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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

SMARTPHONES - DESIGUALDADES NA ATIVIDADE FÍSICA ENTRE PAÍSES E GÉNERO

Num estudo recentemente publicado na revista Nature, “Large-scale physical activity data reveal worldwide activity inequality”, um grupo de investigadores da Universidade de Stanford dedicados ao estudo da "Activity Inequality" , liderados por Jure Leskovec e Scott Delp, procurou perceber os princípios que governam a atividade física e a sua variabilidade na população.

Aproveitando a vasta utilização de aplicações instaladas em smartphones que rastreiam a atividade física dos seus utilizadores, os investigadores analisaram 68 milhões de dias de atividade física referentes a smartphones de 717.527 de pessoas em 111 países em todo o mundo, definindo um novo risco de saúde pública que denominaram de desigualdade de atividade. 
O estudo para além de confirmar que a desigualdade na atividade física é um bom preditor da prevalência da obesidade, uma vez que nos países onde essa desigualdade é maior são também os países onde a obesidade é mais prevalente, revelou ainda que o género desempenhava um papel influente nas desigualdades na atividade física, mostrando que para além da informação já anteriormente recolhida em estudos prévios de que os homens caminham mais do que as mulheres, existe também uma variação de país para país no que se refere às desigualdades na atividade física com consequências negativas para as mulheres.

De acordo com os resultados publicados registaram-se diferenças significativas entre os passos medidos entre homens e mulheres por países, variando entre uma diferença de 4% na Suécia e 38% no Catar. (aqui)
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Estas diferenças que habitualmente são justificadas pelos diferentes papéis na cultura de género entre homens e mulheres e por questões ambientais, devem também ser explicadas pelo assédio e pelo medo das mulheres andarem sozinhas pelas ruas em muitos países e cidades. (aqui)

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

DESIGUALDADES DE GÉNERO EM SAÚDE - UNIÃO EUROPEIA - PROJETO SOPHIE

O projeto europeu SOPHIE desenvolvido entre Novembro de 2011 e Outubro de 2015, teve como objetivo gerar novas evidências sobre o impacto das políticas estruturais europeias sobre as desigualdades na saúde, e desenvolver metodologias inovadoras para a avaliação destas políticas na Europa.

A maior parte da população considera que as principais causas das desigualdades em saúde resultam da genética ou dos comportamentos individuais como os chamados estilos de vida (consumo de tabaco, de álcool, etc.), é o que se chama de “ideologia biomédica dominante”. Contudo e apesar de serem importantes, estas causas não permitem explicar o estado de saúde da população, nem a produção de desigualdades em saúde numa determinada sociedade.

Tal como reconheceu a Organização Mundial de Saúde através da Comissão dos Determinantes Sociais da Saúde as desigualdades em saúde são influenciadas por fatores como: as condições de vida e de trabalho, como são o contexto político e socioeconómico do país onde vivemos, as condições de trabalho e do emprego (situação laboral e precaridade), o nível de rendimentos, o trabalho não remunerado (tarefas domésticas rotineiras, como cozinhar, limpar, jardinar e cuidar da casa), a qualidade da habitação e o local onde se situa. Reconheceu também que os serviços de saúde podem ter um efeito sobre as desigualdades, sobretudo se o acesso, a utilização e a qualidade forem desfavoráveis aos grupos sociais mais desfavorecidos.

Tendo isto em conta é necessário desenvolver e por em prática políticas públicas que possam reduzir as desigualdades em saúde, para isso é necessário estudar e analisar as desigualdades em saúde e as políticas que as tentam reduzir, objetivo do projeto SOPHIE.

O Exemplo das Desigualdades de Género em Saúde na União Europeia.
As conclusões do projeto SOPHIE confirmam que na maioria dos países europeus as mulheres têm pior saúde do que os homens, apesar de viverem mais anos e que as desigualdades de género na saúde são maiores em países com políticas menos orientadas para a igualdade de género.

Assim nos países que o projeto SOPHIE denomina de tradicionais (sul e centro) e contraditórios as mulheres são mais propensas a relatar pior saúde do que os homens, sobretudo nos países do Sul, resultados confirmados no caso de Portugal no recente Inquérito Nacional de Saúde  2014.

Nos países orientados para o mercado as desigualdades de género atingem sobretudo a saúde mental, sobretudo entre as classes trabalhadoras e em particular entre os assalariados.

O peso da combinação entre o emprego e as tarefas familiares parecem ser especialmente prejudiciais para a autopercepção da saúde e da saúde mental para as mulheres dos países.