terça-feira, 23 de agosto de 2016

RIO 2016 - O LEGADO - VALEU A PENA ?

Os Jogos Olímpicos – Rio 2016, terminaram. De acordo com a imprensa internacional e a própria imprensa brasileira, tinham tudo para correr mal, era o zika vírus, a poluição da baía de Guanabara, os problemas detetados na aldeia olímpica, etc., mas no fim o Brasil e o Rio de Janeiro demonstraram que os brasileiros, entre muitas contradições, souberam organizar os primeiros Jogos Olímpicos de verão realizados na América do Sul. (aqui) (aqui) (aqui)

Durante os Jogos a vida continuou, como disse o presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, o Rio 2016 não ficou isolado do resto do Brasil. “Os Jogos não foram organizados numa bolha, mas numa cidade em que há problemas sociais, e onde a vida real continua durante a olimpíada”.
Rafaela Silva - Medalha de Ouro Judo - Instituto Reação - Cidade de Deus


A escolha do Rio como sede olímpica aconteceu em 2009 em Copenhaga, durante o segundo mandato do presidente Lula da Silva, quando o Brasil vivia um período de bom desempenho económico e social e uma projeção mundial crescente, enquanto a sua organização foi gerida pela presidente Dilma Rousseff, entretanto afastada pelo Senado após meses de campanha nos principais órgãos de imprensa brasileiros (nas mãos de um pequeno grupo de famílias, entre as mais ricas do Brasil, claramente conservadoras, que durante décadas usaram os meios de comunicação em favor das classes poderosas e favorecidas, mantendo e assegurando uma grande desigualdade social), mergulhando o Brasil numa grave crise política, económica e social, com o objetivo da velha elite voltar a impor uma agenda conservadora e neoliberal (aqui) a que o jornal Guardian classificou de “A lot of testosterone and little pigment", opondo-se a anos de redistribuição de rendimento e de combate à pobreza. O que se teria dito de Lula da Silva e Dilma Roussef se os Jogos – Rio 2016 tivessem fracassado.

Terminados os Jogos – Rio 2016, dar-se-á passo à discussão sobre o legado dos Jogos Olímpicos 2016 para o Rio e para o Brasil (aqui) (aqui) até que comecem os próximos Jogos Olímpicos de verão de 2020 (aqui). Ficará também a discussão sobre os Jogos, como um espelho das desigualdades entre países, espelhando as diferenças de rendimento e de oportunidades quer no que se refere ao número de participantes, quer no que se refere à distribuição de medalhas. (aqui)