sábado, 20 de fevereiro de 2016

WHITEHALL I - UMA RELAÇÃO INVERSA ENTRE GRADIENTE SOCIAL E MORTALIDADE

O nome "Whitehall'(rua e área onde se localiza o centro administrativo do Reino Unido localizado entre Charing Cross e Houses of Parliament) deu nome ao primeiro estudo “Whitehall” desenvolvido por Donald Reid e Geoffrey Rose na década de 60 (1967) como uma espécie de Framingham britânico, na medida em que foi um estudo longitudinal da doença cardio-respiratória e da diabetes, abrangendo cerca de 18.000 (homens) funcionários públicos de Whitehall, tendo como objetivos os fatores de risco individuais de saúde.
As diferenças socioeconómicas, à época, não estavam na agenda. Para a maior parte dos epidemiologistas a "classe social" não era um objeto de estudo, mas uma variável de controlo e a opinião geral era de que as pessoas pobres tinham doenças de privação material e as pessoas ricas tinham doença cardíaca e úlceras pépticas.

No entanto, o primeiro estudo Whitehall deixou claro que as desigualdades na saúde não se limitavam às consequências da pobreza sobre a saúde, uma vez que o estudo demonstrava uma relação inversa entre o grau de gradiente social e a mortalidade. Quanto menor o gradiente social maior o risco de morte. 

Assim e ao contrário da asserção popular os funcionários administrativos (clerical) e os trabalhadores manuais/operários (blue collor) tinham maior probabilidade de morrer de ataque cardíaco do que os gestores de topo. Fumar, fazer pouco exercício ou ter uma dieta pobre eram importantes mas apenas uma parte do problema.
De ora avante era necessário estudar o efeito do gradiente social sobre a saúde e a doença.

Daí nasceu o Whitehall II.


A decorrer desde 1985 o estudo Whitehall II  (aqui) completa no ano de 2016 a 12.ª Fase (aqui).

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