O estudo “Association
between expansion of primary healthcare and racial inequalities in mortality
amenable to primary care in Brazil: A national longitudinal analysis” publicado
recentemente na Plos Medicine (aqui), por investigadores da Fundação Oswaldo Cruz e do
Imperial College London, com o objetivo de avaliar o impacto da Estratégia Saúde Família (ESF) brasileira na redução nas desigualdades em saúde, e, em
particular nas populações preta e parda, confirmou uma associação positiva
entre a implementação do Programa Saúde da Família (PSF) como parte da
universalização de cuidados (cobertura universal de saúde) e a redução das
desigualdades em saúde no Brasil, sobretudo entre as populações dos municípios mais
desfavorecidos.
"OS CANDANGOS" - Estátua de Bruno Giorgi - Brasília |
Redução
impulsionada pela diminuição nas mortes por doenças infeciosas, por deficiências
nutricionais e anemia, por diabetes e doenças cardiovasculares, provavelmente
devidas ao melhor no acesso aos cuidados de saúde com um foco especial na
prevenção, na promoção da saúde, na gestão precoce destas situações no Programa
de Saúde Família.
Neste estudo, a expansão da ESF foi associada a reduções na mortalidade cardiovascular de 12,9% e 7,1% nos grupos preto/parda e branco, respetivamente, na mortalidade por doenças infeciosas na população preto/ parda, uma redução de 27,5%, na mortalidade por deficiências nutricionais e anemia na população negra / pardo. Verificaram-se, ainda reduções associadas à expansão da ESF na mortalidade por doenças respiratórias (DPOC e asma), epilepsia, e úlceras gástricas consistentes com sua inclusão dentro das definições da ACSC.
Os
investigadores concluíram que as diferenças encontradas entre as populações,
branca e preta/parda, pode ser explicada por vários fatores, tendo as
diferenças socioeconómicas um fator explicativo chave. Concluindo que a
expansão da ESF no Brasil, no contexto da estratégia definida pela ONU como
cobertura universal de saúde, está associada a melhores resultados em saúde e a
uma redução das desigualdades em saúde, terminando como um referência à
importância dos cuidados de saúde primários como estratégia para alcançar os
Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (aqui).
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