De acordo
com o estudo “Future life expectancy in 35 industrialised countries:
projections with a Bayesian model ensemble” publicado na edição online first de
21 de Fevereiro da Revista Lancet (aqui), a esperança de vida à nascença aumentará na
maioria dos países industrializados em 2030 e ultrapassará os 90 anos na Coreia
do Sul.
O estudo
liderado por investigadores do Imperial College de Londres em colaboração com a
Organização Mundial de Saúde analisou dados sobre a mortalidade e a longevidade
ente 1960 e 2013, com o objetivo de prever as mudanças na esperança de vida à
nascença até 2030 em 35 países industrializados, envolvendo quer países
altamente industrializados como os Estados Unidos (EUA), o Canadá, o Reino
Unido, a Alemanha ou Austrália, como economias emergentes como a Polónia, o
México ou a República Checa.
De acordo
com os resultados publicados os sul-coreanos terão a maior expetativa de vida à
nascença em 2030, apresentando uma esperança de vida à nascença de 90.8 anos
para as mulheres e 84.1 anos para os homens. Os investigadores também
calcularam quanto tempo uma pessoa de 65 anos pode esperar viver em 2030,
revelando também neste indicador a supremacia da Coreia do Sul, onde uma mulher
aos 65 anos esperará viver mais 27.5 anos.
No que se
refere à Europa, são as mulheres francesas e os homens suíços que apresentam as
maiores esperanças de vida à nascença em 2030, respetivamente 88.6 anos e quase
84 anos.
No que se
refere a Portugal, a esperança de vida à nascença em 2030 será de 87.52 para as
mulheres, o 7.º lugar entre os 35 países industrializados e o 4.º entre os
países europeus e de 81.69 para os homens, o 18.º lugar entre os 35 países
(22.º lugar em 2010).
O estudo
também revelou que é provável que os EUA tenham a menor expectativa de vida ao
nascer em 2030 entre os países os 35 países industrializados. A esperança de
vida à nascença em 2030 será para os homens norte-americanos de 78.5 anos e de
83.3 anos para as mulheres, semelhante aos encontrados para a República Checa
(homens) e para a Croácia e o México (mulheres).
Os investigadores chamaram ainda à atenção para o fato
dos EUA se encontrarem entre os países com uma performance pobre e mostrarem “
… the highest child and maternal mortality, homicide rate, and body-mass index of any high-income country, and was the first of high-income countries to experience a halt or possibly reversal of increase in height in adulthood, which is associated with higher longevity. The USA is also the only country in the OECD without universal health coverage, and has the largest share of unmet health-care needs due to financial costs. Not only does the USA have high and rising health inequalities, but also life expectancy has stagnated or even declined in some population subgroups. Therefore, the poor recent and projected US performance is at least partly due to high and inequitable mortality from chronic diseases and violence,and insufficient and inequitable health care.”
Num comentário à BBC o professor Majid Ezzati
investigador chefe do Imperial College e líder do estudo (aqui)afirmou “The fact that we will continue to live longer means
we need to think about strengthening the health and social care systems to
support an ageing population with multiple health needs. This is the opposite
of what is being done in the era of austerity. We also need to think about
whether current pension systems will support us, or if we need to consider
working into later life.”
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