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sábado, 24 de outubro de 2015

A AUSTERIDADE FAZ MAL À SAÚDE - COMISSÃO LANCET

Em Fevereiro de 2014 a revista Lancet publicava o importante Relatório da Comissão Lancet - Universidade de Oslo sobre a Governança Global de Saúde intitulado " The political origins of health inequity: prospects for change" traduzido para português pelo Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz)com o título "As origens políticas das inequidades em saúde:perspectivas de mudança"  e que não mereceu por parte das autoridades de saúde portuguesas, qualquer atenção ou divulgação.


Paulo Buss

" O mais importante periódico médico científico mundial, o inglês “The Lancet”, publicou no início deste ano um contundente informe sobre as deletérias consequências de alguns componentes da governança global sobre a saúde humana. Preparado por especialistas de diversas partes do mundo e utilizando farta documentação, o informe denuncia as políticas de austeridade receitadas após a crise econômica global; a ação de corporações transnacionais de medicamentos e alimentos; e as regras do comércio internacional e da propriedade intelectual, entre outros fatores, como os principais vilões globais da saúde da população de países em desenvolvimento."








sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A SAÚDE NA AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Num encontro histórico, os 193 estados membros da Organização das Nações Unidas aprovaram, no passado dia 27 de Setembro, por unanimidade durante a 70.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, uma agenda para os próximos 30 anos " UN 2030 Agenda for Sustainable Development" em português "Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.




Os Objectivos definidos no documento e agora conhecidos como “ Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável,” foram construídos com a colaboração dos estados membros da ONU, da sociedade civil, de investigadores, ativistas e políticos a partir do documento final da Conferência RIO+20. Os 17 objetivos e as 169 metas propostas para os próximos 15 anos vêm substituir os 8 Objetivos do Desenvolvimento do Milénio, adotados em 2000 atingidos parcialmente em 2015. A nova Agenda distingue-se da anterior, uma vez que agora se centra em todos os países ( anteriormente estava voltada para a melhoria das condições de vida nos países mais pobres) e em temas como a igualdade de género, o crescimento económico sustentado,inclusivo e sustentável, com o pleno emprego, com a redução das desigualdades dentro dos países e entre eles, com a proteção dos ecossistemas , com as alterações climáticas.

No que se refere à Saúde, o Objetivo 3.º “ Assegurar uma vida saudável e promover o bem estar para todos, em todas as idades"  não foi conseguido o objetivo de muitos ativistas, muitos investigadores e alguns governos de colocar na Agenda a necessidade de ir além de “ Atingir a cobertura universal de saúde, incluindo a proteção do risco financeiro, o acesso a serviços de saúde essenciais de qualidade e o acesso a medicamentos e vacinas essenciais seguros, eficazes, dequalidade e a preços acessíveis para todos”, conseguindo sistemas de saúde de cobertura universal, que garantam a equidade e vão para além da garantia de serviços de saúde essenciais, de vacinas e de medicamentos, tal como Paulo Buss referiu em recente entrevista ao Blog do Centro de Estudos Estratégicos da FioCruz “ cobertura é um conceito muito pequeno perante a ideia de um sistema universal de saúde; estimula-se o seguro de saúde, não há menção aos determinantes sociais e à iniquidade".