A revista
Lancet publicou no passado dia 20 de julho o estudo “Burden of disease in
Brazil, 1990–2016: a systematic subnational
analysis for the Global Burden of Disease Study 2016” (aqui),
onde os autores analisaram os resultados do Global Burden Disease (GBD) 2016
referentes ao Brasil, aos seus 23 estados e ao distrito federal, nos seguintes indicadores:
a esperança de vida ao nascer (life expectancy at birth - LE), a esperança de
vida saudável (healthy life expectancy – HALE), os anos de vida perdidos por
morte prematura (years of life lost – YLLs), os anos de vida ajustados à
incapacidade (disability-adjusted life-years DALY´s) e os anos vividos com
incapacidade (years lived with disability - YLD).
O estudo
apresenta como principais conclusões uma melhoria da saúde da população do
Brasil nos últimos 26 anos (1990- 2016), período em que se verificou uma
expansão do sistema de saúde, um crescimento da economia e a introdução de
políticas públicas focadas na promoção da saúde, na prevenção e nos fatores de
risco “saúde-doença”, a par do envelhecimento da população e da alteração do
padrão da mortalidade-morbilidade com o aumento da prevalência das Doenças
Crónicas.(aqui)
A nível
nacional, a esperança de vida à nascença aumentou de 68.4 anos em 1990 para 75.2
anos em 2016, a esperança de vida saudável aumentou de 59.8 anos para 65.5 anos
enquanto os anos de vida ajustados à incapacidade (disability-adjusted
life-years DALY´s) por todas as causas diminuíram em 30.2%.
Em 2016, a doença
cardíaca isquémica foi a principal causa de anos de vida perdidos por morte
prematura (years of life lost – YLLs), seguidos de violência interpessoal.
No que se
refere à violência interpessoal os autores chamam à atenção para relação conhecida
entre a morte por homicídio por arma de fogo, o tráfico de drogas e de armas
ilegais e o consumo de álcool e drogas.
O GBD é o
estudo de observação epidemiológica mais abrangente do mundo até esta data.
Descreve a mortalidade e a morbilidade por doenças graves, lesões e fatores de
risco para a saúde nos níveis global, nacional e regional. Produz estimativas
por causas, idade, sexo e país desde 1990, examina tendências e faz comparações
entre as populações, mede as características do sistema de saúde, a exposição a
fatores de risco, e a mortalidade e morbilidade atribuíveis a esses riscos (aqui).
Nas
conclusões os autores chamam à atenção para os desafios que o Brasil enfrenta
de forma a atingir os objetivos para a Saúde na Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável (aqui), face à atual situação de recessão e empobrecimento
que o Brasil vive na atualidade.(aqui)
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