No passado
dia 27 de fevereiro foi apresentado em Roma, pelo professor Michael Marmot o “ATLAS ITALIANO DAS DESIGUALDADES DE MORTALIDADE POR NÍVEL DE EDUCAÇÃO” na presença da
ministra da saúde de Itália, Giulia Grillo.
O primeiro
"Atlas italiano das desigualdades de mortalidade por nível de educação"
foi produzido pelo Instituto Nacional para a Promoção da Saúde dos Migrantes e
ao Combate das Doenças da Pobreza (aqui) e pelo Instituto nacional de Estatística (aqui) tendo como objetivos avaliar: as diferenças geográficas e socioeconómicas na
mortalidade e na esperança de vida à nascença e a proporção de mortalidade na
população atribuível a um nível médio-baixo de escolaridade através da utilização
de mapas e indicadores, através de um estudo longitudinal da população
recenseada no Censo italiano de 2011.
O estudo
utilizou uma base de dados do Instituto Nacional de Estatística Italiano desenvolvida através da ligação do Censo 2011 ao Registo Nacional Italiano de
Causas de Morte (2012-2014) para 35 grupos de causas de morte, cruzando-os com
a idade, sexo, residência e nível de escolaridade. A esperança de vida à
nascença foi calculada por sexo, região e nível de escolaridade, para a
população dos 30 aos 89 anos, por sexo, foram criados mapas geográficos por
causa de morte, anos de vida perdidos, distribuídas por quintis utilizando a
razão de mortalidade padronizada para a idade e nível de escolaridade. (aqui)
Os
principais resultados mostram que na Itália, as desigualdades sociais estão
presentes em todas as regiões e dentro das próprias regiões. No que se refere à
esperança de vida à nascença existe uma desvantagem clara entre as regiões do
norte e do sul, independente do nível de escolaridade, desfavoráveis num 1 ano
às populações do sul, atingindo na Campânia uma desvantagem de dois anos em
comparação com as regiões do centro e do norte, tanto para os homens e para as
mulheres.
Mas se tivermos
em conta a escolaridade, os resultados mostram que as pessoas com baixa
qualificação educacional apresentam uma probabilidade de morte prematura de 35%
para os homens e 24% para as mulheres. A parcela de mortalidade atribuível às
condições socioeconómicas e de vida associadas ao baixo nível de escolaridade é
de 18% para os homens e de 13% para as mulheres.
Finalmente e
no que se refere às principais causas de morte, as diferenças geográficas são maiores
para as doenças cardiovasculares, para as respiratórias e para os acidentes, e
menores para o cancro. O estudo mostrou pela primeira vez em Itália que existe
um gradiente de mortalidade Este-Oeste com maior mortalidade no Noroeste, na
costa sul do Tirreno por todas as causas, em especial para as doenças
cerebrovasculares e tumores como um todo.
No caso da
mortalidade por doenças cardiovasculares existe uma diferença clara entre as populações
do norte e do sul da Itália, desfavorável às populações das regiões mais pobres
do sul, onde em algumas áreas geográficas a mortalidade das pessoas com maior
nível de escolaridade é maior do que a dos residentes no norte da Itália com
baixo nível de escolaridade. Em contraste e no que se refere à mortalidade por
cancro, a mortalidade cresce de sul para norte não apresentando contudo
diferenças tão significativas.
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