A revista
Lancet de 10 de Novembro (aqui) apresenta os resultados de 2017 da Carga de Doença
Global (GBD), que também podem ser explorados de uma forma interativa no sítio
da internet do Institute for Health Metrics and Evaluation (aqui), estando
disponíveis para os 195 países estudados.
Dos trabalhos apresentados salientamos o estudo “Measuring progress from 1990 to 2017 and projecting attainment to 2030 of the health-related Sustainable Development Goals for 195 countries and territories: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017” onde os autores analisam 41 dos 52 indicadores relacionados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Setembro de 2015, para 195 países e territórios entre 1990 e 2017, tendo incluído pela primeira vez na história do GBD, estimativas sobre o número de profissionais de saúde existentes.
Dos trabalhos apresentados salientamos o estudo “Measuring progress from 1990 to 2017 and projecting attainment to 2030 of the health-related Sustainable Development Goals for 195 countries and territories: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017” onde os autores analisam 41 dos 52 indicadores relacionados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Setembro de 2015, para 195 países e territórios entre 1990 e 2017, tendo incluído pela primeira vez na história do GBD, estimativas sobre o número de profissionais de saúde existentes.
No Editorial
desta edição da revista Lancet intitulado “GBD 2017: a fragile world”, o
editorialista chama à atenção dos leitores, dos governos e das agências
internacionais para a iminente perda de ganhos em saúde que se vinham a
registar desde que os resultados da Carga de Doença Global(GBD) tem vindo a ser
publicados, sugerindo uma leitura cuidadosa do “Global Burden of Disease Study 2017”, uma vez que os resultados apresentados, mostram taxas globais de
mortalidade estagnadas ou a diminuir em plateau, chamando à atenção para o aumento
de 118% das causas de morte resultantes de conflitos armados e ações
terroristas nos últimos 10 anos.
Ao contrário
do que era habitual com a apresentação dos resultados anuais da Carga de Doença
Global caracterizados até aqui por progressos significativos, os resultados de 2017
mostram um crescimento preocupante da dependência de opiáceos, do dengue, da
depressão e das doenças crónicas. Aumentam a prevalência da obesidade, os
transtornos depressivos e as mortes por dengue (de 24.500 em 2007 para 40.500 em
2017).
No caso da
dependência dos opiáceos, 2017 apresenta 4 milhões de novos casos e 110.000
mortes, resultados sem precedentes, e no caso das doenças crónicas, responsáveis
por 73% de todas as mortes globais
em 2017, apenas quatro fatores de risco: pressão alta, tabagismo, glicemia elevada
e índice de massa corporal elevado, são responsáveis por mais de metade de
todas as mortes (28,8 milhões).
A estes
menos bons resultados soma-se a escassez global e a distribuição desigual dos
profissionais de saúde. Os autores estimam que apenas metade dos 195 países
estudados tenha os profissionais de saúde necessários para prestar cuidados de
saúde de qualidade (estimados em 30 médicos, 100 enfermeiras ou parteiras e
cinco farmacêuticos por cada 10 000 pessoas), estimando-se os maiores défices
nos países da África subsaariana, do sudeste asiático, do sul da Ásia e de
alguns países da Oceânia.
Resultados
que a revista classifica de perturbadores, uma vez que tanto os dados globais
como os parcelares mostram que nenhum país está no caminho certo para cumprir
todos os ODS relacionados com a Saúde até 2030.
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