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sábado, 23 de janeiro de 2016

DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE - O QUE OS MÉDICOS PODEM FAZER

A Organização Mundial de Saúde (aqui) define os determinantes sociais da saúde como os fatores que impactam a saúde e o bem-estar: as circunstâncias em que nascemos, crescemos, vivemos, trabalhamos e envelhecemos.

Eles incluem:
·         O rendimento e a distribuição do rendimento;
·         O início da vida;
·         A educação;
·         A habitação;
·         A segurança alimentar;
·         O emprego e as condições de trabalho;
·         O desemprego e a segurança no trabalho;
·         A rede social;
·         A inclusão e a exclusão social;
·         Os serviços de saúde;




Estes fatores não são normalmente considerados como causas diretas de doença, mas antes têm sido descritos como as causas das causas da doença.
Assim, enquanto o tabagismo é causa próxima de doenças como a DPOC, a doença arterial coronária e o cancro do pulmão, é o social, incluindo os fatores ambientais e culturais, que determinam em grande parte se um individuo tem mais ou menos propensão para fumar, a forma como ele começou a fumar ou a probabilidade de êxito que tem para deixar de fumar.

A crescente preocupação com as determinantes sociais da saúde levou duas das mais importantes organizações mundiais de médicos, a Canadian Medical Association (aqui) e a British Medical Association (aqui) a tomarem posição sobre os determinantes sociais da saúde e adotarem declarações políticas dirigidas aos seus membros.

“ Physicians and the social determinants of health

Physicians see the impact of health inequities every day in their clinics and emergency departments, and are committed to pushing for action to address issues of health equity”


Canadian Medical Association (aqui)

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

SAÚDE E POBREZA - “Você já teve dificuldade em fazer face às suas despesas no final do mês?"

Como vimos em posts anteriores, há muito que se sabe que o estatuto social e económico está associado à saúde. Sabemos que quanto mais elevado é o estatuto socioeconómico melhor é a saúde das pessoas.

Canadian Medical Association
Partindo desta constatação o Colégio dos Médicos de Família do Ontário, Canadá, tem vindo a desenvolver um conjunto de iniciativas em torno do trabalho do Dr. Gary Bloch, médico de família e professor no Departamento de Medicina Familiar e Comunitária da Universidade de Toronto, sobre saúde, rendimento e pobreza, visando conhecer a relação entre estes determinantes (renda e pobreza)e a saúde, e criar um quadro de referência para os médicos e em particular para os médicos de família, que lhes permita valorizar e rastrear a pobreza como um dos fatores de risco a introduzir no processo de decisão clínica.

Partindo de uma pergunta simples “Você já teve dificuldade em fazer face às suas despesas no final do mês?" Gary Bloch construiu um instrumento que permite aos médicos de família rastrear e intervir na pobreza.



Indo mais longe e reconhecendo que a intervenção individual na consulta não é suficiente, Gary Bloch e coletivo "OCFP Poverty and Health Community of Practice" defendem a necessidade dos médicos de família se envolverem na “prescrição de rendimentos”.





Fica aqui o testemunho dos médicos de família do Ontário, Canadá e o desafio para as associações médicas portuguesas colocarem as determinantes sociais na agenda da saúde.