Os dados publicados, no passado dia 10 de Novembro, pela
OCDE no seu relatório anual “Health at Glance 2017” mostram que as necessidades
não satisfeitas de cuidados de saúde devido ao custo são elevadas, e mesmo
“surpreendentes” de acordo com o relatório «relatively high numbers of people reporting to forego consultations is somewhat surprising», afetando
principalmente as pessoas de rendimento mais baixos em países como a Suiça, o
Canadá ou a França, que a par dos Estados Unidos da América apresentam valores
inesperadamente elevados nas desigualdades entre pessoas de baixo e alto
rendimento no que se refere às necessidades não satisfeitas em saúde, o
relatório apresenta como exceção o Reino Unido, onde as necessidades não
satisfeitas devido ao custo são semelhantes quer para as pessoas de mais baixos
rendimentos quer para o restante população.
Health at Glance 2017 |
No que se refere a Portugal e num dos dois items
considerados no relatório sobre cuidados não satisfeitos em saúde, “Consultations
skipped due to cost” em 17 países considerados, Portugal situa-se em 9.º lugar
entre a França e o Canadá com um valor de 8.3%, abaixo da média da OCDE
(10.5%), no outro item “Prescribed medicines skipped due to cost”, Portugal
situa-se em 4.º lugar num total de 15 países, bem acima da média da OCDE (7.15)
com um valor de 10.1%, o que significa que 1 em cada 10 portugueses não pode comprar
medicamentos por falta de rendimento, confirmando o impacto que as políticas de
austeridade têm tido na vida dos portugueses e em particular nos grupos sociais
de mais baixos rendimentos (aqui).
Health at a Glance 2017 |
No caso português o “Health at Glance 2017” confirma
um elevado peso das despesas com a saúde no consumo final das famílias, uma vez
que representa 3.8% das despesas totais contra 3% da média da OCDE e que as
despesas privadas no total das despesas públicas em saúde(out-of-pocket
expenditure) representam 27,5% do produto interno bruto (PIB).
Sem comentários:
Enviar um comentário