No passado
dia 17 de maio foi apresentado no Porto, durante o ECO2017, o 24.º Congresso
Europeu sobre a Obesidade (aqui), o relatório da Organização Mundial de Saúde da
região europeia “Adolescent obesity and related behaviours: trends and
inequalities in the WHO European Region, 2002-2014”, que compara 27 países e
regiões da região europeia da OMS. (aqui)
De acordo
com a investigação agora publicada um em cada três adolescentes tem excesso de
peso ou obesidade, apresentando as regiões do Sul da Europa e do Mediterrâneo as
taxas mais elevadas, e, estando a epidemia a aumentar nos países da Europa Oriental.
A obesidade
infantil considerada como um dos mais sérios desafios de saúde pública do
século XXI integra um das metas para os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas (aqui), uma vez que as crianças obesas
estão em maior risco de diabetes tipo 2, asma, alterações do sono, problemas
músculo-esqueléticos e doenças cardiovasculares, para além de dificuldades na
integração social.
De acordo
com o Diretor do Programa de Nutrição, Atividade Física e Obesidade da OMS para
a Europa, João Breda, "a maioria dos jovens não superará a obesidade:
cerca de quatro em cada cinco adolescentes que se tornam obesos continuarão a
ter problemas de peso como adultos. Como tal, eles carregam o risco da doença,
o estigma e a discriminação. Além disso, a natureza crónica da obesidade limita
a mobilidade social e ajuda a sustentar um ciclo intergeracional negativo de
pobreza e de doença” (aqui)
O documento
destaca as persistentes desigualdades socioeconómicas associadas à atividade
física e às escolhas alimentares, fazendo com que as crianças e os jovens que
vivem em famílias de baixos rendimentos sejam mais propensos a ser obesos.
De acordo
com os dados publicados no HBSC de 2014 (aqui) 27% de toda a obesidade é atribuída às
diferenças socioeconómicas, tendo aumentado 9% desde 2002 (18%). No atual
documento da OMS Europa, no seu capítulo 6 dedicado às diferenças
socioeconómicas, o relatório cita vários estudos publicados, na Noruega, na
França, Eslováquia e Reino Unido, afirmando que as famílias menos abastadas
estão mais vulneráveis à insegurança alimentar, tem menos acesso a alimentos
mais nutritivo, vivendo em áreas urbanas degradadas com falta de espaços verdes
e desportivos e com maiores concentrações de lojas de conveniência e de “fast-food”.
“Research has found that less affluent families are
more vulnerable to food insecurity and have relatively poorer access to
nutritious foods. Adolescents from lower socioeconomic backgrounds are also
more likely to reside and attend schools in deprived neighborhoods that have higher
concentrations of fast-food restaurants and convenience stores, fewer sports
facilities and less accessible green space. Social stratifications in these
material and environmental risk factors for obesity go a long way to explaining
why disadvantaged young people have less access to fruit and vegetables and
poorer aerobic fitness”.
Terminando
por afirmar que os efeitos combinados do ambiente urbano e social explicam porque
20 a 40% de toda a obesidade pode ser atribuída a fatores socioeconómicos.
“Adolescent obesity and related behaviours: trends and inequalities in the WHO European Region, 2002-2014” (aqui)
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