De acordo
com os dados recolhidos pelo Observatório da Morte, entidade criada em 2017
pelo Parlamento da Catalunha (aqui) no âmbito do Observatório do Sistema de Saúde da
Catalunha as desigualdades sociais persistem até ao último momento de vida. As
inequidades socioeconómicas e as desigualdades de género condicionam não só
quando se morre, mas também como e onde falece uma pessoa.
Criado em
2017 por decisão do Parlamento da Catalunha o Observatório da Morte tem como objetivo
analisar as circunstâncias em que ocorrem os óbitos da população da Catalunha
de forma a fazer propostas que visem melhorar os cuidados às pessoas em fim de
vida e a garantir uma morte digna (aqui).
Assim e de acordo com os dados apresentados publicamente
pela direção do Observatório do Sistema de Saúde para além das conhecidas
desigualdades de género na esperança média de vida, uma vez que as mulheres tem
uma maior esperança de vida à nascença e no número de anos vividos com saúde,
uma vez que os homens vivem menos anos, mas esse anos são vividos com mais
saúde. (aqui)
Regista-se também uma diferença entre géneros no que se refere ao local
da morte, falecendo mais os homens em casa e as mulheres em unidades residenciais
para idosos, vulgo Lares, uma vez que as mulheres ao viverem mais anos acabam
por terem menos cuidadores e sofrerem mais de demências, situação que implica
maior dependência no fim da vida. (aqui)
Também no
que se refere às desigualdades sociais verificaram-se diferenças significativas
entre os grupos mais favorecidos e menos favorecidos, uma vez que as pessoas
mais pobres morrem sobretudo nos Hospitais e as pessoas mais ricas morrem nas
suas casas, diferenças que os autores não foram capazes de atribuir a uma causa
específica. Colocando como possibilidades a estudar: a capacidade das pessoas
mais favorecidas poderem pagar mais cuidados no domicílio ou a sua capacidade
para reivindicar mais cuidados domiciliários aos serviços públicos de saúde.(aqui)
Com o
objetivo de reduzir as mortes nos Hospitais e também a ajudar a reduzir as
desigualdades em saúde verificadas, o Observatório defende a melhoria dos
cuidados paliativos quer na sua extensão quer na diminuição da
imprevisibilidade dos eventos no final da vida, melhorando o planeamento dos
cuidados de modo a que nos últimos dias de vida só ocorram aos serviços de
urgência dos Hospitais as situações imprevisíveis, podendo as outras situações
serem encaminhas para unidades de internamento em cuidados paliativos se de todo
não for possível manter as pessoas nas suas casas ou se as próprias ou as suas
famílias ou cuidadores não o desejarem.
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