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quinta-feira, 5 de julho de 2018

5 JULHO 2018 - 70 ANOS DE SERVIÇO NACIONAL SAÚDE BRITÂNICO -#70NHS


Hoje 5 de julho de 2018, comemora-se o 70.º aniversário do nascimento do National Health Service, serviço nacional de saúde britânico.(aqui)

Fundado em 1948, depois da estrondosa vitória do parido trabalhista nas eleições de 1945 (aqui), o Serviço Nacional de Saúde britânico nasce sob a extraordinária liderança, determinação e capacidade negocial de Aneurin Beaven, conhecido popularmente como Nye Beaven, nascido no País de Gales, no seio de uma família de mineiros, conhecedor dos problemas da pobreza e de doença com que se debatiam as classes trabalhadoras do Reino Unido.

Nye Bevan teve de enfrentar a escassez de recursos humanos, a oposição do Partido Conservador, a resistência e oposição inicial da Associação Médica Britânica (BMA) e da maior parte da imprensa britânica para implementar o NHS em Julho de 1948. Apoiado num forte apoio popular consegue finalmente o apoio do Presidente da BMA e funda o NHS, aquilo que os Britânicos classificam " the most civilised thing in the world" um sistema de saúde para todos, universal, geral e gratuito.(aqui)




segunda-feira, 2 de julho de 2018

1927 - 2018, JULIAN TUDOR HART - UM GIGANTE DA CLÍNICA GERAL E AUTOR DA LEI DOS CUIDADOS INVERSOS


Faleceu ontem dia 01 de julho, aos 91 anos, o médico inglês Julian Tudor Hart, um “gigante da clínica geral” nas palavras do Professor Graham Watt. (aqui)

Julian Tudor Hart nasceu em Londres em 1927, no seio de uma família de médicos com fortes preocupações sociais e antifascistas, um ‘red diaper child’ nas suas próprias palavras, uma vez que o pai Alexander Tudor-Hart era um membro ativo do Partido Comunista da Grã-Bretanha, voluntário nas Brigadas Internacionais de ajuda ao Governo Republicano durante a guerra civil espanhola e a mãe Alison Macbeth, uma médica ativista do Partido Trabalhista (Labour), crescendo numa casa que o próprio classificou como “our home among other things a transit camp for anti-Fascist refugees from Austria, Germany and Italy.” (aqui)

Ingressou na Universidade de Cambridge em 1947, licenciando-se em 1952, iniciando a sua atividade como médico júnior em vários Hospitais e em consultórios de medicina geral, trabalhou durante dois anos com Richard Doll e Archie Cochrane na área da epidemiologia, estabelecendo-se em 1961 na vila de Glyncorrwg uma pequena localidade mineira do Sul de Gales, onde trabalhou durante cerca de 30 anos.

Durante os 30 anos que dedicou à comunidade Glyncorrwg, Hart desenvolveu a sua atividade como um médico de clínica geral, suportado num forte conhecimento epidemiológico da comunidade, e em fortes preocupações comunitárias e sociais, e inovando em diversas áreas (foi o primeiro médico de medicina geral a controlar de uma forma sistemática a pressão arterial aos seu pacientes), provando que o seu foco nos determinantes sociais e nos estilos influenciaram significativamente a saúde de Glyncorrwg quando comparada com a população de Blaengwynfi, uma comunidade próxima onde a mortalidade era mais elevada. (aqui)(aqui)

Em 1971 publica na revista Lancet o seu artigo mais conhecido “The Inverse Care Law” (aqui) onde descreve a relação perversa entre a necessidade de cuidados de saúde e a sua utilização real, explicitando por outras palavras que os que mais precisam de cuidados de saúde são os menos propensos a recebê-los, enquanto aqueles que têm menos necessidades de cuidados de saúde tendem a usar mais os serviços de saúde (e de forma mais eficaz), “ The availability of good medical care tends to vary inversely with the need for the population served. This inverse care law operates more completely where medical care is most exposed to market forces, and less so where such exposure is reduced.  The market distribution of medical care is a primitive and historically outdated social form, and any return to it would further exaggerate the maldistribution of medical resources.”

Julien Tudor Hart deixou-nos na semana em que se comemora o 70.º aniversário da criação do serviço nacional de saúde britânico, o #70NHS.

sábado, 22 de julho de 2017

2017 - O CRESCIMENTO DA ESPERANÇA DE VIDA ESTAGNOU NO REINO UNIDO

No passado dia 17 de Julho o Professor Michael Marmot, diretor do Institute of Health Equity, apresentou os “Marmot Indicators 2017” dedicados à análise da esperança de vida entre 2012 – 2015 no Reino Unido. (aqui)

Os resultados apresentados mostraram uma desaceleração no aumento da esperança de vida, que nas palavras de Marmot levaram praticamente a uma paragem “the increase has more or less ground to a halt”, contrariando a tendência de crescimento contínuo, de 1 ano a cada 3 anos e meio nos homens e de 1 ano a cada 5 anos nas mulheres, verificada no Reino Unido ao longo do século XX.

Ao contrário do que tinha vindo a acontecer desde o final da II Guerra Mundial até 2010, com um crescimento contínuo da esperança de vida, passando de 64.1 anos para os homens e 68.7 para as mulheres em 1946, para 77.1 anos para os homens e 81.4 para as mulheres em 2005 e novamente para 78.7 anos para os homens e 82.6 para as mulheres em 2010, verificou-se um abrandamento se não mesmo uma paragem deste crescimento, desde que tomou posse em 2010 o governo de coligação (conservador-liberal) chefiado por David Cameron, uma vez que em 2015 a esperança de vida para os homens atingiu os 79.6 anos e os 83.1 anos para as mulheres.

Rise in life expectancy in England
Considerado como causa para alarme por Michael MarmotThere is cause for alarm. Something has happened to slow health improvement in the UK.”, uma vez que o Reino Unido ainda não atingiu os resultados obtidos pelos países nórdicos, pelo Japão ou por Hong-Kong onde a esperança de vida é maior e continua a aumentar, Marmot aponta para as desigualdades e para os determinantes sociais como causas para este abrandamento, já anteriormente verificados no estudo de Anne Case e Angus Deaton nos Estados da Unidos da América, onde se encontrou um aumento significativo na mortalidade entre os norte-americanos brancos não hispânicos dos 45 aos 54 anos (aqui) e os resultados obtidos pelo Glasgow Centre for Population Health, onde se encontrou um excesso de mortalidade na cidade de Glasgow, quando comparada com a verificada em cidades como Liverpool e Manchester (aqui).

No estudo agora apresentado, também se verificaram importantes desigualdades entre as regiões mais ricas e as mais pobres do Reino Unido, uma vez que enquanto no bairro mais rico de Londres, Kensington & Chelsea, os homens vivem até aos 83 e as mulheres até aos 86 anos, no Norte do Reino Unido em Blackpool, os homens vivem até aos 74 e em Manchester as mulheres vivem até aos 79 anos.

Para além destes resultados, confirmaram-se ainda profundas desigualdades entre a população de uma mesma área residencial, assim em Kensigton & Chelsea verificou-se uma diferença de 14 anos na esperança de vida entre as áreas mais ricas e mais pobres da área residencial. Em Kensington e Chelsea o rendimento médio é de 137.070 euros, mas a mediana é 36.441 euros, ou seja mais de metade das pessoas têm menos de 32.700 euros. Pelo que não será difícil adivinhar em que local de Kensigton & Chelsea se encontrava a Grenfell Tower (aqui).

Durante a apresentação foram ainda sublinhados os aspetos relacionados com a redução de rendimentos verificada entre 2008/9 e 2014/2015, e os cortes verificados nas áreas da saúde e social, que no caso do Reino Unido afetaram particularmente os mais velhos.

Apesar de Marmot ter resistido até agora a ligar a redução da esperança de vida à política de austeridade desenvolvida desde 2010, conclui que os cortes nas despesas públicas socias e de saúde, terão um importante impacto na qualidade de vida nos idosos e que é urgente continuar a estudar o impacto da austeridade na vida das pessoas.

What I would conclude, though, is that less generous spending on social care and health will have adverse impacts on quality of life of the elderly. It is urgent to determine whether austerity also shortens lives.


Com a apresentação dos “Marmot Indicators-2017” (aqui) foi aberto um importante debate no Reino Unido sobre o custo real da austeridade na vida das pessoas. (aqui)

sexta-feira, 30 de junho de 2017

GRENFELL TOWER - DAR VOZ AOS QUE NÃO TEM VOZ - OS DETERMINANTES POLITICOS DA SAÚDE

Às 2.20 da madrugada do dia 15 de abril de 1912, o inafundável, RMS Titanic mergulhava no Atlântico Norte arrastando para a morte perto de 1500 pessoas. Em apenas 3 horas o RMS Titanic, o estado da arte da tecnologia da época, um gigante de 269 metros de comprimento, com cerca de 52.310 toneladas, equipado com um sistema de compartimentos estanques afundava-se no oceano antes que o navio de resgate SS Carpathia pudesse alcança-lo. No RMS Titanic, seguiam 1316 passageiros, distribuídos pela 1.ª classe (325), 2.ª classe (285) e 3.ª classe (706) e cerca de 900 tripulantes. No naufrágio faleceram cerca de 2/3 do total de pessoas embarcadas, 76% (673) dos elementos da tripulação, 76% dos passageiros da 3.ª classe, mas apenas 39% dos passageiros da 1.ª classe.(aqui)(aqui)

14 Junho de 2017, às 00.54 horas, no norte de Kensington, periferia de uma das áreas mais ricas da cidade de Londres (Kensington and Chelsea), deflagra um incêndio numa torre de apartamentos de habitação social, com 24 andares, construída em 1974, causando a morte confirmada de pelo menos 80 pessoas,120 de acordo com o grupo de moradores Grenfell United.(aqui)

Situada numa das periferias mais pobres de Inglaterra, a Grenfell Tower, alojava residentes de baixos rendimentos e imigrantes vindos do Sudão, da Eritreia ou da Síria. Em 2013 tinha sofrido um processo de remodelação conduzido pelas autoridades locais (Kensington and Chelsea Tenant Management Organization), que decorreu até 2015. Remodelação fortemente contestada pelos moradores, (Grenfell Action Group) que denunciarem as falhas de segurança da operação de remodelação, chamando a atenção para a colocação exterior de canos de gás, para a ausência de um sistema de dispersores de água contra incêndios (sprinklers) e para o revestimento exterior da torre. (aqui)(aqui)

Agora como por ocasião do furacão Katrina em Nova Orleans, as perguntas começaram a surgir desde o início da tragédia: Podia ter sido previsto? Porque é que as vítimas se concentram entre os mais pobres e os mais desfavorecidos? Porque é que os avisos dos moradores foram ignorados? Quem foi responsável pelos cortes nos orçamentos? E à medida que as horas passavam, novas perguntas surgiam: Como podiam os responsáveis políticos ser tão insensíveis perante o sofrimento? Porque tantas advertências foram ignoradas? (aqui) (aqui)

À medida que se conheciam os contornos da tragédia, se conheciam as respostas das autoridades, e se confirmavam as denúncias dos moradores, iniciava-se um debate acerca das responsabilidades do desastre, trazendo à superfície os determinantes políticos do problema. (aqui)

Em Londres, tal como em Nova Orleans onde a maioria dos que não puderam escapar eram pobres e migrantes que viviam em comunidades historicamente desfavorecidas. A maioria eram afro-americanos que não tiveram condições nem acesso a transporte que os evacuasse.
Perante estas circunstâncias, anteriormente descritas, qual deve ser o papel dos profissionais de saúde e em particular dos que se dedicam à saúde pública, devem remeter-se apenas à ajuda das vítimas, ficar ausentes do debate dos determinantes políticos da catástrofe, ou devem erguer as suas vozes para exigir dos poderes, dos que estabelecem a agenda da comunicação, o ataque das causas das causas, os determinantes políticos da saúde.(aqui)


Devem seguir o exemplo do British Medical Journal, que no seu editorial de 20 de junho, desafiava os profissionais de saúde a tomarem partido. “In response, public health professionals must make the invisible visible. They must emulate those who asked why 76% of third class passengers on the Titanic perished but only 39% of those in first class, those who showed that inequality is “killing people on a grand scale”, and those who measured then exposed the human cost of austerity. They must also make visible the often hidden corporate determinants of health, such as the tactics used by tobacco, food, and alcohol industries in subverting healthy public policies.” (aqui)

Devem inspirar-se no exemplo de Rudolf Virchow, quando em 1848, perante a necessidade de encontrar as causas para uma epidemia de tifo na Alta Silésia, descobriu que as verdadeiras causas para a epidemia de tifo eram as condições miseráveis em que a população polaca vivia, concluindo que “as causas eram sociais, políticas e económicas mais do que biológicas e físicas”, que a epidemia devia ser vista, como uma manifestação do desajustamento social e cultural, “Se a doença é uma expressão de vida individual sob condições desfavoráveis, a epidemia deve ser indicativa de distúrbios em maior escala na vida das pessoas“. Para Virchow “a medicina é uma ciência social e a política nada mais é que a medicina em grande escala”. (aqui)

domingo, 20 de novembro de 2016

NOVAS REVELAÇÕES SOBRE O GLASGOW EFFECT/EFEITO DE GLASGOW - PLANEAMENTO URBANO, CAPITAL SOCIAL E DÉFICE DEMOCRÁTICO

Um recente trabalho do Glasgow Centre for Population Health, da University of the West of Scotland e do University College London “ History, politics and vulnerability: explaining excess mortality in Scotland and Glasgow” (aqui) resume toda a investigação publicada, cerca de 40 trabalhos, acerca do denominado “efeito de Glasgow”, procurando encontrar as causas para o “excesso” de mortalidade verificado na Escócia (mais 5.000 mortes) em comparação com a mortalidade encontrada na Inglaterra e no País de Gales, ajustadas as diferenças de pobreza e privação.
Este excesso de mortalidade é particularmente acentuado em Glasgow, não sendo explicado apenas pelos elevados níveis de pobreza quando comparado com o verificado em cidades comparáveis como Liverpool e Manchester.


O estudo revela que para além da privação e da pobreza resultantes da desindustrialização “the loss of industrial jobs expressed in relation to the size of the industrial employment base in 1931) was 47% in Scotland compared with 30% in England” da Escócia e da cidade de Glasgow, o excesso de mortalidade verificado em comparação com as cidades de Liverpool, Manchester e Belfast, resulta de uma política urbana desenvolvida entre 1945 – 1980, que favoreceu a deslocação da população mais jovem e mais qualificada, o «skimming the cream», os “melhores cidadãos” para novas cidades nos arredores de Glasgow, como Cumbernauld (1955), Livingston (1962) and Irvine (1966), enquanto em Glasgow eram deixados os pobres, os mais velhos e a população desempregada, muitas vezes alojados em bairros sociais construídos em altura, como reconhecia o Scottish Office em 1970 “ Glasgow is in a socially… [and] economically dangerous position. The position is becoming worse because, although the rate of population reduction… is acceptable, the manner of it is destined within a decade or so to produce a seriously unbalanced population with a very high proportion of the old, the very poor and the almost unemployable…”, seguida nos anos seguinte por uma política de desenvolvimento urbano sustentada no lema “that “what’s good for business is good for Glasgow”, que levou ao aparecimento duma cidade dual, onde as zonas pobres, os bairros sociais isolados, ficarm sujeitas à degradação e ao baixo investimento público em conservação e manutenção. 

A par destas políticas urbanas, os autores do estudo identificam ainda duas outras explicações para a uma maior vulnerabilidade da população de Glasgow, o capital social e o défice democrático.


terça-feira, 5 de julho de 2016

5 JULHO 1948 - NATIONAL HEALTH SERVICE - THE BIRTH

No dia 5 de Julho de 1948 ,  três anos passados sobre o final da II Guerra Mundial,  a humanidade dava um passo de gigante para tornar a Saúde um direito universal de todos os cidadãos.

O Governo Britânico saído das eleições legislativas de maio de 1945, liderado por Clement Richard Attlee, concretizava o Direito à Saúde para todos os cidadãos através de um sistema de saúde, universal geral e gratuito - o Serviço Nacional de Saúde.
Dando inicio aquilo que foi considerado por Nye Bevan como " the most civilised thing in the world:  put the welfare of the sick in front of every other consideration".

Passdos quase 70 anos, está na altura de pararamos com intervenções que não trazem qualquer beneficio para os cidadãos, de estabelecermos modelos de gestão, siglas e acrónimos que não produzem nada de novo, de clicar estupidamente num teclado. Vamos riscar indicadores, que não medem, nem proporcionam melhorias.  Esqueçamos os trabalhos rotineiros e cansativos, os requerimentos, as papeladas, as condições de recursos, coloquemos no lugar os burocratas, os mercenários e as indústrias do sistema.

Está na hora de trabalhar para o bem comum, com a certeza de que por muito importante que seja o nosso trabalho, o dos outros não o é menos, pensemos sobre o que o público tem a ver com o bem comum.





sábado, 6 de fevereiro de 2016

5 NOVOS INDICADORES PARA MEDIR O SUCESSO DE UMA ECONOMIA - Five headline indicators of national success

O NEF (New Economics Foudantion) o principal "think tank" Britânico que tem como objetivos "promoting social, economic and environmental justice", colocando a economia ao serviços das pessoas e do planeta, propôs recentemente uma nova abordagem para avaliar o sucesso de uma economia propondo cinco indicadores chaves em vez de reduzir a avaliação do sucesso de economia ao crescimento do PIB.
Sustentando-se em consultas públicas realizadas no Reino Unido, onde os cidadãos identificam os fatores que levam ao sucesso de uma economia; trabalho seguro e bem remunerado; níveis elevados de bem-estar pessoal; serviços públicos eficazes garantindo boas condições de saúde e educação; baixos níveis de desigualdade económica e um ambiente saudável, o NEF propõe cinco indicadores chave para medir o sucesso da economia em vez da tradicional medida do PIB, uma vez que este cria um poderoso incentivo para que os decisores políticos priorizem o crescimento económico acima de outros objetivos. (aqui)




  1. Good jobs: everyone should be able to find secure, stable employment that pays at least enough to provide a decent standard of living.
  1. Wellbeing: improving people’s lives should be the ultimate aim of public policy, measured at headline level as average reported life satisfaction.
  1. Environment: our prosperity and that of future generations depends on a healthy environment. UK carbon emissions must not exceed the set limit if we want to avoid dangerous climate change.
  1. Fairness: high levels of inequality, evidenced by a growing gap between the incomes of the top and bottom 10% of households, have been proven to have corrosive effects on both society and economy.
  1. Health: good quality healthcare and public health provision, measured by a reduced percentage of deaths considered avoidable, is a pre-requisite for all other social and economic goals.
Deixamos aqui o resultado da sua aplicação á economia do Reino Unido.





sábado, 23 de janeiro de 2016

DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE - O QUE OS MÉDICOS PODEM FAZER

A Organização Mundial de Saúde (aqui) define os determinantes sociais da saúde como os fatores que impactam a saúde e o bem-estar: as circunstâncias em que nascemos, crescemos, vivemos, trabalhamos e envelhecemos.

Eles incluem:
·         O rendimento e a distribuição do rendimento;
·         O início da vida;
·         A educação;
·         A habitação;
·         A segurança alimentar;
·         O emprego e as condições de trabalho;
·         O desemprego e a segurança no trabalho;
·         A rede social;
·         A inclusão e a exclusão social;
·         Os serviços de saúde;




Estes fatores não são normalmente considerados como causas diretas de doença, mas antes têm sido descritos como as causas das causas da doença.
Assim, enquanto o tabagismo é causa próxima de doenças como a DPOC, a doença arterial coronária e o cancro do pulmão, é o social, incluindo os fatores ambientais e culturais, que determinam em grande parte se um individuo tem mais ou menos propensão para fumar, a forma como ele começou a fumar ou a probabilidade de êxito que tem para deixar de fumar.

A crescente preocupação com as determinantes sociais da saúde levou duas das mais importantes organizações mundiais de médicos, a Canadian Medical Association (aqui) e a British Medical Association (aqui) a tomarem posição sobre os determinantes sociais da saúde e adotarem declarações políticas dirigidas aos seus membros.

“ Physicians and the social determinants of health

Physicians see the impact of health inequities every day in their clinics and emergency departments, and are committed to pushing for action to address issues of health equity”


Canadian Medical Association (aqui)

domingo, 15 de novembro de 2015

ANEURIN BEVAN E A LUTA PELO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), fundado em 1948, é habitualmente conhecido por Beveridgiano, remetendo o seu nome para o relatório apresentado por William Beveridge, membro do Partido Liberal ao parlamento em Novembro de 1942,  "Report on Social Insurance and Allied Services", mas foi Aneurin (Nye) Bevan o grande obreiro do Serviço Nacional de Saúde (NHS).

Com a esmagadora vitória trabalhista nas eleições gerais de 1945, coube a Nye Bevan assumir o Ministério da Saúde. 

Bevan, nascido em 15 de Novembro de 1897, no País de Gales, numa família de mineiros conhecia bem os problemas da pobreza e da doença, entre as classes trabalhadoras do Reino Unido, tinha conhecido a trabalhar aos 13 anos numa mina de carvão, tornar-se-ia um dos líderes sindicais dos mineiros em South Wales  na greve geral de 1926. Foi eleito para o Parlamento Britânico como deputado em 1929, tornando-se num dos líderes trabalhistas na Câmara dos Comuns durante a II Guerra Mundial. 

Dotado de grande capacidade negocial, determinação e capacidade oratória, Nye Beaven tem de enfrentar a escassez de recursos humanos, a oposição do Partido Conservador, a resistência e oposição da Associação Médica Britânica (BMA), da maior parte da imprensa britânica para implementar o NHS em Julho de 1948. Apoiado num forte apoio popular Nye Bevan consegue finalmente o apoio do Presidente da BMA e funda o NHS, aquilo que os Britânicos classificam " the most civilised thing in tehe world" um sistema de saúde universal, geral e gratuito.