE INFANTIL - 2016 - Obesidade infantil duplica nos países pobres

De acordo com o Relatório da Comissão “ENDING CHILDHOOD OBESITY” da Organização Mundial de Saúde publicado no dia 26 de Janeiro, a Obesidade Infantil não é só um problema dos países ricos, em 2014 de um número estimado de 41 milhões de crianças menores de 5 anos que tinham excesso de peso ou sofriam de obesidade, 35 milhões (85%) viviam em países de renda média e de baixa. Em África o número de crianças com obesidade e excesso de peso quase duplicou desde 1990 passando d 5,4 milhões para 10,3 milhões. Nos países mais ricos a obesidade infantil e o excesso de peso afeta sobretudo as crianças dos grupos socioeconómicos mais desfavorecidos.

Entre os elementos que explicam o aumento da obesidade infantil destacam-se os determinantes sociais da saúde, através da exposição das crianças e adolescentes a ambientes que incentivam o ganho de peso e a obesidade. A globalização, o aumento dos espaços urbanos, influenciam a construção de ambientes obesogénicos: a política e fatores comerciais (acordos comerciais, fiscais e agrícolas), a disponibilidade de alimentos saudáveis, as infraestruturas e a criação de oportunidades para a atividade física, as normas sociais e culturais (o peso e a imagem corporal).

A oferta de alimentos pobres em nutrientes, processados, de elevada densidade energética, de bebidas açucaradas, reforçados pela política de campanhas promocionais de “size-up” contribuem para o aumento de ingestão calórica em muitas populações.

Para além destes elementos, vale a pena recordar que o aumento da obesidade infantil está também relacionada com fatores biológicos e epigenéticos, uma vez que a humanidade está ancestralmente preparada para viver em escassez, para poupar, qualidades que são reforçadas quando a alimentação na infância não é adequada.




Veja (aqui) o REPORT OF THE COMMISSION ON ENDING CHILDHOOD OBESITY

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

RECURSOS SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE - EMPREGO, TRABALHO E DESIGUALDADES EM SAÚDE

RECURSOS SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE - LIVROS



O livro “Empleo, trabajo y desigualdades en salud: una visión global” publicado em 2010 pela editorial ICARIA (aqui) , baseia-se no trabalho desenvolvido pela rede de investigadores da EMCONET para a Comissão dos Determinantes Sociais da Saúde da Organização Mundial de Saúde (aqui) e dá a conhecer uma visão abrangente de como as condições de emprego afetam as desigualdades em saúde dos trabalhadores em todo o mundo.

Principais Conteúdos:

- Um quadro conceptual para compreender as causas e consequências das condições de trabalho na saúde e qualidade de vida em diferentes contextos económicos e políticos.
- A classificação dos países de acordo com o seu mercado de trabalho.
- Um grande número de "estudos de caso", descrevendo situações muito diferentes do mercado de trabalho e de problemas de saúde dos trabalhadores.

- Uma análise da atual crise económica, mudanças institucionais e identificação de medidas para reduzir a desigualdade nas políticas de saúde.


sábado, 23 de janeiro de 2016

DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE - O QUE OS MÉDICOS PODEM FAZER

A Organização Mundial de Saúde (aqui) define os determinantes sociais da saúde como os fatores que impactam a saúde e o bem-estar: as circunstâncias em que nascemos, crescemos, vivemos, trabalhamos e envelhecemos.

Eles incluem:
·         O rendimento e a distribuição do rendimento;
·         O início da vida;
·         A educação;
·         A habitação;
·         A segurança alimentar;
·         O emprego e as condições de trabalho;
·         O desemprego e a segurança no trabalho;
·         A rede social;
·         A inclusão e a exclusão social;
·         Os serviços de saúde;




Estes fatores não são normalmente considerados como causas diretas de doença, mas antes têm sido descritos como as causas das causas da doença.
Assim, enquanto o tabagismo é causa próxima de doenças como a DPOC, a doença arterial coronária e o cancro do pulmão, é o social, incluindo os fatores ambientais e culturais, que determinam em grande parte se um individuo tem mais ou menos propensão para fumar, a forma como ele começou a fumar ou a probabilidade de êxito que tem para deixar de fumar.

A crescente preocupação com as determinantes sociais da saúde levou duas das mais importantes organizações mundiais de médicos, a Canadian Medical Association (aqui) e a British Medical Association (aqui) a tomarem posição sobre os determinantes sociais da saúde e adotarem declarações políticas dirigidas aos seus membros.

“ Physicians and the social determinants of health

Physicians see the impact of health inequities every day in their clinics and emergency departments, and are committed to pushing for action to address issues of health equity”


Canadian Medical Association (aqui)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

AS DESIGUALDADES TÊM AUMENTADO NOS NOS ÚLTIMOS 30 ANOS

De vez em quando a imprensa (aqui) dá-nos notícias das desigualdades, normalmente antes da Cimeira de Davos, organizada pelo World Economic Forum onde se reúne a elite mundial dos negócios. Este ano os principais jornais do mundo deram a conhecer o relatório da OXFAM, "WEALTH: HAVING IT ALL AND WANTING MORE" chamando a atenção dos seus leitores para esta "Era de Desigualdades", “Les 62 personnes les plus riches au monde possèdent autant que les 3,5 milliards les plus pauvres” titulava o “Le Monde”, ou “Wealth Inequality Rising Fast, Oxfam Says, Faulting Tax Havens” no "New York Times".


Mas raramente a imprensa internacional abre espaço para a discussão das suas causas. A este propósito vale a pena recordar que foi com as alterações económicas e sociais observadas mundialmente com a crise económica dos anos 70, e com o triunfo das receitas de Hayek e Friedman, implementadas por Margaret Thatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA) e Deng Xiaoping (China) seguindo a mesma ideologia "to be rich is to be glorious” nos anos 80 e mais tarde consolidadas no Consenso de Washington (aqui), dando origem a um mundo marcado pela globalização, pela liberalização dos mercados financeiros e dos fluxos internacionais do capital (controlo da inflação, credito barato, “financeirização”), com um aumento do poder das empresas e uma concentração do poder económico privado.

Neste novo mundo retratado por Branko Milanovic, “... they have failed to deliver a much happier society. Money, very unequally distributed, has fuelled corruption, allowed ostentatious living, trivialized concern with poverty of others through often fake rich-owned toy organizations that are ostensibly supposed to help the poor, reduced essential social services in which the idea of citizenship was embodied, like education and health. Western societies have become much richer, but, to use the famous Thatcher’s quip, they have become much less societies: they are often just collections of mutually competing individuals. China has become immensely richer than in 1978, but it is one of the few countries in the world where people are every year becoming less happy, according to World Values Survey. And the same neoliberal programs, applied in Russia, after nearly failing to destroy the country, have led to massive increases in mortality and destroyed any social bonds and replaced them with anomie and cynicism." (aqui)

Mais do que nunca justifica-se a epígrafe deste Blog:

“Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.”
 José Saramago

Por aqui continuaremos a desinquietar.




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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

FARMACÊUTICAS - LOBBY - DESIGUALDADES - RIQUEZA: TER TUDO E QUERER MAIS - OXFAM 2016

De acordo com o relatório da OXFAM publicado no dia 18-01-2016, "WEALTH: HAVING IT ALL AND WANTING MORE" (aqui) em 2013 os sectores farmacêutico e de cuidados de saúde gastaram mais de 487 milhões de dólares nas atividades de lobby no Estados Unidos da América do Norte (EUA), cerca de 15% do total dos 3.200 milhões de dólares que foram investidos em atividades de lobby em 2013 nos EUA e pelo menos 50 milhões de dólares na União Europeia.

Tomando como exemplo a crise desencadeada pelo Ébola, a OXFAM salienta que ao mesmo tempo que as empresas do sector farmacêutico e de cuidados de saúde gastavam milhões de dólares em lobby, ganhavam bilhões de dólares na África Ocidental (Guiné, Serra Leoa, Libéria) com a crise provocada pelo Ébola, permitindo que as empresas e os executivos ligados a elas tenham ganho bilhões na África Ocidental quando deflagrou a crise provocada pelo Ébola, colocando em perigo as vidas e os meios de subsistência de milhões de pessoas na Guiné, Serra Leoa e Libéria.

E, mesmo quando as referidas empresas respondem positivamente e doam meios financeiros para combater o Ébola, como foi o caso das empresas, GSK, Johnson and Johnson e Novartis reunidas no IFPMA num valor de cerca de 3 milhões de dólares, esta soma em nada se compara com aquela que as mesmas despenderam em lobby nos EUA em 2013, cerca de 18 milhões de dólares.

De acordo com os dados publicados pela OXFAM e no que se refere à crise do Ébola, o Banco Mundial estimava que em 2014 o custo económico da perda de produção para a Guiné, Libéria e Serra Leoa alcançasse 356 milhões de dólares, prevendo-se mais 815 milhões de perdas em 2015.

Valor ( 1.170 milhões de dólares americanos) que podia ser coberto por 3 vezes pelos ganhos obtidos pelo aumento da riqueza de 1 só milionário com interesses no sector farmacêutico em 2013 e 2014. De acordo com a Forbes, (aqui) Stefano Pessina (Walgreen Boots Alliance) aumentou o seu património 4.000 milhões de dólares, passando de 6.400 para 10.400 milhões de dólares num só ano.

sábado, 16 de janeiro de 2016

À CONVERSA COM ALBERTO PELLEGRINI FILHO - DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

Determinantes Sociais da Saúde à Conversa com:


Alberto Pellegrini Filho, Diretor do Centro de Estudos, Políticas e Informação em Determinantes Sociais da Saúde (Cepi-DSS) da Escola Nacional de Saúde Públlica - Fundação Osvaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil



sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

EUA - "SHORTER LIVES, POORER HEALTH"

O Estados Unidos da América do Norte (EUA) despendem mais dinheiro em cuidados de saúde do que qualquer outro país. No entanto os cidadãos norte-americanos morrem mais cedo e são mais doentes do que outros cidadãos de muitos outros países desenvolvidos. Embora a esperança média de vida tenha melhorado nos últimos 100 anos nos EUA, a sua posição relativa no mundo caiu ao longo da metade do século XX.

U.S. Health Care from a Global Perspective

Para conhecer melhor esta realidade o National Institutes of Health solicitou ao National Research Council e ao Institute of Medicine para estudar as possíveis causas para a esta situação. O relatório foi apresentado em 2013 com o título "  U.S. Health in International Perspective: Shorter Lives, Poorer Health." (Aqui)

Neste relatório os peritos encontraram 9 áreas em que a saúde dos americanos é pior do que a dos cidadãos dos países desenvolvidos com que foi comparado:

  • Mortalidade infantil e baixo peso à nascença;
  • Homicídios e acidentes;
  • Gravidez na adolescência e infeções sexualmente transmissíveis;
  • HIV e SIDA;
  • Mortes relacionadas com o consumo de drogas;
  • Diabetes e Obesidade;
  • Doença cardíaca;
  • Doenças respiratórias crónicas;
  • Incapacidades;




sábado, 9 de janeiro de 2016

COMUNIDADE LGBT - DESIGUALDADES EM SAÚDE

Em dia de entrega de Prémio Arco-íris pela Associação ILGA Portugal (Aqui), o editorial da revista Lancet de 09 de Janeiro " Meeting the unique health-care needs of LGBTQ people" (Aqui) realça a publicação do relatório do U.S. Department of Health and Human Services de 2015 sobre a saúde e o bem-estar das pessoas LGBT " LGBT Health and Well-being" (Aqui)onde se descrevem os principais avanços conseguidos em 2015, " Among those initiatives is a programme to deliver comprehensive HIV prevention and care services for gay, bisexual, and other men who have sex with men (MSM) of colour (launched by the CDC), together with more than US$2 million of grant funding for organisations working to meet the needs of young racial and ethnic minority MSM and young minority men with HIV or at high risk for HIV infections. Support for these specific programmes is urgently needed, with more new HIV infections being reported in young black MSM than in any other ethnic age group of MSM." e sublinha a confirmação, em Junho de 2015, pelo Supremo Tribunal dos Estados da América do Norte da igualdade de direitos no casamento por pessoas do mesmo sexo, como importantes contributos para combater as desigualdades sociais e em saúde das pessoas LGBT.

O Editorial do Lancet, mostra particular preocupação com as necessidades em saúde da população da comunidade LGBT (5 a 10% de qualquer população) e uma especial atenção para a saúde dos jovens LGBT sujeitos a sindemias (Aqui)(o modelo sindémico destaca a importância de fatores culturais e étnicos que se congregam numa determinada população, fazendo-as vulneráveis a determinadas condições ambientais que influenciam a saúde diretamente ou indiretamente), Neglecting the health of LGBTQ people can lead to life-long health disparities, which increases pressure on health-care systems, as a result, for example, of costs of HIV care or treatment for mental health issues."

O ano de 2016 será marcado, pelo fim da terapia de conversão para jovens LGBT nos EUA com base na investigação da Associação Americana de Psicologia e de especialistas em saúde comportamental. Desde o início de 2016 que as autoridades de saúde irão comunicar aos prestadores de cuidados de saúde que a terapia de conversão não é um tratamento adequado de saúde mental.

O Editorial do Lancet termina chamando a atenção para a ausência de direitos civis das pessoas LGBT em todo o mundo, apesar dos passos que foram dados, chamando a Organização Mundial de Saúde a liderar o movimento para acabar com as desigualdades em saúde e a discriminação das pessoas LGBT. (Aqui)


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

EM 2014 METADE DA RIQUEZA DO MUNDO ESTAVA NAS MÃOS DE 1% DA POPULAÇÃO

De acordo com o "Global Wealth Report 2015" publicado pelo Credit Suisse ( Aqui) a desigualdade global está a crescer, " Wealth inequality has continued to increase since 2008, with the top percentile of wealth holders now owning 50.4% of all household wealth.” Em 2014 metade da riqueza do mundo estava nas mãos de 1% da população. 




Este resultado confirma os dados apresentados por Thomas Piketty no "Capital no Século XXI" que apontavam para um crescimento da desigualdade desde a década de 70 contrariando a tendência dos anos 60 e anteriores.



De acordo com os dados apresentados para além de se ter comprovado uma maior concentração de riqueza nos 10% mais ricos e em particular nos 1% mais ricos, verificou-se uma diminuição da riqueza da classe média em detrimentos dos muito ricos.





quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

DESIGUALDADES EM SAÚDE - OS " COUNTY HEALTH RANKINGS"

Dar a todos uma oportunidade justa para ser saudável não significa necessariamente oferecer a todos os mesmos recursos para o ser. Significa sim, que se ofereça os recursos necessários e específicos para que as pessoas tenham um bom estado de saúde.


Por exemplo, consideremos três crianças de estaturas diferentes. Se oferecermos a todas um banco do mesmo tamanho para espreitarem por cima de um muro significaria que a criança mais pequena não teria a menor hipótese de olhar por cima do muro. Oferecendo a cada criança um banco adequado à sua estatura daríamos a todas as crianças uma oportunidade justa de olhar por cima do muro.



Os "County Health Rankings" são um projeto desenvolvido nos Estados Unidos da América pela Robert Wood Johnson Foundation e pelo University of Wisconsin Population Health Institute, tendo como objetivo apresentar um retrato de saúde a partir de diferentes determinantes e dados de resultados em saúde estabelecendo um sistema de comparação entre os diderentes condados de um Estado. (Aqui)







terça-feira, 5 de janeiro de 2016

AUMENTAR OS IMPOSTOS SOBRE O TABACO = SALVAR VIDAS

De  acordo com os dados publicados pela Organização Mundial de Saúde, no relatório " WHO REPORT ON THE GLOBAL TOBACCO EPIDEMIC, 2015 - RAISING TAXES ON TOBACCO" (Aqui), aumentar os impostos sobre o tabaco é a estratégia mais eficaz para reduzir o uso do tabaco. Eficácia reforçada quando está inserida numa estratégia mais abrangente para o controlo do tabaco.

Increase tobacco tax to save lives in China - WHO

De acordo com os estudos publicados (Aqui) um aumento de 10% no preço do tabaco promove a redução do seu consumo de tabaco entre a 2 a 5% (4% em média) nos países de renda alta e entre 2 a 8% (5% em média nos países de renda baixa e média. Esta redução é ainda mais relevante entre os jovens, atingindo-se reduções duas a três vezes maiores que entre os adultos.

Como o uso do tabaco está cada vez mais concentrado nas populações mais desfavorecidas (renda baixa) e é nestas que a estratégia de aumentar o preço do tabaco é mais eficaz fazendo diminuir o consumo de tabaco, os resultados obtidos demonstram um maior benefício para a saúde destas comunidades como revela um estudo desenvolvido na Tailândia pelo Banco de Desenvolvimento Asiático, que calcula uma redução de 60% na mortalidade por tabaco resultante de um aumento de 50% no preço do tabaco, concentrando-se estes benefícios no 1/3 mais pobre da população que pagaria apenas 6% do aumento de impostos. (Aqui)



segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

2,4 MILHÕES DE PORTUGUESES INCAPAZES DE MANTER AS SUAS CASAS AQUECIDAS - SAÚDE E POBREZA ENERGÉTICA

Em 2015, de acordo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado pelo INE, 1 em cada 4 pessoas (24%) vivia em Portugal em agregados familiares sem capacidade para manter a casa aquecida adequadamente. (Aqui

Estes 2,4 milhões de portugueses fazem parte dos 50 a 125 milhões de cidadãos da União Europeia que vivem em pobreza energética. (famílias que têm de consagrar mais de 10% dos seus rendimentos à eletricidade e ao aquecimento, definição da OMS), ficando expostos aos efeitos do frio sobre a saúde. (Aqui)



De acordo com a evidência publicada são os mais pobres e em particular os mais velhos (especialmente os que têm idade superior a 85 anos) que são os mais propensos a terem em simultâneo as casas mais frias e húmidas e a menor capacidades para as manterem aquecidas, gerando condições propícias ao agravamento da sua condição de saúde. (Aqui)

              EFEITOS DA TEMPERATURA SOBRE A SAÚDE 
Temperatura interior
Efeito
21  ̊ C
Temperatura recomendada no interior da habitação
18  ̊ C
Temperatura interior mínima sem risco para a saúde, embora se possa sentir frio.
Abaixo de 16  ̊ C
A resistência às doenças respiratórias pode estar diminuída
9 – 12  ̊ C
Aumento da pressão arterial e do risco cardiovascular
5  ̊ C
Risco elevado de hipotermia




Em Portugal esta situação atinge proporções de grande dimensão uma vez que para além de mais de 2,4 milhões portugueses viverem em pobreza energética, mais de um milhão e duzentos mil idosos vivem sós ou em companhia de outros idosos, cerca 20% dos idosos vivem sozinhos (400 964) e cerca de 40% vivem com outros idosos. Em 2014, 49% dos idosos tinham 75 e mais anos. (Aqui)