A recente atualização dos “ Indicadores
Essenciais de Saúde Europeus – European Core Health Indicators” no início do
mês de Novembro, deu a conhecer um indicador “inesperado” para as autoridades
de saúde portuguesas (aqui), o indicador relativo aos anos de vida saudável (ou
"esperança de vida sem incapacidades") que indica o número de anos
que uma pessoa pode esperar viver sem sofrer de incapacidades.
O indicador "Anos de Vida Saudável"
(HLY - Healthy Life Years) faz parte do principal painel de indicadores
estruturais europeus, e é utilizado para: analisar a saúde como fator económico
e de produtividade; introduzir o conceito de qualidade de vida; avaliar a
empregabilidade dos trabalhadores mais velhos; acompanhar os progressos
realizados em termos de acesso, qualidade e sustentabilidade dos cuidados de
saúde e é calculado a partir das tábuas da mortalidade e dos dados da limitação
da atividade avaliados no EU-SILC do Eurostat (Inquérito às Condições de Vida e
Rendimento das Famílias (EU-SILC) é realizado em Portugal desde 2004).(aqui)
ECHI Data Tool |
Os dados agora publicados indicam uma
retrocesso no indicador "Anos de Vida Saudável" entre os anos de 2013
e 2014 de cerca de 3 anos para ambos os sexos (de 9.3 anos para 5.6 anos nas
mulheres (-3.7) e de 9.9 anos em 2012, para 9.6 anos em 2013 e 6.9 nos homens
(-3), apontando para uma avaliação negativa realizada pelas pessoas com mais de
65 anos quando questionadas acerca do seu estado de saúde e do acesso aos
serviços de saúde (De uma maneira geral, como considera o seu estado de saúde? Tem
alguma doença ou problema de saúde prolongado? Tem há 6 ou mais meses as suas capacidades limitadas para fazer
atividades consideradas habituais para a generalidade das pessoas, devido a um
problema de saúde? Durante os últimos 12 meses, necessitou realmente de
consultar um médico/dentista, fazer um exame ou um tratamento médico/tratamento
dentário e se não o fez, Qual a principal
razão para não ter efetuado a consulta médica, o exame ou o tratamento?) (aqui).
De certeza que necessitamos de mais estudos e
investigação sobre o efeito dos determinantes sociais sobre a saúde das
pessoas, vivamos sobre crise económica e financeira ou não, mas o que já não entendemos
é como que as autoridades de saúde portuguesas são “apanhadas de surpresa” uma
vez que os dados agora publicitados são tratados e recolhidos pelo INE.
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