sábado, 2 de fevereiro de 2019

1 EM CADA 5 PORTUGUESES INCAPAZES DE MANTER AS SUAS CASAS AQUECIDAS


Em 2017, de acordo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento Europeu (EU-SILC), publicado pelo Eurostat no dia 31-01-2019, 41 dos cerca de 512,6 milhões de habitantes (8%) da União Europeia não tinha capacidade para manter a sua casa aquecida suficientemente, variando entre os 37% da Bulgária e os cerca de 2% do Luxemburgo, da Finlândia ou da Holanda. (aqui)
EU-SILC 2017
No caso Português em 2017 o país situava-se na 5.ª posição entre os países em que um maior número de cidadãos não tinha capacidade para manter a sua casa aquecida suficientemente, com cerca de 20.4% das pessoas (1 em cada 5 pessoas) a viver em agregados familiares sujeitos a pobreza energética (famílias que têm de consagrar mais de 10% dos seus rendimentos à eletricidade e ao aquecimento, definição da OMS). Resultado que representa uma melhoria de cerca de 2.1% em comparação com 2016 confirmando os progressos verificados nos ùltimos 12 anos.
De acordo com a evidência publicada (aquisão os mais pobres e em particular os mais velhos (especialmente os que têm idade superior a 85 anos) que são os mais propensos a terem em simultâneo as casas mais frias e húmidas e a menor capacidade para as manterem aquecidas, gerando condições propícias ao agravamento da sua condição de saúde, circunstâncias que no caso português tem contribuido para o excesso de mortalidade verificado durante os meses de Inverno, conhecido como “paradoxo da mortalidade de inverno” uma vez que é o exemplo do país que apesar de ter um clima ameno apresenta uma maior variação sazonal de mortalidade sendo apontado como um paradoxo.

Portugal necessita que as autoridades e em particular as de saúde ao invés de centrarem apenas as suas prioridades em torno da vacinação antigripal e do reforço do atendimento nos serviços de urgência, desenvolvam ações que permitam conhecer a população em pobreza energética e influenciem as políticas públicas de combate à pobreza energética, enquanto deterimante social de saúde.


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