quinta-feira, 10 de novembro de 2016

RIO 2016 - UM NOVO MODELO DE " SAUDE DA FAMÍLIA"

O município do Rio de Janeiro vive desde 2009 uma interessante experiência de desenvolvimento dos cuidados de saúde primários, através da criação das Clínicas da Família, da expansão do Programa Saúde Família e do reforço da figura do médico de família. Criado em 1993/1994, o Programa Saúde Família também conhecido como Estratégia Saúde Família, apoiado pela UNICEF, inicialmente dirigido às populações mais vulneráveis, aproveitando iniciativas do Programa Agentes Comunitários de Saúde e da Pastoral da Criança, foi incorporando recursos mais diferenciados e foi-se expandido nas zonas de poucos recursos municipais e de baixa cobertura. Em 1995, quando era Ministro Adib Jatene perde o seu caráter de programa vertical e passa a ter um papel primordial na reestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS). (aqui)

O SUS, criado na Constituição de 1988 e operacionalizado em 1990, passou a coexistir com subsistemas criados antes de 1988, que cobrem cerca de 23% da população, seja através de subsistemas organizados para os trabalhadores de empresas como o Banco do Brasil ou a Petrobras, seja através de um forte sistema privado, também chamado de Sistema Supletivo de Assistência Médica.

Num país com cerca de 200 milhões de pessoas, em que as despesas totais em saúde representam cerca de 8.3% do Produto Interno Bruto, dos quais 42% são gastos públicos, os cuidados de saúde primários podem ter um papel fundamental na saúde dos cidadãos e em particular dos mais vulneráveis. (aqui)(aqui)

É neste contexto, que a experiência do Rio de Janeiro se tem desenvolvido desde 2009, quando a cidade se começou a preparar para os Jogos Olímpicos, e o Município decidiu criar um modelo de cuidados de saúde primários centrado na comunidade e na figura do médico de família e da comunidade, passando de uma cobertura de cerca de 3.5% da população para cerca de 45% em 2014 e um objetivo de chegar a 70% em 2016. (aqui)


Para isso a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, principiou por investir na construção de Clínicas de Família e centros municipais de saúde nas zonas com piores indicadores de desenvolvimento humano, alargando-as a outras zonas, num total de 89 novas clínicas e 118 centros e num ambicioso plano de formação de médicos de família, conhecido como o maior programa de internato (residência) de médicos de família do Brasil, atingindo hoje as 150 vagas. (aqui)

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