sábado, 5 de janeiro de 2019

DESIGUALDADES EM SAÚDE AFETAM O EMPREGO E A PRODUTIVIDADE - O CASO DA NORTHERN POWERHOUSE


No passado dia 20 de novembro de 2018, um consórcio das principais universidades e hospitais do norte de Inglaterra, o Northern Health Science Alliance (NHSA) publicou o relatório “Health for Wealth: Building a Healthier Northern Powerhouse for UK Productivity” com o objetivo de estudar a relação entre o estado de saúde da população e a produtividade, uma vez que é conhecida a lacuna entre os indicadores de saúde e de produtividade encontrados no Norte e no resto da Inglaterra, sempre desfavoráveis ao território do norte de Inglaterra afetado pela crise económica e social e alvo de um programa de intervenção do governo brtãnico desde 2010 denominado de North Powerhouse.

O trabalho produzido pelas Universidades de Newcastle, Manchester, Lancaster, York, Liverpool e Sheffield encontrou desigualdades regionais profundas e persistentes entre a população do Norte e do Sul de Inglaterra. Verificando-se uma diferença de dois anos na esperança de vida à nascença entre o Norte e o resto da Inglaterra e uma mortalidade prematura de cerca de 20% em todos os grupos etários nas populações do Norte de Inglaterra. O que significa que mais de 1.5 milhões de pessoas do norte de Inglaterra morreram prematuramente quando comparadas com o restante país.

No que se refere à produtividade, o relatório depois de analisar as relações entre as desigualdades em saúde, a produtividade, e as suas repercussões sobre o National Health Service (NHS) (Serviço Nacional de Saúde) o Serviço Nacional de Saúde conclui que a saúde é importante para a produtividade aportando novos conhecimentos, uma vez que até agora a baixa produtividade do Norte de Inglaterra tinha vindo a ser explicado apenas pelas competências e pelas capacidades da força de trabalho, pela tecnologia, pelo investimento ou pela conectividade (o que sugnifica estar constantemente conectado com os outros e com vastas fontes de informação)

A saúde é agora apontada como importante para a produtividade uma vez que uma melhoria dos indicadores de saúde permitiriam a redução das lacunas entre o Norte e o resto de Inglaterra em cerca de 30% gerando um adicional de £ 13,2 bilhões (14.73 bilhões euros) de valor acrescentado bruto ao Reino Unido e reduziria o número de pessoas em idade ativa com limitações para o trabalho em 10%.

O aumento da proporção de pessoas com boa saúde no Norte de Inglaterra em 3.5% reduziria o défice de emprego entre Norte e o resto de Inglaterra em 10%, colaborando ainda para um aumento salarial. Contrariando a situação atual em que 39% da população trabalhadora do norte pode perder o trabalho por se encontrar doente, ou ver o seu vencimento ser reduzido em cerca de 66% se voltarem ao trabalho, e uma diminuição de 0.7% no indicador mortalidade geral a par de uma redução de 1.2% nos indicadores de doença crónica permitiria uma redução de 10% valor acrescentado bruto na lacuna encontrada entre o norte e o resto da Inglaterra.

No que se refere ao National Health Service – NHS (Serviço Nacional de Saúde), o relatório conclui que um aumento de 10% no orçamento dedicado ao NHS diminuiria em 10% a incapacidade para o trabalho em cerca de 3%.
Relatório completo (aqui)



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