quarta-feira, 16 de novembro de 2016

MAIS DE 1 BILHÃO DE PESSOAS NO MUNDO TÊM HIPERTENSÃO ARTERIAL

De acordo com o estudo " Worldwide trends in blood pressure from 1975 to 2015: a pooled analysis of 1479 population-based measurement studies with 19.1 million participants" ontem publicado (15-11-2016) na Revista Lancet (aqui), liderado por investigadores do Imperial College de Londres, a pressão arterial elevada, definida como 140/90 mmHg ou superior, afeta em todo o mundo cerca 1.13 bilhões de pessoas, 597 milhões de homens e 529 milhões de mulheres, praticamente o dobro das que apresentavam valores elevados há 40 anos.
O estudo liderado pelo NCD-RisC, uma rede de cientistas de todo o mundo coordenados pelo "WHO Collaborating Centre on NCD Surveillance and Epidemiology at Imperial College London" cujo Diretor é o Professor Majid Ezzati (aqui), estudou as mudanças na pressão arterial em todos os países do mundo entre 1975 e 2015, tendo verificado um aumento da pressão arterial nos países de renda baixa e média, especialmente na Ásia onde se encontram praticamente metade dos adultos com hipertensão arterial, cerca de 226 milhões de pessoas na China e cerca de 200 milhões de pessoas na Índia.

De acordo com os dados agora publicados os países com a maior proporção de homens com hipertensão arterial, situam-se na Europa Central, na Europa de Leste e nos Balcãs, Croácia, Letónia, Lituânia, Hungria, Eslovénia, Roménia, Polónia, República Checa, Montenegro, Eslováquia, Estónia, Bósnia- Herzegovina, Servia, Moldávia e Bulgária. Portugal aparece em 42.º lugar e é primeiro dos países da Europa Ocidental elencados.
Globalmente a pressão sistólica média, padronizada por idade, manteve-se praticamente inalterada entre 1975 e 2015 nos homens e diminuiu ligeiramente nas mulheres, enquanto, a pressão diastólica média manteve-se inalterada.

O estudo conclui que “  Blood pressure is a multifaceted trait, affected by nutrition, environment, and behaviour throughout the life course, including fetal and early childhood nutrition and growth, adiposity, specific components of diet, especially sodium and potassium intakes, alcohol use, smoking, physical activity, air pollution, lead, noise, psychosocial stress, and the use of blood pressure lowering drugs. Changes in risk factors and improvements in detection and treatment of raised blood pressure have, at least partly, resulted in the decrease in blood pressure in high-income countries, although the decrease seems to have begun before or in the absence of specific interventions for risk factors and scale-up of treatment, and is only partly accounted for by the measured risk factors and treatment. In particular, the decrease in high-income and some middle-income countries has happened despite increasing body-mass index. The partly unexplained nature of these favorable trends necessitates speculation about their drivers, which might include unmeasured improvements in early childhood nutrition and year-round availability of fruits and vegetables, which might increase the amount and regularity of their consumption.”, confirmando a importância das vias de relacionamento entre os “residential environments” e os fatores de risco cardiovascular, desenvolvidos por Ana Diez Roux no seu trabalho “ Residential Environments and Cardiovascular Risk” publicado em 2003 no Journal of Urban Health: Bulletin of the New York Academy of Medicine. (aqui)

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