“Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.” Ensaio sobre a Cegueira – José Saramago
terça-feira, 25 de abril de 2017
segunda-feira, 24 de abril de 2017
A SAÚDE DOS PORTUGUESES ANTES DE ABRIL DE 1974
Fotografia de Alfredo Cunha - Hospital do Rego (Curry Cabral - 1973) |
43 Anos após o
25 Abril de 74, o Serviço Nacional Saúde constitui-se como um dos seus
principais legados e um instrumento fundamental para a redução das
desigualdades entre os portugueses e a maior vitória da sociedade portuguesa.
Que as novas gerações o saibam guardar e renovar para que continue a ser a
“joia da coroa” da democracia portuguesa.
sábado, 15 de abril de 2017
CHOCOLATE NA PÁSCOA - MAS LIVRE DE ESCRAVATURA
Ao longo do século XX o chocolate transformou-se num negócio
de bilhões de dólares. Em 2016 o negócio terá atingido 98.3 bilhões de dólares,
prevendo o “ Global Industrial Chocolate Market” (aqui) publicado no início de 2017 uma
taxa de crescimento anual de 3% para o período de 2017 a 2021.
Para alimentar a fabricação de chocolate, são produzidas
anualmente cerca de 3.5 milhões de toneladas de cacau, 75% das quais no
continente africano, a maior parte delas na Costa do Marfim (37%), no Gana
(19%), na Nigéria (15%) e nos Camarões (7%), produzido por 5
a 6 milhões de produtores de cacau em todo o mundo e processados a nível
mundial por quatro grandes multinacionais, a Barry Callebau, a Blommer
Chocolate, a Cargill e a CÉMOI Group.
De acordo com as organizações não-governamentais como a
“Slave Free Chocolate”, a Organização Internacional do Trabalho (aqui) ou a Universidade de Tulane
(EUA) cerca de 2 milhões de crianças correm o risco de serem
escravizadas na Costa do Marfim e no Gana, ao mesmo tempo que os pequenos
produtores de cacau estão presos a profundos ciclos de pobreza, ganhando cerca
de 0.24 a 0.48 euros por dia. Apesar de existirem leis internacionais que proíbem o
trabalho escravo e o trabalho escravo infantil e dos maiores produtores de
chocolate terem acordado em 2001 estabelecer um protocolo (Harkin-Engel) para
acabarem até 2005 com a utilização de cacau proveniente de explorações que
utilizassem trabalho escravo e trabalho escravo infantil, a situação mantém-se.
Num mercado dominado pela Mars, pela Mondeléz, pela Ferrero, pela
Meiji e pela Nestlé (aqui), em 2002 o jornalista holandês Teun Van Keuken durante um
trabalho de investigação sobre o trabalho escravo na produção de cacau e tendo
verificado que nenhum dos grandes produtores internacionais estavam a aplicar
Protocolo Harkin-Engel e a respeitar os acordos celebrados em 2001 que tinha
como objetivo a eliminação do trabalho escravo em 2005, decidiu tomar uma
decisão desconcertante, processar-se a si próprio por cumplicidade com a
escravatura, fato importante num país onde o cacau e o chocolate desempenham um
papel fulcral na sociedade holandesa desde que no século XIX os holandeses
descobriram o processo de separação da manteiga de cacau a partir do grão de
cacau tornando Amesterdão no maior porto do mundo no comércio de cacau e aquele
país no maior importador mundial de cacau e no 2.º maior da indústria de
processamento de cacau.
Teun (Toni) comeu algumas tabletes de chocolate e de seguida entregou-se às
autoridades como cúmplice de crime de escravatura, mas o Ministério Público holandês
não o iria processar. Toni não desistiu e foi à procura de testemunhas vítimas do consumo de chocolate, encontrou
4 meninos que trabalharam como escravos numa fazenda de cacau na Costa do
Marfim e se dispuseram a testemunhar contra si e outros 2.136 consumidores de
chocolate que entretanto se tinham juntado a Toni no seu processo. Em 29 de
novembro de 2005, quando ainda aguardava a decisão do juiz, Toni decidiu dar o
exemplo e fazer 5.000 tabletes de chocolate de Comércio Justo, tinha nascido a Tony´s
Chocolonely (aqui).
Hoje a Tony´s Chocolonely tem 5% da quota de mercado na Holanda, expandiu a sua atividade para os Estados
Unidos e está entre as marcas de chocolate que praticam comércio justo (aqui).
segunda-feira, 10 de abril de 2017
OCDE " HEALTH POLICY IN YOUR COUNTRY" PORTUGAL" - 2016
De
acordo com a série " Health policy in Portugal" da OCDE, Portugal
deve dar uma atenção particular:
· Às desigualdades no acesso aos cuidados
de saúde e à eliminação das barreiras no acesso aos grupos de nível socioeconómico
mais baixo;
· À despesa total dedicada às
atividades de prevenção (1.8%), quase metade do gasto médio de 27 países da
OCDE (2.8%);
· Aos gastos com a Rede Nacional de
Cuidados Continuados, continuando o esforço de alargar as respostas da Rede e
alocação de mais recursos financeiros para esta área.
sexta-feira, 7 de abril de 2017
7 ABRIL DE 2017 - DIA MUNDIAL DA SAÚDE
7 abril de 2017 - Dia Mundial da Saúde
Depressão - vamos falar
sábado, 1 de abril de 2017
DEPRESSÃO:VAMOS FALAR - 7 ABRIL 2017 - DIA MUNDIAL DA SAÚDE - DEPRESSION: LET´S TALK
Depressão.
Vamos falar! - Depression:
Let’s talk
A
Depressão é uma doença frequente em todo o mundo, a Organização
Mundial de Saúde calcula que afete em todo o mundo mais de 300
milhões de pessoas (aqui). Em Portugal e de acordo com os dados do 1º
Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental (1º EENSM) ,
integrado no World Mental Health Survey Initiative, da OMS e da
Harvard University, a prevalência anual de perturbações
depressivas atinge 9.7% na população com mais de 18 anos e de 16.7%
de prevalência devida (lifetime prevalence)(aqui) (aqui).
A
Depressão pode tornár-se num problema de saúde sério, em
particular quando dura muito tempo e tem uma intensidade moderada a
grave. Causa grande sofrimento, altera as atividades laborais,
familiares e escolares, levando a períodos de incapacidade. Pode no
pior dos casos levar ao suicídio, que seguundo a OMS é 2.ª causa
de morte no grupo etário entre os 15 e os 29 anos.
Apesar
de existirem tratamentos eficazes para a depressão mais de metade
das pessoas afetadas em todo o mundo não recebe qualquer tratamento.
Entre os principais obstáculos para que isso possa acontecer,
encontram-se a falta de recursos profissionais ou de profissionais
capacitados, a estigmatização dos problemas de saúde mental e uma
avaliação clínica errada.
O
crescente aumento da depressão e de outros problemas de saúde
mental no mundo, motivou a Assembleia Mundial de Saúde a adoptar em
maio de 2013, uma resolução que advoga uma resposta integral e
coordenada sobre os problemas de saúde mental (aqui). O relatório “
Social determinats of mental health” da autoria da Organização
Mundial de Saúde e da Fundação Caloust Gulbenkian publicado em
2014 (aqui)chama à atenção para que muitos problemas de saúde mental
estão fortemente associados às desigualdades sociais,
particularmente entre os subgrupos populacionais mais afetados, pela
discriminação pela pobreza e pela falta de coesão social.
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