sábado, 27 de maio de 2017

RISCOS REAIS e RISCOS PERCEBIDOS

Os recentes ataques terroristas de Manchester, de Londres ou de Nice, farão com que muitos de nós, confrontados com a necessidade de viajar para essas paragens, por razões de trabalho, familiares ou de lazer pensemos na sua concretização. Há dias um colega de trabalho pedia-me opinião a propósito da deslocação de um filho para uma destas cidades, onde “existem muitos terroristas” para frequentar um curso de verão, deveria deixá-lo ir ou não?


Postos os dois perante o problema, procurámos ultrapassar os nossos medos, e tentar perceber se não estávamos assustados por motivos equivocados. Percebemos rapidamente que o filho deste meu amigo deveria era ter cuidado era com os riscos associados aos acidentes de trânsito, a principal causa de morte em todo o mundo entre adolescentes da sua idade, fosse como peão, ciclista, motociclista ou passageiro ou condutor de um automóvel. (aqui)

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Vem tudo isto a propósito dos riscos reais e dos riscos percebidos, tão bem representados no trabalho de Sussana Hertrich (aqui), que leva a que muitos dos que tem um medo atroz de viajar de avião se esqueçam de pôr o cinto de segurança (em 2015 morreram em Portugal 473 pessoas em acidentes de viação e apenas uma em acidentes com aeronaves), não tenham medo das escadas da sua habitação (aqui), ou de escorregar no banho (aqui), é que somos péssimos no momento de calcular as probabilidades relativas de se produzirem acontecimentos raros, os “cisnes negros”de Nassim Taleb (aqui).

Sussana Hertrich - Risk I

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