sábado, 30 de abril de 2016

A SAÚDE COMO DIREITO UNIVERSAL - ENTREVISTA DE JOAN BENACH

"Los derechos de hoy son fruto de las luchas de ayer, tal y como los derechos del mañana serán el fruto de las luchas de hoy"

Em entrevista à Revista IdZ, Joan Benach professor de Saúde Pública e Saúde Ocupacional do Departamento de Ciências Políticas e Sociais da Universidade de Pompeu Fabra recusa o olhar de uma saúde públicaaparentemente “neutral” o asocial, relacionada con la gestión de riesgos y basada, paradójicamente, en la salud como conjunto de individuos biológicos y en la puesta en marcha de soluciones o “técnicas” o bien tecnológicas” e defende a visão de uma saúde pública que es social e histórica, y que está muy relacionada con la importancia tan grande que los determinantes sociales y políticos juegan sobre la salud colectiva y la equidad “.

Ao longo da entrevista, o Professor Joan Benach, coordenador do Grupo de Investigación en Desigualdades en la Salud (GREDS) - Employment Conditions Network  -(EMCONET) aborda os principais determinantes de saúde e a sua evolução ao longo do tempoLas causas fundamentales de la salud poblacional y los grupos (según su clase social, género, etnia, etc.) y territorios que la componen cambian según la situación histórica y las teorías de la enfermedad que dominan en cada momento histórico.Por ejemplo, cuando las enfermedades infecciosas prevalecían comocausa fundamental de los problemas de salud, el énfasis de la salud pública se ubicó en la higiene; a medida que las enfermedades cardiovasculares adquirieron más relevancia, emergió con fuerza el concepto de “factores de riesgo”. A partir de la década de 1980,con el informe Black [del Reino Unido] o del Informe de 2008 de la Comisión de Determinantes sociales de la OMS, las desigualdades dela salud y los factores sociales han emergido con bastante fuerza, si bien no son en absoluto dominantes como lo es hoy en día la ideología genética o los “estilos de vida”. Hoy muchos investigadores están buscando las principales respuestas para explicar la salud en la genética o en todo caso en la epigenética.No obstante, desde mi punto de vista, el binomio salud-enfermedad está relacionado con un concadenado de causas enormemente complejo que no se puede simplificar en factores de riesgo ni en causas biológicas o conductuales simplistas, sino que se generan por un entramado de factores estructurales históricos, como son los factores políticos, ecológicos e histórico-sociales. Si se quiere,se puede decir así: dónde vivimos, cómo producimos, qué medio ambiente tenemos, quién tiene socialmente poder. Esos y otros factores marcan, por una u otra vía, los procesos y mecanismos fundamentales que generan enfermedad y mala salud.” e dá-nos a sua visão sobre a forma de enfrentar os problemas sociais que afetam a saúde das pessoas, afirmando que a equidade em saúde é o melhor indicador de justiça social de um país.

Joan Benach
Las políticas que en un momento dado se hacen (o no se hacen) dependende la correlación de fuerzas que exista en un momento dado, y de la ideología social que promueven esas fuerzas. Y eso tiene que ver con las visiones hegemónicas que marcan un momento dado. Por desgracia,cuando hablamos de salud pública, por el enorme peso que tiene la mirada biomédica e individual, y la visión del hospital de alto nivel y del tratamiento con alta tecnología, gran parte de la población no acaba de ver que la salud es un problema fundamentalmente social, político. Eso ya lo dijeron Engels y Virchow en el XIX, también lo dijo Salvador Allende y muchos otros como Vicenç Navarro en el siglo XX. Y hay que seguir repitiéndolo una y otra vez en el XXI. La salud pública es un problema eminentemente político. Y la equidad en salud es seguramente el mejor indicador de justicia social que tenemos de un país porque refleja cómo vivimos, cómo trabajamos, qué medio ambiente tenemos,qué servicios y derechos se han conquistado, etc. Y por lo tanto la equidad en salud no debería ser solo objeto de gran atención e interés por parte de médicos, sanitaristas y salubristas, sino de toda la sociedad. Para esto será necesario cambiar muchas cosas,desde los planes de estudio en la universidad a cambiar la mirada hegemónica con respecto a la salud, pasando por un profundo cambio en la investigación, las causas hegemónicas de la salud y el desarrollo y evaluación de políticas integrales.”

Entrevista integral (Aqui)

terça-feira, 26 de abril de 2016

0 25 DE ABRIL 1974 - A SAÚDE DOS PORTUGUESES E DOS EUROPEUS (EU28)

No ano em que se comemoram 40 anos da Constituição da República Portuguesa e passam 42 anos do 25 Abril de 74, o Serviço Nacional Saúde constitui-se como um dos seus principais legados e um instrumento fundamental para a redução das desigualdades entre os portugueses e a maior vitória da sociedade portuguesa. Que as novas gerações o saibam guardar e renovar para que continue a ser a “joia da coroa” da democracia portuguesa. Deixamo-vos aqui alguns dados comparativos entre Portugal e os países da União Europeia a 28.
Esperança de Vida à nascença em PT e UE - Europe Core Health Indicators


Mortalidade Infantil em PT e UE28 - Europe Core Health Indicators


segunda-feira, 25 de abril de 2016

O 25 ABRIL DE 1974 E A SAÚDE DOS PORTUGUESES


No ano em que se comemoram 40 anos da Constituição da República Portuguesa e passam 42 anos do 25 Abril de 74, o Serviço Nacional Saúde constitui-se como um dos seus principais legados e um instrumento fundamental para a redução das desigualdades entre os portugueses e a maior vitória da sociedade portuguesa. Que as novas gerações o saibam guardar e renovar para que continue a ser a “joia da coroa” da democracia portuguesa.

portugal life expectancy at birth
Esperança de Vida à Nascença - Europe Core Health Indicators
portugal infant mortality rate
Mortalidade Infantil - Europe Core Health Indicators



domingo, 17 de abril de 2016

AUMENTAM AS DESIGUALDADES ENTRE AS CRIANÇAS DOS PAÍSES MAIS RICOS DURANTE O PERÍODO DE CRISE ECONÓMICA.

A UNICEF apresentou no passado dia 14 de Abril, o relatório “Innocenti Report Card 13,Fairness for Children: A league table of inequality in child well-being in rich countries” abrangendo crianças de 41 países da União Europeia e da OCDE. O relatório analisa as disparidades em termos de rendimento, desempenho escolar, problemas de saúde e satisfação com a vida reportados pelas próprias crianças.
De acordo o relatório a Dinamarca é o país onde se registam as menores desigualdades entre as crianças, estando Israel em último lugar de todas as áreas. Em 19 dos 41 países para os quais existem dados, mais de 10% das crianças vivem em agregados familiares com menos de metade da mediana do rendimento.

A UNIICEF refere ainda que dois dos países mais ricos do mundo, o Japão e os Estados Unidos, surgem no terceiro lugar a contar do fundo da tabela no que diz respeito às disparidades de rendimento. Em ambos os países, o rendimento do agregado familiar de uma criança no percentil 10 é aproximadamente 40 por cento do de uma criança que se situa a meio da distribuição de rendimentos e que os maiores aumentos nas desigualdades se verificaram entre 2008 e 2013 se verificaram em quatro países do Sul da Europa – Grécia, Itália, Portugal e Espanha, e em três países da Europa Oriental - Hungria, Eslováquia e Eslovénia.
Com o objetivo de melhorar o bem-estar das crianças, o “Innocenti Report Card 13” propõe aos governos dos países estudados que considerem como prioritário: 
  • Proteger os rendimentos dos agregados familiares das crianças mais pobres. 
  • Promover o sucesso escolar das crianças mais desfavorecidas.
  • Promover e apoiar estilos de vida saudáveis para todas as crianças. 
  • Tomar seriamente em conta o bem-estar das crianças. 
  • Colocar a equidade no centro das agendas relativas ao bem-estar das crianças


segunda-feira, 11 de abril de 2016

O CASO DO XAROPE DE MILHO RICO EM FRUTOSE, GLOBALIZAÇÃO, OBESIDADE E DIABETES.

De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (aqui)a obesidade mais do que duplicou em todo o mundo desde 1980, atingindo cerca de 600 milhões de adultos, vivendo a maioria das pessoas do mundo em países onde a obesidade mata mais que a fome ou o baixo peso.
O crescimento da obesidade nos últimos 30 anos, primeiro nas sociedades industrializadas e mais tarde nos países de renda média e baixa, têm sido atribuído ao aumento do consumo de alimentos de alta densidade energética e de refrigerantes.



A investigação publicada tem ligado o consumo de alimentos ultraprocessadosmade from processed substances extracted or refined from whole foods – e.g. oils, hydrogenated oils and fats, flours and starches, variants of sugar, and cheap parts or remnants of animal foods – with little or no whole foods. Products include burgers, frozen pasta, pizza and pasta dishes, nuggets and sticks, crisps, biscuits, confectionery, cereal bars, carbonated and other sugared drinks, and various snack products. Most are made, advertised, and sold by large or transnational corporations and are very durable, palatable, and ready to consume, which is an enormous commercial advantage over fresh and perishable whole or minimally processed foods . . . [They]are typically energy dense; have a high glycaemic load; are low in dietary fibre, micronutrients, and phytochemicals; and are high in unhealthy types of dietary fat, free sugars, and sodium” ao crescimento da obesidade, lançando a discussão entre duas abordagens, uma mais centrada nos comportamentos individuais dos cidadãos (estilos de vida),  que sugere que o aumento da obesidade, resulta do somatório de múltiplas escolhas individuais erradas e uma outra mais sistémica, que aceita a múltipla causalidade da obesidade, mas coloca o seu foco na mudança do ambiente alimentar obesogénico e nos determinantes sociais da saúde, que nas palavras simples de  Adam Drewnowski “ Minorities and the poor are clearly at a disadvantage when it comes to the adoption of healthier eating habits. Simply put, fats and sweets cost less, whereas many healthier foods cost more. Researchers have shown that low-income neighborhoods attract more fast-food outlets and convenience stores as opposed to full-service supermarkets and grocery stores.By contrast, more affluent areas generally have access to better restaurants,fresher produce, and more opportunities for physical activity. Such studies merely demonstrate that socioeconomic factors, including inequitable access to healthy foods, have a profound effect on weight and health. It is economic deprivation that is obesogenic, and one key predictor of weight gain may be low diet cost.”

O CASO do XAROPE DE MILHO COM ALTO TEOR DE FRUTOSE - HFCS

De acordo com os dados publicados uma das características da maior parte das dietas dos países industrializados é o consumo de elevados níveis de hidratos de carbono refinados, e em particular, de açúcar (dissacárido constituído por uma molécula de frutose e uma molécula de glucose), com especial preocupação para o aumento do consumo de bebidas adoçadas com açúcar, intimamente ligadas ao consumo excessivo de açúcar, e diretamente ligadas ao risco de diabetes e obesidade.
Uso de HFCS por país.
Mas, nas últimas décadas a investigação publicada tem chamado à atenção para o papel especialmente prejudicial para a saúde metabólica e para o risco de diabetes da frutose monossacárido que apesar de ter uma estrutura química muito semelhante à glucose, é absorvido e metabolizado por uma via diferente “ fructose consumption does not stimulate insulin secretion or leptin production by adipose tissue and thereby is thought to contribute more directly to weight gain. Also, excess fructose consumption has been shown to be more lipogenic, leading to ectopic fat accumulation including visceral adipose tissue and liver, associated insulin resistance, and thus increased diabetes risk. These unique detrimental properties of fructose that pose risk to metabolic health may explain the finding that countries that use HFCS had significantly increased prevalence of diabetes, independent of BMI and total sugar availability.”


Consumption of non-alcoholic caloric beverages in 187 countries worldwide
A importância desta matéria, consumo excessivo de frutose, ganhou particular relevo desde que o xarope de milho com alto teor de frutose – HFCS (42 a 55% de frutose) passou a ser incorporado em larga escala em alimentos e bebidas. O xarope de milho com alto teor de frutose o HFCS, desenvolvido a partir da década de 1920 nos EUA e refinado no Japão a partir dos anos 60, ganhou importância a partir dos anos 70 quando nos EUA, o maior produtor de milho do mundo, a cultura da soja passou a concorrer com o milho. Nessa época os EUA passaram a desviar os excedentes milho para a produção de FHCS, transformando-o numa parte importante da dieta dos norte-americanos, fazendo aumentar o consumo total de frutose nos EUA em quase 30% entre 1970 e 2000, em particular nas bebidas adoçadas com FHCS. Com a progressiva utilização do HFCS em alimentos e bebidas, cresceu a pressão para o aumento da produção de xarope de milho com alto teor de frutose, aumentando a tensão entre os produtores de açúcar e os produtores de xarope de milho, protegidos por tratados internacionais como o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) envolvendo os EUA, o Canadá e o México, permitindo às empresas dos EUA passar a exportar elevadas quantidades de FHCS para o México sem que este se pudesse opor taxando esse produto.
O papel da utilização do xarope de milho com alto teor de frutose tem sido associado ao aumento da Diabetes e da Obesidade no mundo como comprovam dois dos muitos trabalhos de investigação publicados que aqui deixamos.


quarta-feira, 6 de abril de 2016

O IMPACTO DA DIABETES NO MUNDO - A PROPÓSITO DO DIA MUNDIAL DA SAÚDE DE 2016

De acordo com as estimativas da International Diabetes Federation (aqui) existem 415 milhões de pessoas com diabetes em todo o mundo, prevendo-se que esse número atinja os 642 milhões em 2040 graças ao aumento da prevalência da diabetes, especialmente nos países de renda média e baixa.
Em 2012 a diabetes foi a causa direta de 1.5 milhões de mortes, das quais mais de 80% ocorreram nos países de renda média e baixa, prevendo a OMS que em 2030 a diabetes seja a 7.ª causa de morte mundial (aqui).
International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas, 7th edn

Apesar do número crescente de pessoas com diabetes em todo o mundo, a diabetes atinge em particular as pessoas dos grupos populacionais mais desfavorecidos quer nos países de renda alta, quer nos países de renda média e baixa
Enquanto nos países de renda alta de acordo com o relatório da OCDE “The diabetes epidemic and its impact on Europe” a diabetes aparece associada à privação social e à pobreza, em particular nos grupos de baixa escolaridade, “Even in developed economies, such as many countries in Europe, differences in life expectancy can be linked to wealth as people who are less well-off develop more illnesses. In the United Kingdom (UK), for example, morbidity from diabetes related complications is 3.5 times higher among the less well-off compared with the wealthiest. Furthermore, when improvements to health occur, the benefits are often unevenly distributed within society and higher socioeconomic groups appear to benefit more” nos países mais pobres predominantemente na África Subsaariana e no Sul da Ásia, onde vivem cerca de 1 bilhão de pessoas com menos de 1.25 dólares americanos, na sua maioria famílias que vivem da agricultura de subsistência com baixas taxas de obesidade, menos propensos a sofrer de diabetes tipo 2 o desafio é sobreviver à diabetes tipo 1, face às dificuldades no diagnóstico e ao acesso ao tratamento. Apesar da diabetes tipo 1 afetar 0-1% das crianças em idade escolar, a maioria das crianças com diabetes tipo 1 nestes países sobrevive menos de 1 ano após o aparecimento da diabetes (aqui).~
International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas, 7th edn
Para fazer face a esta situação são necessárias desenvolver políticas públicas, em especial nos países de renda alta e média que incorporem determinantes de saúde como “ economic growth, income inequalities and poverty, as well as education, the working environment, unemployment and access to healthcare” para criarem melhorias de saúde sustentáveis para reduzirem “ the disease burden from type 2 diabetes and other chronic diseases, integrated action on risk factors and their underlying determinants across sectors is necessary”, ao mesmo tempo que nos países pobres é necessário melhorar a disponibilidade de insulina de qualidade e a preços reduzidos para reduzir a mortalidade das crianças afetadas pela diabetes tipo 1 e dos adultos afetados por outras formas atípicas de diabetes.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

1 EM CADA 5 ADULTOS DO MUNDO SERÃO OBESOS ATÉ 2025

De acordo com a investigação publicada hoje pela revista Lancet que envolveu uma revisão de 1658 estudos populacionais de 200 países entre os anos de 1975 e 2014, “Trends in adult body-mass index in 200 countries from 1975 to 2014: a pooled analysis of 1698 population-based measurement studies with 19·2 million participants”, se a tendência de aumento da obesidade verificada desde o ano 2000 continuar a probabilidade de atingir o objetivo global traçado pela OMS para 2025, (travar o aumento da obesidade ao nível de 2010 até 2025) é “zero".
Em vez disso e ao contrário do objetivo traçado, em 2025 a prevalência de obesidade global atingirá 18% nos homens e ultrapassará 21% nas mulheres, superando a obesidade severa os 6% nos homens e 9% nas mulheres.



No estudo os investigadores encontraram uma tendência para o crescimento da obesidade tanto em homens como em mulheres dos países de renda alta renda língua inglesa em comparação com os países da Europa continental, e uma mudança na distribuição da obesidade e da obesidade severa nos últimos 40 anos “ countries with the largest number of obese and severely obese people changed over these four decades, with more middle-income countries joining the USA, especially for women. In 2014, slightly more obese men and women lived in China than in the USA, and even for severe obesity, China moved from 60th place for men and 41st place for women in 1975, to 2nd rank for both men and women in 2014. Nonetheless, more than one in four severely obese men and almost one in five severely obese women in the world still live in the USA.


No estudo agora publicado, os autores chamam ainda à atenção para o problema de baixo peso que continua a prevalecer nas regiões mais pobres do mundo e especialmente no sul da Ásia bem como para as repercussões que pode ter sobre a saúde das crianças e das grávidas “ … the global focus on the obesity epidemic has largely overshadowed the persistence of underweight in some countries. Our results show the need to address the remaining underweight problem and by doing so reduce risks to pregnant women and their newborn infants, mortality from tuberculosis and other respiratory diseases,34 and possibly all-cause mortality, which has a J-shaped association.”
Não tendo a obesidade uma única causa, e sendo antes “ a good example of a socially patterned health outcome that is a consequence of changes in a constellation of social factors. The interconnected nature of the causes of obesity has generated often comprising coherent sectoral responses and community-level action” e uma construção social e económica uma vez que “obesity is not caused by moral failure on the part of individuals but by the excess availability of high-fat and high-sugar foods”, a resolução deste problema exigirá políticas sociais e alimentares, que melhorem por um lado a segurança alimentar das famílias pobres, mas também evitem o consumo excessivo de hidratos de carbono processados ​​e outros alimentos pouco saudáveis.
Acrescentando os autores que apesar da obesidade a nível populacional ter um efeito reduzido na redução da mortalidade nos países de renda alta (apesar de estar há muito identificada como um fator de risco independente para várias doenças crónicas em estudos epidemiológicos a nível individual), possivelmente porque o tratamento farmacológico tem ajudado a reduzir a pressão arterial, o colesterol e a tratar as complicações de diabetes, que são mediadores dos efeitos do aumento do IMC nas doenças cardiovasculares, o seu aumento tem vindo a determinar custos crescentes com medicamentos anti-hipertensores, antidiabéticos orais, e estatinas bem como com a cirurgia bariátrica, enquanto na maioria dos países pobres e de renda média os sistemas de saúde, por razões financeiras, não tem a capacidade para identificar e tratar a hipertensão, as dislipidemias e a diabetes.

O ZIKA VÍRUS E OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

O vírus Zika é um vírus recente, transmitido pelo mosquito Aedes, foi inicialmente identificado no Uganda, em 1947, em macacos Rhesus, e mais tarde (1952) identificada em seres humanos, no Uganda e na República Unida da Tanzânia. Desde aí tem-se registado surtos da doença do vírus Zika em África, nas Américas, na Ásia e no Pacífico. As pessoas com a doença do vírus Zika têm, normalmente, febre ligeira, erupção da pele (exantema) e conjuntivite. Estes sintomas duram, normalmente, 2-7 dias. Atualmente, não existe qualquer tratamento específico nem vacina. A melhor forma de prevenção é a proteção contra a picada do mosquito.

FIOCRUZ
Os determinantes sociais da saúde são as condições em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem. Estas circunstâncias são moldadas pela distribuição de dinheiro, poder e recursos a nível global, nacional e local. Os determinantes sociais da saúde são os principais responsáveis ​​para as desigualdades na saúde - as diferenças injustas e evitáveis ​​no estado de saúde visto dentro e entre países. A epidemia de zika que se espalha, por África, pelas Américas, pela Ásia e pelo Pacífico propagada pelo mosquito Aedes aegypti, está diretamente ligada a esses determinantes. 

Veja aqui no Canal Saúdetelevisão do Sistema Único de Saúde (SUS), criado e gerido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) o programa " Zika e Determinantes Sociais de Saúde"