Os Jogos
Olímpicos – Rio 2016, terminaram. De acordo com a imprensa internacional e a
própria imprensa brasileira, tinham tudo para correr mal, era o zika vírus, a
poluição da baía de Guanabara, os problemas detetados na aldeia olímpica, etc.,
mas no fim o Brasil e o Rio de Janeiro demonstraram que os brasileiros, entre
muitas contradições, souberam organizar os primeiros Jogos Olímpicos de verão realizados
na América do Sul. (aqui) (aqui) (aqui)
Durante os
Jogos a vida continuou, como disse o presidente do Comité Olímpico
Internacional, Thomas Bach, o Rio 2016 não ficou isolado do resto do Brasil.
“Os Jogos não foram organizados numa bolha, mas numa cidade em que há problemas
sociais, e onde a vida real continua durante a olimpíada”.
Rafaela Silva - Medalha de Ouro Judo - Instituto Reação - Cidade de Deus |
A escolha
do Rio como sede olímpica aconteceu em 2009 em Copenhaga, durante o segundo
mandato do presidente Lula da Silva, quando o Brasil vivia um período de bom desempenho
económico e social e uma projeção mundial crescente, enquanto a sua organização
foi gerida pela presidente Dilma Rousseff, entretanto afastada pelo Senado após
meses de campanha nos principais órgãos de imprensa brasileiros (nas mãos de um
pequeno grupo de famílias, entre as mais ricas do Brasil, claramente
conservadoras, que durante décadas usaram os meios de comunicação em favor das
classes poderosas e favorecidas, mantendo e assegurando uma grande desigualdade
social), mergulhando o Brasil numa grave crise política, económica e social,
com o objetivo da velha elite voltar a impor uma agenda conservadora e
neoliberal (aqui) a que o jornal Guardian classificou de “A lot of testosterone and little pigment", opondo-se a anos de redistribuição de rendimento e de combate à
pobreza. O que se teria dito de Lula da Silva e Dilma Roussef se os Jogos – Rio
2016 tivessem fracassado.
Terminados
os Jogos – Rio 2016, dar-se-á passo à discussão sobre o legado dos Jogos
Olímpicos 2016 para o Rio e para o Brasil (aqui) (aqui) até que comecem os próximos Jogos
Olímpicos de verão de 2020 (aqui). Ficará também a discussão sobre os Jogos, como um
espelho das desigualdades entre países, espelhando as diferenças
de rendimento e de oportunidades quer no que se refere ao número de
participantes, quer no que se refere à distribuição de medalhas. (aqui)