quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A COCA-COLA E A PEPSI DERAM MILHÕES DE DÓLARES A ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE AMERICANAS PARA MELHORAREM A IMAGEM DOS REFRIGERANTES E EVITAREM LEGISLAÇÃO DESFAVORÁVEL

De acordo com a investigação publicada em 10 de Outubro no American Journal of Preventive Medicine, “Sponsorship of National Health Organizations by Two Major Soda Companies” (aqui), a Coca-Cola e a PepsiCo gastaram milhões de dólares “Between 2011 and 2014, the Coca-Cola Company spent on average 4$6 million per year, PepsiCo spent 4$3 million per year, and the American Beverage Association spent 4$1 million per year. All three expenditures spiked in 2009, when these groups fought the 2009 federal soda tax; in that year, Coca-Cola spent $9.4 million, PepsiCo spent $9.5 million, and the American Beverage Association spent $18.9 million” a patrocinar um total de 96 organizações de saúde americanas com papéis importantes quer na promoção de hábitos saudáveis quer na luta contra a obesidade ou a diabetes, problemas de saúde potenciados pelo crescente aumento do consumo de alimentos de alta densidade energética e de refrigerantes, “ From 2011 to 2015, the Coca-Cola Company and PepsiCo were found to sponsor a total of 96 national health organizations, including many medical and public health institutions whose specific missions include fighting the obesity epidemic. During the study period, these two soda companies lobbied against 29 public health bills intended to reduce soda consumption or improve nutrition.”

De acordo com o estudo os patrocínios tinham como objetivo melhorar a imagem das companhias e dos seus produtos junto da população, usando o relacionamento com as organizações de saúde para desenvolver ações positivas para as suas marcas e neutralizar a sua potencial oposição a legislação que penalize ou restrinja as bebidas com alto teor de frutose, como a redução do volume das bebidas dispensadas ou a aplicação de “ sodas taxes” (aqui)invocando a reciprocidade financeira por parte das organizações financiadas “Rather than supporting public health, organizations may become unwitting partners that contribute to corporate marketing strategy. Indeed, sponsorship is considered as a marketing tool by both the Federal Trade Commission and soda companies themselves”.

Das 96 organizações patrocinadas, 63 são organizações de saúde pública, 19 organizações médicas, sete fundações de saúde, 5 organizações governamentais e duas organizações de ajuda alimentar, da lista constam duas organizações ligadas à Diabetes, American Diabetes Association e a Juvenile Diabetes Research Foundation, a Cruz Vermelha Americana, importantes associações médicas como a American Medical Association (AMA), a American Cancer Society, a American Academy of Pediatrics, o American College of Cardiology ou a American Academy of Family Physicians e organizações governamentais como o Centers for Disease Control (CDC) ou o National Institutes of Health. Os autores dão como exemplo o comportamento da organização Save The Children, organização que defendia a aplicação de “soda taxes” que depois de receber um patrocínio de $5 milhões de dólares da Coca-Cola e da PepsiCo, “ suddenly dropped this effort in 2010 after receiving more than $5 million from the Coca-Cola Company and PepsiCo in 2009”.

O estudo recomenda que as organizações de saúde rejeitem estes patrocínios e encontrem fontes de financiamento alternativos, chamando a atenção para os conflitos de interesse gerados e para os viés introduzidos a favor das corporações, “ Lessons can be learned from the history of tobacco companies, which have long given money to sympathetic organizations that deal with domestic abuse, hunger, and minority advancement. Now, most organizations refuse tobacco money. Perhaps soda companies should be treated similarly.  Leading the way in this effort are the Academy of Nutrition and Dietetics, the American Academy of Pediatrics, the American Academy of Family Physicians, and the American College of Cardiology, all of which did not renew new contracts with Coca-Cola at the end of 2015. Other organizations should consider following this lead and that of the University of Colorado School of Medicine, which returned a $1 million sponsorship in 2015”.

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