domingo, 12 de novembro de 2017

1 EM CADA 10 PORTUGUESES NÃO PUDERAM COMPRAR MEDICAMENTOS EM 2016 - HEALTH AT A GLANCE 2017

Os dados publicados, no passado dia 10 de Novembro, pela OCDE no seu relatório anual “Health at Glance 2017” mostram que as necessidades não satisfeitas de cuidados de saúde devido ao custo são elevadas, e mesmo “surpreendentes” de acordo com o relatório «relatively high numbers of people reporting to forego consultations is somewhat surprising», afetando principalmente as pessoas de rendimento mais baixos em países como a Suiça, o Canadá ou a França, que a par dos Estados Unidos da América apresentam valores inesperadamente elevados nas desigualdades entre pessoas de baixo e alto rendimento no que se refere às necessidades não satisfeitas em saúde, o relatório apresenta como exceção o Reino Unido, onde as necessidades não satisfeitas devido ao custo são semelhantes quer para as pessoas de mais baixos rendimentos quer para o restante população.
Health at Glance 2017
No que se refere a Portugal e num dos dois items considerados no relatório sobre cuidados não satisfeitos em saúde, “Consultations skipped due to cost” em 17 países considerados, Portugal situa-se em 9.º lugar entre a França e o Canadá com um valor de 8.3%, abaixo da média da OCDE (10.5%), no outro item “Prescribed medicines skipped due to cost”, Portugal situa-se em 4.º lugar num total de 15 países, bem acima da média da OCDE (7.15) com um valor de 10.1%, o que significa que 1 em cada 10 portugueses não pode comprar medicamentos por falta de rendimento, confirmando o impacto que as políticas de austeridade têm tido na vida dos portugueses e em particular nos grupos sociais de mais baixos rendimentos (aqui).
Health at a Glance 2017
No caso português o “Health at Glance 2017” confirma um elevado peso das despesas com a saúde no consumo final das famílias, uma vez que representa 3.8% das despesas totais contra 3% da média da OCDE e que as despesas privadas no total das despesas públicas em saúde(out-of-pocket expenditure) representam 27,5% do produto interno bruto (PIB).


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