quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

ESPERANÇA DE VIDA NOS ESTADOS UNIDOS DIMINUI PELA PRIMEIRA VEZ DESDE 1993

De acordo com os dados hoje publicados pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) “Mortality in the United States, 2015” (aqui), a esperança de vida nos EUA diminuiu pela primeira vez em mais de 20 anos. Os dados agora publicados mostram uma diminuição de 36.5 dias na esperança de vida entre 2015 e 2014, isto é, uma diminuição da esperança de vida à nascença de 78.9 em 2014 para 78.8 em 2015.
Mortality in the United States, 2015 CDC

A principal razão para este decréscimo é que oito das 10 principais causas de morte (as mesmas que em 2014) se agravaram em 2015. Apenas a mortalidade por cancro diminuiu mantendo-se inalterada mortalidade por gripe e pneumonia.

From 2014 to 2015, age-adjusted death rates increased for 8 of 10 leading causes of death and decreased for 1. The rate increased 0.9% for heart disease, 2.7% for chronic lower respiratory diseases, 6.7% for unintentional injuries, 3.0% for stroke, 15.7% for Alzheimer’s disease, 1.9% for diabetes, 1.5% for kidney disease, and 2.3% for suicide. The rate decreased by 1.7% for cancer. The rate for influenza and pneumonia did not change significantly.”
Mortality in the United States, 2015 CDC
Apesar da prudência com que estes números têm se ser encarados por se referirem apenas a 1 ano, confirmam os resultados do estudo publicado em 2015, por Anne Case1 e Angus Deaton “ Rising morbidity and mortality in midlife among white non-Hispanic Americans in the 21st century” (aqui), uma vez que o relatório agora apresentado também mostra o crescimento da mortalidade entre os americanos brancos (homens e mulheres) a par com a dos homens negros.
Mortality in the United States, 2015 CDC
Em 2015 Anne Case1 e Angus Deaton, tinham mostrado que a taxa de mortalidade entre os brancos americanos dos 45 aos 54 anos, com baixa escolaridade, “White Working Class” tinha aumentado entre 1999 e 2014, uma situação sem paralelo nos países de economia avançada e apenas registada nos EUA a quando da epidemia de VIH/SIDA.
Rising morbidity and mortality in midlife among white non-Hispanic Americans in the 21st century
Os dados apresentados e discutidos no referido artigo, mostravam que a taxa de mortalidade dos brancos de meia-idade tinha aumentado desde 1998 nos problemas de saúde relacionados com o consumo de drogas e álcool, com o suicídio, com a doença hepática crónica e a cirrose, especialmente entre os brancos com um baixo grau de escolaridade (ensino médio ou inferior) onde as mortes causadas por “drug and alcohol poisoning” tinham aumentado quatro vezes, as causadas por suicídio 81% e as causadas por “liver disease and cirrhosis” 50%. A mortalidade por todas as causas tinham aumentado 22% para este grupo.

Os autores apontavam como principais causas para esta situação, a privação económica e o stress financeiro da “ white working class” , provocado pela estagnação salarial verificada desde a década de 70, conjuntamente com a dificuldade lidar com a insegurança e a falta de proteção social na reforma “ the changing nature of the financial risk Americans face when saving for retirement as well as therecent financial crisis, economic insecurity may weigh heavily on U.S. workers,and take a toll on their health and health-related behaviors”. O aumento mortalidade coincide com uma depreciação do estado de saúde, quando auto relatado, na saúde em geral, na saúde mental e na capacidade de lidar com os problemas da vida e ao aumento do consumo de medicamentos para a dor “For middle-aged Americans, increasing mortality ran alongside increasing reports of pain. One in three white middle-aged Americans reported chronic joint pain, taking the years 2011, 2012 and 2013 together, and one in seven reported sciatica. All types of pain increased significantly from 1997 to 2013. “The strongest morbidity effects are seen among those with the least education,


Os dados agora apresentados pelo CDC mostram que o aumento da mortalidade em 2015 se deveu “ largely because of increases in mortality from heart disease, chronic lower respiratory diseases, unintentional injuries, stroke, Alzheimer’s disease, diabetes, kidney disease, and suicide” e apontam para o estudo da causa das causas e para o estudo dos determinantes sociais da saúde.



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