domingo, 8 de dezembro de 2019

AS DESIGUALDADES SOCIOECONÓMICAS E DE GÉNERO CONDICIONAM O FINAL DA VIDA, OS RICOS MORREM EM CASA OS POBRES NO HOSPITAL

De acordo com os dados recolhidos pelo Observatório da Morte, entidade criada em 2017 pelo Parlamento da Catalunha (aqui) no âmbito do Observatório do Sistema de Saúde da Catalunha as desigualdades sociais persistem até ao último momento de vida. As inequidades socioeconómicas e as desigualdades de género condicionam não só quando se morre, mas também como e onde falece uma pessoa.

Criado em 2017 por decisão do Parlamento da Catalunha o Observatório da Morte tem como objetivo analisar as circunstâncias em que ocorrem os óbitos da população da Catalunha de forma a fazer propostas que visem melhorar os cuidados às pessoas em fim de vida e a garantir uma morte digna (aqui). 

Assim e de acordo com os dados apresentados publicamente pela direção do Observatório do Sistema de Saúde para além das conhecidas desigualdades de género na esperança média de vida, uma vez que as mulheres tem uma maior esperança de vida à nascença e no número de anos vividos com saúde, uma vez que os homens vivem menos anos, mas esse anos são vividos com mais saúde. (aqui)

Regista-se também uma diferença entre géneros no que se refere ao local da morte, falecendo mais os homens em casa e as mulheres em unidades residenciais para idosos, vulgo Lares, uma vez que as mulheres ao viverem mais anos acabam por terem menos cuidadores e sofrerem mais de demências, situação que implica maior dependência no fim da vida. (aqui)

Também no que se refere às desigualdades sociais verificaram-se diferenças significativas entre os grupos mais favorecidos e menos favorecidos, uma vez que as pessoas mais pobres morrem sobretudo nos Hospitais e as pessoas mais ricas morrem nas suas casas, diferenças que os autores não foram capazes de atribuir a uma causa específica. Colocando como possibilidades a estudar: a capacidade das pessoas mais favorecidas poderem pagar mais cuidados no domicílio ou a sua capacidade para reivindicar mais cuidados domiciliários aos serviços públicos de saúde.(aqui)

Com o objetivo de reduzir as mortes nos Hospitais e também a ajudar a reduzir as desigualdades em saúde verificadas, o Observatório defende a melhoria dos cuidados paliativos quer na sua extensão quer na diminuição da imprevisibilidade dos eventos no final da vida, melhorando o planeamento dos cuidados de modo a que nos últimos dias de vida só ocorram aos serviços de urgência dos Hospitais as situações imprevisíveis, podendo as outras situações serem encaminhas para unidades de internamento em cuidados paliativos se de todo não for possível manter as pessoas nas suas casas ou se as próprias ou as suas famílias ou cuidadores não o desejarem.

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