segunda-feira, 11 de abril de 2016

O CASO DO XAROPE DE MILHO RICO EM FRUTOSE, GLOBALIZAÇÃO, OBESIDADE E DIABETES.

De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (aqui)a obesidade mais do que duplicou em todo o mundo desde 1980, atingindo cerca de 600 milhões de adultos, vivendo a maioria das pessoas do mundo em países onde a obesidade mata mais que a fome ou o baixo peso.
O crescimento da obesidade nos últimos 30 anos, primeiro nas sociedades industrializadas e mais tarde nos países de renda média e baixa, têm sido atribuído ao aumento do consumo de alimentos de alta densidade energética e de refrigerantes.



A investigação publicada tem ligado o consumo de alimentos ultraprocessadosmade from processed substances extracted or refined from whole foods – e.g. oils, hydrogenated oils and fats, flours and starches, variants of sugar, and cheap parts or remnants of animal foods – with little or no whole foods. Products include burgers, frozen pasta, pizza and pasta dishes, nuggets and sticks, crisps, biscuits, confectionery, cereal bars, carbonated and other sugared drinks, and various snack products. Most are made, advertised, and sold by large or transnational corporations and are very durable, palatable, and ready to consume, which is an enormous commercial advantage over fresh and perishable whole or minimally processed foods . . . [They]are typically energy dense; have a high glycaemic load; are low in dietary fibre, micronutrients, and phytochemicals; and are high in unhealthy types of dietary fat, free sugars, and sodium” ao crescimento da obesidade, lançando a discussão entre duas abordagens, uma mais centrada nos comportamentos individuais dos cidadãos (estilos de vida),  que sugere que o aumento da obesidade, resulta do somatório de múltiplas escolhas individuais erradas e uma outra mais sistémica, que aceita a múltipla causalidade da obesidade, mas coloca o seu foco na mudança do ambiente alimentar obesogénico e nos determinantes sociais da saúde, que nas palavras simples de  Adam Drewnowski “ Minorities and the poor are clearly at a disadvantage when it comes to the adoption of healthier eating habits. Simply put, fats and sweets cost less, whereas many healthier foods cost more. Researchers have shown that low-income neighborhoods attract more fast-food outlets and convenience stores as opposed to full-service supermarkets and grocery stores.By contrast, more affluent areas generally have access to better restaurants,fresher produce, and more opportunities for physical activity. Such studies merely demonstrate that socioeconomic factors, including inequitable access to healthy foods, have a profound effect on weight and health. It is economic deprivation that is obesogenic, and one key predictor of weight gain may be low diet cost.”

O CASO do XAROPE DE MILHO COM ALTO TEOR DE FRUTOSE - HFCS

De acordo com os dados publicados uma das características da maior parte das dietas dos países industrializados é o consumo de elevados níveis de hidratos de carbono refinados, e em particular, de açúcar (dissacárido constituído por uma molécula de frutose e uma molécula de glucose), com especial preocupação para o aumento do consumo de bebidas adoçadas com açúcar, intimamente ligadas ao consumo excessivo de açúcar, e diretamente ligadas ao risco de diabetes e obesidade.
Uso de HFCS por país.
Mas, nas últimas décadas a investigação publicada tem chamado à atenção para o papel especialmente prejudicial para a saúde metabólica e para o risco de diabetes da frutose monossacárido que apesar de ter uma estrutura química muito semelhante à glucose, é absorvido e metabolizado por uma via diferente “ fructose consumption does not stimulate insulin secretion or leptin production by adipose tissue and thereby is thought to contribute more directly to weight gain. Also, excess fructose consumption has been shown to be more lipogenic, leading to ectopic fat accumulation including visceral adipose tissue and liver, associated insulin resistance, and thus increased diabetes risk. These unique detrimental properties of fructose that pose risk to metabolic health may explain the finding that countries that use HFCS had significantly increased prevalence of diabetes, independent of BMI and total sugar availability.”


Consumption of non-alcoholic caloric beverages in 187 countries worldwide
A importância desta matéria, consumo excessivo de frutose, ganhou particular relevo desde que o xarope de milho com alto teor de frutose – HFCS (42 a 55% de frutose) passou a ser incorporado em larga escala em alimentos e bebidas. O xarope de milho com alto teor de frutose o HFCS, desenvolvido a partir da década de 1920 nos EUA e refinado no Japão a partir dos anos 60, ganhou importância a partir dos anos 70 quando nos EUA, o maior produtor de milho do mundo, a cultura da soja passou a concorrer com o milho. Nessa época os EUA passaram a desviar os excedentes milho para a produção de FHCS, transformando-o numa parte importante da dieta dos norte-americanos, fazendo aumentar o consumo total de frutose nos EUA em quase 30% entre 1970 e 2000, em particular nas bebidas adoçadas com FHCS. Com a progressiva utilização do HFCS em alimentos e bebidas, cresceu a pressão para o aumento da produção de xarope de milho com alto teor de frutose, aumentando a tensão entre os produtores de açúcar e os produtores de xarope de milho, protegidos por tratados internacionais como o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) envolvendo os EUA, o Canadá e o México, permitindo às empresas dos EUA passar a exportar elevadas quantidades de FHCS para o México sem que este se pudesse opor taxando esse produto.
O papel da utilização do xarope de milho com alto teor de frutose tem sido associado ao aumento da Diabetes e da Obesidade no mundo como comprovam dois dos muitos trabalhos de investigação publicados que aqui deixamos.


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