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sábado, 5 de março de 2016

CONHEÇA A SAÚDE DO SEU MUNICÍPIO - INES, um projeto de investigação da Universdade de Coimbra

Saúdemunicípio é uma plataforma tecnológica, assente em sistemas de informação geográfica, desenvolvida por um grupo de investigadores do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da Universidade de Coimbra coordenado pela Professora Paula Santana no âmbito do Projeto GeoHealthS com objetivo de avaliar a saúde da população portuguesa nos últimos 20 anos, através da construção, aplicação e disponibilização de um Índice de Saúde da População, à escala do município (INES).

O INES integra 6 dimensões que correspondem a grandes áreas de preocupação para a saúde (socioeconómica, de ambiente físico, de estilo de vida, de cuidados de saúde, de mortalidade e de morbilidade) divididas por duas dimensões de Resultados em Saúde mortalidade e morbilidade) e quatro de Determinantes da Saúde (Económica e Social, Ambiente físico, Cuidados de Saúde e Estilos de vida), agregando 43 critérios de avaliação, aos quais estão associados um ou mais indicadores que descrevem o desempenho dos municípios em cada critério.

O INES, uma medida compreensiva, holística e multidimensional, incorpora duas grandes componentes de avaliação da saúde da população: os Resultados em Saúde e os Determinantes da Saúde permitindo a tomada de decisões sobre as áreas prioritárias de intervenção das políticas públicas ao nível do município.

Consulte o eBOOK do GeoHealthS (aqui)

Consulte o INES (aqui)



SUICÍDIO EM PORTUGAL - CRISE - PRIVAÇÃO E RURALIDADE

Em Setembro de 2015, um grupo de investigadores portugueses liderado pela Professora Paula Santana, publicou na revista “Health & Place” um artigo intitulado “Suicide in Portugal: Spatial determinants in a context of economic crisis” resultante de um estudo suportado pelos projetos GeoHealthS – Health Status Geography: An application of the Population Health Index in the last 20 years e SMAILE –Study on Mental Health. Assessment of the Impact of Local and Economic conditioners com o objetivo de verificar a existência de uma possível associação estatística positiva entre a mortalidade por suicídio e o local de residência (municípios) antes e durante o período de crise económica (2008-2012) num período de cerca de 20 anos. Para isso os investigadores estudaram a evolução geográfica da mortalidade por suicídio em Portugal, a sua distribuição por sexos, e analisaram a associação estatística entre o risco de morrer por suicídio e os índices de privação e ruralidade (determinantes de saúde).
Preventing suicide: A global imperative - WHO

Apesar de Portugal se encontrar entre os países da Europa com um baixa taxa de suicídio, (aqui) foi de acordo com o estudo “Relationship of suicide rates to economic variables in Europe: 2000-2011” publicado em 2014 no British Journal of Psichiatry foi o único dos países europeus que não observou uma clara redução na taxa por suicídio durante década de 2000 (2000-2011), pelo que os resultados obtidos pelos investigadores adquirem um especial interesse, uma vez que entre os resultados obtidos se conclui que o padrão de divisão tradicional entre o Norte/Sul do comportamento suicidário tem vindo a desaparecer “This trend is due to an increase of risk in the Centro region and in the inland of the Norte region, mainly in rural municipalities close to the border with Spain, and a decrease in some urban municipalities from the Lisbon MA and the Algarve region”, tornando-se mais pronunciada a separação entre os territórios urbanos e rurais, estando a mortalidade por suicídio associada a níveis mais elevados de ruralidade, tanto para homens como para mulheres.

No que se refere aos determinantes sociais o estudo encontrou uma associação positiva entre o risco de mortalidade por suicídio e o índice de privação material por município. Os municípios com maior privação material tem quase 50% mais risco de mortalidade por suicídio do que aqueles que vivem em municípios com menor privação.

… we identified an association between economic crisis and suicide through material deprivation. A relevant statistical association between suicide distribution and this contextual variable, which translates the education, housing and employment conditions in each small-area (compared to the national average), was found for the first and the last study periods, which are closer to two IMF interventions in Portugal, and not for the middle period. The middle period (1999–2003) is associated with an economic boom. The recent evolution reflects the current economic crisis, responsible of a shift on the previous tendency of decreasing deprivation). With the implementation of austerity measures and the consequent cuts in spending on health care and social support vulnerable population groups living in municipalities with higher deprivation were more affected by negative consequences.