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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA COMO DETERMINANTE DE SAÚDE E DE DESIGUALDADES EM SAÚDE


As regiões da União Europeia mais pobres, menos escolarizadas e com maior nível de desemprego estão sujeitas a um maior impacto aos poluentes atmosféricos, ao ruído e às temperaturas extremas, de acordo com os resultados apresentados no relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA) “Exposição desigual e impactos desiguais: a vulnerabilidade social à poluição atmosférica, ao ruído e às temperaturas extremas na Europa”.

Apesar das melhorias registadas nas últimas décadas na União Europeia no que se refere à qualidade ambiental, mantêm-se desigualdades regionais e diferenças na distribuição das ameaças ambientais relacionadas com os níveis de rendimento, de desemprego e de educação na Europa.

O relatório da AEA avaliou as relações entre as desigualdades sociais e demográficas e a exposição à poluição atmosférica, ao ruído e às temperaturas extremas procurando perceber a forma com a poluição e os outros riscos ambientais determinam a saúde das pessoas, em função da idade, do estado de saúde, do rendimento, do estatuto profissional, do seu nível de escolarização ou do seu local de residência.

No que se refere a conclusões o estudo apresenta-as em dois item, a poluição atmosférica e sonora por um lado e as temperaturas extremas por outro, em ambas são as populações mais pobres, com maior nível de desemprego e menor escolaridade que são mais afetadas.

No que se refere à poluição atmosférica e sonora, as regiões da Europa Oriental (Polónia, Eslováquia, Hungria, Roménia e Bulgária) e as regiões da Europa Meridional (incluindo Espanha, Portugal, Itália e Grécia), onde o nível de rendimento e de escolaridade são mais baixos e as taxas de desemprego são superiores à média europeia, foram as que mais foram expostas aos poluentes atmosféricos, incluindo partículas finas e ozono ao nível do solo (O3). Nas regiões mais ricas, incluindo as grandes cidades, registaram-se os maiores níveis de dióxido de azoto (NO2), devido à elevada concentração de tráfego rodoviário e de atividades económicas poluentes, observando-se profundas desigualdades dentro destas regiões/cidades desfavoráveis às comunidades mais pobres, uma vez que as pessoas com menores rendimentos e menores qualificações habitam ou trabalham nos locais em que a qualidade do ar está mais comprometida, seja pela proximidade a vias com muito tráfego, seja pela presença de indústrias, pela inexistência de espaços verdes ou pela fraca qualidade da construção.

No que se refere às temperaturas extremas são as regiões do Sul da União Europeia caracterizadas por menores rendimentos, menor escolarização e maiores índices de desemprego que são mais afetadas por temperaturas mais elevadas, criando condições para que as pessoas mais pobres e mais idosas tenham uma reduzida capacidade para responder ao calor ou para o evitar, dando origem a resultados negativos para a saúde.

No caso português o relatório sublinha as dificuldades já conhecidas das populações em manterem as suas casas climatizadas para responderem às temperaturas extremas e o papel da exposição ao ozono na saúde das pessoas, em particular nas de menores rendimentos e nas idosas. (aqui) (aqui)

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

A SAÚDE HUMANA, QUALIDADE DO AR E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Resultado de imagem para changing in the air harvard fallA “HARVARD PUBLIC HEALTH MAGAZINE” do Outono (aqui) editada pela HARVARD T.H. CHAN SCHOOL OF PUBLIC HEALTH publica uma importante reportagem intitulada “Changing in the Hair” onde se descrevem um conjunto de investigações sobre a ação das mudanças climáticas na qualidade do ar, interior e exterior, desenvolvidas por aquela escola.
Na primeira das experiências os cientistas da Harvard T.H. Chan School of Public Health, simularam as condições atmosféricas previstas no final do século XX e estudaram a sua previsível ação sobre as culturas de soja, de trigo, de arroz e de milho, concluindo que retém menos micronutrientes essenciais, como minerais de zinco e ferro, minerais essências para a saúde humana.

If global emissions and concomitant climate change continue at current rates, by 2050 hundreds of millions of people who depend on these staple crops for nutrition—especially in poorer societies where meat is rarely consumed—could suffer devastating health problems, from stunted growth to diminished cognitive function.”
Source: “Climate change, indoor environments, and health,” Indoor Air, 2012.
Na segunda das experiências os investigadores estudaram a ação das mudanças climáticas na qualidade do ar interior, bem como a sua ação sobre os materiais usados no interior das casas, sejam nos materiais de construção utilizados seja no mobiliário interior, e os seus efeitos sobre a saúde das pessoas.

Climate change exacerbates the peril. Toxic fumes and carcinogens often leach out of common materials used in furniture, paint, and construction. Alone, these chemicals include known carcinogens, asthma-inducing substances, and endocrine disrupters, posing significant health risks.”

De acordo com os investigadores a solução para estes problemas passa por reduzir as emissões que estimulam as mudanças climáticas e eliminar os materiais prejudiciais dos interiores das habitações.