Em
2017, de acordo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento
Europeu (EU-SILC), publicado pelo Eurostat no dia 31-01-2019, 41 dos
cerca de 512,6 milhões de habitantes (8%) da União Europeia não
tinha capacidade para manter a sua casa aquecida suficientemente,
variando entre os 37% da Bulgária e os cerca de 2% do Luxemburgo, da
Finlândia ou da Holanda. (aqui)
EU-SILC 2017 |
No
caso Português em 2017 o país situava-se na 5.ª posição entre os
países em que um maior número de cidadãos não tinha capacidade
para manter a sua casa aquecida suficientemente, com cerca de 20.4%
das pessoas (1 em cada 5 pessoas) a viver em agregados
familiares sujeitos a pobreza energética (famílias que têm de
consagrar mais de 10% dos seus rendimentos à eletricidade e ao
aquecimento, definição da OMS). Resultado que representa uma
melhoria de cerca de 2.1% em comparação com 2016 confirmando os
progressos verificados nos ùltimos 12 anos.
De
acordo com a evidência publicada (aqui) são os mais pobres e em particular
os mais velhos (especialmente os que têm idade superior a 85 anos)
que são os mais propensos a terem em simultâneo as casas mais frias
e húmidas e a menor capacidade para as manterem aquecidas, gerando
condições propícias ao agravamento da sua condição de saúde,
circunstâncias que no caso português tem contribuido para o excesso
de mortalidade verificado durante os meses de Inverno, conhecido como
“paradoxo da mortalidade de inverno” uma vez que é o exemplo do
país que apesar de ter um clima ameno apresenta uma maior variação
sazonal de mortalidade sendo
apontado como um paradoxo.
Portugal
necessita que as autoridades e em particular as de saúde ao invés
de centrarem apenas as suas prioridades em torno da vacinação
antigripal e do reforço do atendimento nos serviços de urgência,
desenvolvam ações que permitam conhecer a população em pobreza
energética e influenciem as políticas públicas de combate à
pobreza energética, enquanto deterimante social de saúde.
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