No passado
dia 10 de Agosto, foi publicado na revista International Journal of Epidemiology, um estudo da Universidade de Manchester “ Re-employment, job quality, health and allostatic load biomarkers: prospective evidence from the UK Household Longitudinal Study” que tinha como objetivo comparar a saúde das
pessoas que permaneceram desempregadas com aquelas que passaram a ter um
trabalho, e examinar os impactos para a saúde em deter um emprego de boa ou má
qualidade, uma vez que se sabe desde há muito: que o desemprego está associado
à falta de saúde; que são conhecidos os benefícios para a saúde da saída da
condição de desempregado e que um trabalho de qualidade pode trazer benefícios
para a saúde e para o bem-estar do indivíduo.
Para essa
finalidade os autores consideraram a definição da OCDE para um “trabalho de
qualidade” – Earnings quality, Labour market security, Quality of the working
environment, - (aqui) tendo examinado os bio marcadores relacionados com o stress crónico (HbA1c, triglicéridos, proteína
C reativa, fibrinogénio, DHEA-S, Clearance de Creatinina, Colesterol-HDL rácio,
pressão arterial sistólica, IMC, Índice alostático) (aqui).
No estudo
que envolveu mais de 1000 participantes desempregados entre os 35 e os 75 anos
durante os anos de 2009-2010, os autores encontraram um padrão claro de níveis
de stress crónico mais elevados nos desempregados que mudaram para empregos de
má qualidade, quando comparados com os que se mantiveram desempregados.
Em resumo,
os pesquisadores descobriram evidências de que os adultos anteriormente
desempregados que se mudaram para empregos de baixa qualidade tiveram riscos
elevados para uma série de problemas de saúde, em comparação com adultos que
permaneceram desempregados.
Estes resultados
contrariam a crença de que qualquer emprego, mesmo um trabalho de má qualidade,
está associado a uma melhoria do bem-estar e da saúde.
A qualidade
do emprego não pode ser desconsiderada do sucesso no emprego dos desempregados.
Assim como o trabalho de qualidade é bom para a saúde e para o bem-estar dos
trabalhadores, também devemos lembrar que o trabalho de má qualidade pode
prejudicar a saúde.
VER:
WHO - HEALTHY JOB (aqui)
6.º Inquérito Europeu sobre as Condições de Trabalho:2015 (aqui)
Employment, Work And Health Inequalities: A Global
Perspective (aqui)
OECD - Job Quality (aqui)