quarta-feira, 6 de março de 2019

2019 - EM ITÁLIA VIVE-SE MENOS NO SUL QUE NO NORTE E EM TODA A ITÁLIA OS HOMENS QUE ESTUDARAM MENOS MORREM 3 ANOS MAIS CEDO. Atlas italiano das desigualdades de mortalidade por nível de educação


No passado dia 27 de fevereiro foi apresentado em Roma, pelo professor Michael Marmot o “ATLAS ITALIANO DAS DESIGUALDADES DE MORTALIDADE POR NÍVEL DE EDUCAÇÃO” na presença da ministra da saúde de Itália, Giulia Grillo.

O primeiro "Atlas italiano das desigualdades de mortalidade por nível de educação" foi produzido pelo Instituto Nacional para a Promoção da Saúde dos Migrantes e ao Combate das Doenças da Pobreza (aqui) e pelo Instituto nacional de Estatística (aqui) tendo como objetivos avaliar: as diferenças geográficas e socioeconómicas na mortalidade e na esperança de vida à nascença e a proporção de mortalidade na população atribuível a um nível médio-baixo de escolaridade através da utilização de mapas e indicadores, através de um estudo longitudinal da população recenseada no Censo italiano de 2011.

O estudo utilizou uma base de dados do Instituto Nacional de Estatística Italiano desenvolvida através da ligação do Censo 2011 ao Registo Nacional Italiano de Causas de Morte (2012-2014) para 35 grupos de causas de morte, cruzando-os com a idade, sexo, residência e nível de escolaridade. A esperança de vida à nascença foi calculada por sexo, região e nível de escolaridade, para a população dos 30 aos 89 anos, por sexo, foram criados mapas geográficos por causa de morte, anos de vida perdidos, distribuídas por quintis utilizando a razão de mortalidade padronizada para a idade e nível de escolaridade. (aqui)

Os principais resultados mostram que na Itália, as desigualdades sociais estão presentes em todas as regiões e dentro das próprias regiões. No que se refere à esperança de vida à nascença existe uma desvantagem clara entre as regiões do norte e do sul, independente do nível de escolaridade, desfavoráveis num 1 ano às populações do sul, atingindo na Campânia uma desvantagem de dois anos em comparação com as regiões do centro e do norte, tanto para os homens e para as mulheres.



Mas se tivermos em conta a escolaridade, os resultados mostram que as pessoas com baixa qualificação educacional apresentam uma probabilidade de morte prematura de 35% para os homens e 24% para as mulheres. A parcela de mortalidade atribuível às condições socioeconómicas e de vida associadas ao baixo nível de escolaridade é de 18% para os homens e de 13% para as mulheres.

Finalmente e no que se refere às principais causas de morte, as diferenças geográficas são maiores para as doenças cardiovasculares, para as respiratórias e para os acidentes, e menores para o cancro. O estudo mostrou pela primeira vez em Itália que existe um gradiente de mortalidade Este-Oeste com maior mortalidade no Noroeste, na costa sul do Tirreno por todas as causas, em especial para as doenças cerebrovasculares e tumores como um todo.


No caso da mortalidade por doenças cardiovasculares existe uma diferença clara entre as populações do norte e do sul da Itália, desfavorável às populações das regiões mais pobres do sul, onde em algumas áreas geográficas a mortalidade das pessoas com maior nível de escolaridade é maior do que a dos residentes no norte da Itália com baixo nível de escolaridade. Em contraste e no que se refere à mortalidade por cancro, a mortalidade cresce de sul para norte não apresentando contudo diferenças tão significativas.



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