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sábado, 13 de maio de 2017

A DIFERENÇA ENTRE A ESPERANÇA DE VIDA DAS REGIÕES MAIS RICAS E MAIS POBRES DOS EUA É MAIS DE 20 ANOS

Na sua edição de 8 de maio, a JAMA Internal Medicine, publicava o artigo “Inequalities in Life Expectancy Among US Counties, 1980 to 2014 - Temporal Trends and Key Drivers” (aqui) onde os autores concluíam que existia uma diferença de 20 anos na esperança de vida entre as regiões mais pobres e as regiões mais ricas dos Estados Unidos.

Assim e enquanto os Estados Unidos apresentavam uma esperança de vida à nascença de 79,1 anos nos condados do Dakota (região onde se situam as reservas dos nativos americanos),da região leste do Kentucky, do sudoeste da Virgínia e da parte inferior do Mississippi apresentavam uma reduzida expectativa de vida em comparação com o resto do país (66 anos de esperança de vida) e menos 20 anos do que a esperança de vida à nascença verificada nos condados do Colorado central que apresentavam os valores mais elevados para a esperança de vida (87 anos) à nascença dos Estados Unidos.
ESPERANÇA DE VIDA À NASCENÇA POR CONDADO - 2014
De acordo com os dados agora publicados, a magnitude dessas disparidades deve-se às diferenças entre os fatores socioeconómicos, a raça/etnia, a disponibilidade e o acesso a cuidados de saúde, e os "fatores de risco evitáveis" como o tabagismo, o consumo de álcool e o sedentarismo.


A large body of previous research documents a relationship between socioeconomic and race/ethnicity factors and various measures of survival.25-28 Consistent with this research, this study found that socioeconomic and race/ethnicity factors alone explained 60% of the variation in life expectancy. At the same time, 74% of the variation was explained by behavioral and metabolic risk factors alone, while only marginally more variation was explained by socioeconomic and race/ethnicity factors, behavioral and metabolic risk factors, and health care factors combined.”  

terça-feira, 14 de junho de 2016

2001 - 2014. NOS ESTADOS UNIDOS, OS MAIS RICOS VIVEM MAIS 15 ANOS QUE OS MAIS POBRES

Num estudo rentemente publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) liderado por Raj Chetty, economista do Department of Economics da Standford University, " The Association Between Income and Life Expectancy in the United States, 2001-2014os autores concluem que as desigualdades em saúde medidas pela relação entre a esperança de vida e o rendimento aumentaram nos Estados Unidos.


No período estudado a esperança de vida aumentou continuamente à medida que aumenta o rendimento. Aos 40 anos, a diferença na esperança de vida entre os indivíduos mais ricos (1% mais rico) e os mais pobres (1% mais pobres) nos Estados Unidos é de 15 anos para homens e 10 anos para as mulheres. De acordo com os dados publicados os homens com rendimentos anuais de cerca de 228.000 dólares americanos têm boas hipóteses de viver até aos 89 anos, enquanto, que os homens com um rendimento anual de cerca de 6.551 dólares americanos ficar-se-ão pelos 74 anos de vida.

O estudo revelou ainda um aumento entre 2001 e 2014 da diferença na esperança de vida entre a população mais desfavorecida (5% mais pobres) e a população mais favorecida (5% mais ricos), uma vez que a esperança de vida aumentou cerca de 3 anos entre os 5% mais ricos (homens e mulheres), mantendo-se entre os 5% mais pobres.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

EFEITO ROSETO - A FORÇA DA COMUNIDADE

Em 1964, Stewart Wolf médico e professor na Universidade de Oklahoma, escrevia uma carta ao Editor do Jornal da Associação Médica Americana (JAMA) dando conta da sua surpresa pelo facto da população da pequena localidade de Roseto na Pensilvânia, habitada por uma comunidade de migrantes italianos vindos da original Roseto Valfortore, na província de Foggia, Itália, apresentar um reduzido número de mortes por doença cardiovascular em particular nos homens com menos de 55 anos. Ao longo dos anos seguintes Stewart Wolf e John Brown, sociólogo, e as suas equipas procuraram estudar e encontrar as “ causas” para esta realidade.

À medida que os estudos decorriam surgiram mais surpresas, os habitantes de Roseto não se distinguiam das comunidades à sua volta, tal como Malcolm Gladwell os descreve no seu livro Outliers “ Wolf's first thought was that the Rosetans must have held on to some dietary practices from the old world that left them healthier than other Americans. But he quickly realized that wasn't true. The Rosetans were cooking with lard, instead of the much healthier olive oil they used back in Italy. Pizza in Italy was a thin crust with salt, oil, and perhaps some tomatoes, anchovies or onions. Pizza in Pennsylvania was bread dough plus sausage, pepperoni, salami, ham and sometimes eggs. Sweets like biscotti and taralli used to be reserved for Christmas and Easter; now they were eaten all year round. When Wolf had dieticians analyze the typical Rosetan's eating habits, he found that a whopping 41 percent of their calories came from fat. Nor was this a town where people got up at dawn to do yoga and run a brisk six miles. The Pennsylvanian Rosetans smoked heavily, and many were struggling with obesity.”
Afastada esta e outras explicações (herança genética) a causa das causas foi encontrada na estrutura social da comunidade, onde as tradições, a família, a solidariedade e o igualitarismo prevaleciam sobre outros valores e tornavam evidente que a coesão e o suporte social tinham efeitos sobre a longevidade.

A história continua em 1992 no trabalho The Roseto Effect: A 50-Year Comparison of Mortality Rates” , publicado no American Journal of Public Health, quando os autores voltaram a mergulhar nos dados estatísticos de Roseto, encontrando uma alteração epidemiológica que aproximava agora a comunidade de Roseto do padrão de mortalidade por doença cardiovascular das comunidades vizinhas, à medida que os " rosetans" se americanizaram modificando a estrutura social da sua comunidade.