No dia 21 de Março, o Center on Society and Health at Virginia Commonwealth University e a Graduate School of Public Health at the Universityof Pittsburgh, apresentaram o estudo “WHY ARE DEATH RATES RISING IN VIRGINIA’S
WHITE POPULATION? The Role of Stress-Related Conditions” (aqui) realizado com
o objetivo de conhecer as causas para o crescimento da mortalidade entre a
população branca da Virgínia.
Apesar da
população branca apresentar uma mortalidade inferior a outros grupos nos
Estados Unidos (negros, nativos americanos e alguns grupos asiáticos) vários
estudos publicados nos últimos anos têm demonstrado que a mortalidade têm vindo
a crescer entre a população branca de meia-idade. (aqui)(aqui)(aqui)
No estudo
agora publicado os autores encontraram um crescimento da taxa de mortalidade
entre a população branca dos 25 e os 54 anos. Sendo mais de metade (55%) das
mortes devidas a overdoses por drogas, a suicídios e a doenças hepáticas
relacionadas com o álcool.
Os autores
criaram um indicador composto, a que chamaram “condições relacionadas com o
stress” relacionado quatro causas de mortes: overdoses por drogas, intoxicações
alcoólicas, suicídios e doenças do fígado relacionadas com álcool.
Na Virgínia
este indicador aumentou 83% na população branca dos 25 e os 54 anos entre 1995
e 2014, um excesso de 2.300 mortes, 2/3 das quais causadas por overdoses de
drogas. Este valor cresceu sobretudo entre os jovens adultos (25-34 anos), com
um aumento de 419% para as overdoses por drogas (1995 a 2014) e de 39% para a
taxa de suicídio a partir de 2000.
O crescimento
do indicador “condições relacionadas com o stress” entre os brancos com idades
compreendidas entre os 25-54 anos ocorreu nas áreas rurais e nos territórios de
baixa densidade, nos lugares com menor diversidade, nas comunidades que tinham
menos anos de escolaridade, menor rendimento familiar, maiores desigualdades de
rendimento, maior pobreza infantil, menor cobertura de saúde e escassez de
profissionais de saúde. Três fatores regionais apresentaram um elevado
coeficiente de correlação: ruralidade, % de adultos sem licenciatura e escassez
de profissionais de saúde mental. Nas localidades com aumentos significativos
do indicador “condições relacionadas com o stress”, este incremento estava
correlacionado com o crescimento do desemprego.
Os autores concluem
que o aumento do indicador “condições relacionadas com o stress” na população
branca da Virgínia pode ser uma resposta direta ao stress económico. Apesar de
considerarem a complexidade do fenómeno, os investigadores concluem que as
gerações mais novas têm sérias dificuldades em enfrentar as dificuldades atuais
resultantes da instabilidade económica e social.
“One theory is that this age group is experiencing
life conditions that differ starkly from past expectations and may lack the
resilience to endure the cumulative stress that comes with prolonged social and
economic hardships. During the two decades this report studied (1995–2014),
young and middle-class whites—the age group examined here—experienced economic
and social instability unlike that of their parents and grandparents. In the
post-World War II generation, loyal workers could often count on a job for life,
with health insurance, a pension, and other benefits—and earnings were
generally stable enough to finance a home, put children through college, and
plan for retirement. Middleclass white households were largely protected from
the social disadvantage and economic insecurity that are common today, and that
people of color have experienced for generations.
Frustration and hopelessness over these conditions
would be expected to increase anxiety and depression. Over time, chronic
stress, despair, and the pain they produce can induce harmful coping behaviors.
Some people turn to food, resulting in over-eating and the consumption of
calorie-dense fast foods. Some people cope with stress by smoking, which
increases the risk of tobacco-related diseases (e.g., emphysema). Some people
are overcome by anxiety or depression; feelings of hopelessness can lead
desperate individuals to commit suicide. Some people self-medicate with alcohol
or drugs to relieve their psychic pain. And some people act out in violence,
causing injury to others. It is a
mistake to focus on (or blame) the behaviors that individuals adopt to cope
with these stresses and ignore the policies and living conditions in
communities that fuel these behaviors.”