sexta-feira, 11 de março de 2016

PÁSCOA - CHOCOLATE - TRABALHO ESCRAVO - TRABALHO INFANTIL

Os ovos têm estado associados desde sempre à fertilidade, ao renascimento e ao início, tendo a cultura cristã contribuindo para a sua associação à festa da Páscoa. A partir do século XIX a indústria passou a produzi-los em chocolate, primeiro em chocolate negro maciço e mais tarde em chocolate fino depois da descoberta holandesa que permitiu a separação de manteiga de cacau a partir do grão de cacau em 1828 e a introdução de um cacau puro pela Cadbury Brothers em 1866. 

Company
Net Sales 2015 (US$ millions)
Mars Inc (USA)
18,400
Mondelēz International (USA)
16,691
Nestlé SA (Switzerland)
11,041
Ferrero Group (Luxembourg / Italy)
9,757
Meiji Co Ltd (Japan)
8,461*
Hershey Co (USA)
7,422
Chocoladenfabriken Lindt & Sprüngli AG (Switzerland)
4,171
Arcor (Argentina)
3,000
Ezaki Glico Co Ltd (Japan)
2,611*
Yildiz Holding (Turkey)
2,144
 Reference:
Candy Industry, January 2016

Com a industrialização do Chocolate no século XX o consumo em massa iniciou-se a partir da I Guerra Mundial, passando a Páscoa a ser uma das principais ocasiões em que a indústria do chocolate mais aposta, pelo menos em algumas regiões onde este hábito se tornou mais frequente, a exemplo do Reino Unido cada criança pode receber no período da Páscoa até 2,5 kg de ovos de chocolate no período da Páscoa (aqui) ou cerca de 71 euros em ovos de chocolate (aqui). Mesmo em Portugal (aqui), país onde se consome menos chocolate do que no Reino Unido, 1.7 Kg por pessoa contra 7.6 Kgs no Reino Unido é habitual oferecer chocolate e ovos de chocolate pela época da Páscoa que agora se avizinha.
Mas quando comprar chocolate para oferecer lembre-se de alguns fatos:

Apesar de existirem leis internacionais que proíbem o trabalho escravo e o trabalho escravo infantil e dos maiores produtores de chocolate terem acordado em 2001 estabelecer um protocolo para acabarem até 2005 com a utilização de cacau proveniente de explorações que utilizassem trabalho escravo e trabalho escravo infantil, um recente trabalho da Universidade de Tulane para US Department of Labour e para Organização Internacional do Trabalho estimou que “ almost 96 percent of the 2.12 million child laborers in cocoa production inthe two countries were involved in hazardous work in the 2013/14 harvest season, representing a 13 percent increase from the 2008/2009season. Despite these increases, children working in cocoa productionwere less likely to be exposed to multiple hazards in 2013/14 than in2008/09. Also, the number of children working in cocoa attending school rose from 59 percent to 71 percent in Côte d’Ivoire and from 91 percent to 96 percent in Ghana.
Em 2015 o Tribunal Supremo dos Estados Unidos deu como procedente queixas contra 3 dos principais produtores mundiais, Mars, Nestlé e Hershey por continuarem a “ turna blind eye" to human rights abuses by cocoa suppliers in West Africa while falsely portraying themselves as socially and ethically responsible.”

Se na Páscoa oferecer chocolates saiba quem são as grandes marcas que continuam a utilizar trabalho escravo (aqui) e as marcas éticas aqui)






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