Um recente
artigo publicado na revista Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, "Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America" (PNAS) de Dezembro de 2015, intitulado “Rising morbidity and mortality in midlife among white non-Hispanic Americans in the 21st century”, os
autores Anne Case e Angus Deaton
investigadores da Woodrow Wilson School of Public and International Affairs and
Department of Economics, Princeton University, Princeton, encontraram um
aumento significativo na mortalidade por qualquer causa entre os norte-americanos brancos não hispânicos dos 45 aos 54 anos, ao contrário
da descida verificada nos outros grupos
(black non-Hispanics and Hispanics).
De acordo com o estudo estes resultados não
só contrariam a redução verificada nas últimas décadas na mortalidade nos EUA, como
são únicos entre os países de renda alta. Este aumento da mortalidade para os
brancos não hispânicos é em grande parte explicada pelo aumento das taxas de
mortalidade consumo abusivo de álcool e drogas ilegais, suicídio, cirrose e doenças
crónicas do fígado, atingindo todas os níveis de escolaridade, mas sendo mais
marcada entre os menos escolarizados. O estudo revela ainda um aumento da
morbilidade entre as mulheres brancas não hispânicas, um agravamento (self-reported)
do estado de saúde em geral, da saúde mental, da capacidade para realizar as
atividades da vida da diária e ainda um aumento da dor crónica, da incapacidade
para o trabalho, e uma deterioração das provas da função hepática. Os autores concluem que as causas para estes resultados residem em
causas económicas e sociais que afetaram os brancos não hispânicos nas últimas
décadas.
Mortality by cause, white non-Hispanics ages 45–54 |
Estamos, pois, perante uma situação de “disempowerment”, circunstância em que as pessoas passam
a ter pouco controle sobre suas vidas, encontrando-se socialmente isoladas ou
incapazes de participar plenamente na sociedade.
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