quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

2016 - DECLARAÇÃO DE CURITIBA - GARANTIR A DEMOCRACIA E OS DIREITOS HUMANOS

A 22ª Conferência Mundial de Promoção da Saúde da União Internacional de Promoção da Saúde e da Educação (UIPES), realizada em Curitiba, capital do Estado do Paraná. Brasil, no passado mês de Maio aprovou a Declaração de Curitiba, sob o lema “ Garantir a Democracia e os Direitos Humanos em todos os países”.

A Declaração de Curitiba (aqui), integra o espírito de compromisso e apela a ação local e global em favor da democracia, da equidade, da justiça e da garantia de direitos sociais e de saúde para todos, em um mundo inclusivo e sustentável.

Esta Declaração representa a voz de pesquisadores, profissionais, membros de movimentos sociais e formuladores de políticas, que participaram da 22ª Conferência Mundial de Promoção da Saúde da UIPES, realizada em Curitiba, em maio de 2016. A Declaração de Curitiba articula as recomendações dos participantes da Conferência em relação a como podemos melhorar a vida dos indivíduos ao fortalecer a promoção da saúde e aumentar a equidade onde vivemos e trabalhamos, em nossas cidades e países.

Queremos ressaltar que, há pelo menos três décadas, já se reconhece a equidade como um pré-requisito para saúde e um objetivo importante de promoção da saúde. A iniquidade deve ser considerada um objetivo não sustentável. Como o processo de criação das Metas de Desenvolvimento Sustentável já está encerrado, não é possível acrescentar a conquista de saúde e equidade como um objetivo em separado.

Os participantes da 22ª Conferência Mundial de Promoção da Saúde da UIPES clamam a si mesmos e à sociedade internacional pela busca de uma agenda comum, além de laços solidários que unam forças para defender a prioridade da democracia e dos direitos humanos, condições essenciais para a promoção da saúde e da equidade.
Neste sentido:
1.      Austeridade causa iniquidade. O direito à saúde não deve ser tratado como uma mercadoria.
2.      Devemos reconhecer o meio ambiente ameaçador e hostil em que vivemos, e as práticas predatórias de algumas corporações. Um sistema social movido por acúmulo de capitais e extrema concentração de riquezas é inconsistente com alcance de metas de equidade.
3.      Os governos devem implementar e cobrar impostos de renda progressivos para abordar saúde e equidade.
4.      Os governos devem usar estratégias inovadoras, que fortaleçam e protejam o direito universal à saúde e o bem-estar dos cidadãos do mundo, durante os períodos de crises financeiras.
5.      O mundo clama por novos processos de participação social e inclusão efetivas.
6.      Os atores sociais são convidados a se engajarem em uma reflexão crítica sobre seu papel como participantes ativos, no exercício da cidadania.
7.      A promoção da saúde sofre influência direta e indireta da política e ideologias.
8.      As estratégias da promoção da saúde demandam várias intervenções emancipatórias.
9.      O nível local tem um grande potencial transformador, portanto é imperativo mobilizar e pressionar as autoridades locais para incluir a saúde e equidade em sua agenda.
10.    As evidências de pesquisas deveriam ser utilizadas como um instrumento para mudança social positiva. Precisamos de ciência que tenha compaixão e abordagem intercultural.
11.    As instituições devem reconhecer sua influência na mudança e eliminação de todas as formas de discriminação e exclusão.
12.    A promoção da saúde desempenha um papel fundamental na geração de condições e ambientes que desenvolvam capacidades.
13.    A promoção da saúde deve reconhecer o potencial e a capacidade dos indivíduos durante todo o ciclo de vida
14.    Promover o uso mais transparente e melhor da política e do poder é um imperativo ético.
15.    Os promotores da saúde devem trabalhar para garantir a apropriação dos projetos com as pessoas com quem trabalham.
16.    É necessário compreender melhor as ameaças e causas que afetam as chamadas populações vulneráveis.
17.    É importante que o setor saúde esteja pronto para aprender, e não simplesmente ensinar os outros setores.
18.    A promoção da saúde não é viável sem estes quatro princípios básicos: equidade, direitos humanos, paz e participação.

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