O nome "Whitehall'(rua e área onde se localiza o centro administrativo do Reino Unido localizado entre Charing Cross e Houses of Parliament) deu nome ao
primeiro estudo “Whitehall” desenvolvido por Donald Reid e Geoffrey Rose na
década de 60 (1967) como uma espécie de Framingham britânico, na medida em que
foi um estudo longitudinal da doença cardio-respiratória e da diabetes, abrangendo
cerca de 18.000 (homens) funcionários públicos de Whitehall, tendo como objetivos
os fatores de risco individuais de saúde.
As diferenças socioeconómicas,
à época, não estavam na agenda. Para a maior parte dos epidemiologistas a
"classe social" não era um objeto de estudo, mas uma variável de
controlo e a opinião geral era de que as pessoas pobres tinham doenças de
privação material e as pessoas ricas tinham doença cardíaca e úlceras pépticas.
No entanto, o
primeiro estudo Whitehall deixou claro que as desigualdades na saúde não se
limitavam às consequências da pobreza sobre a saúde, uma vez que o estudo
demonstrava uma relação inversa entre o grau de gradiente social e a mortalidade. Quanto menor o
gradiente social maior o risco de morte.
A avaliação realizada ao fim de 10
anos por Marmot, Shipley e Rose encontrou uma relação inversa entre o gradiente
social e a mortalidade “There was a steep inverse relation between grade and
mortality. Compared with the highest grade (administrators), men in the lowest grade had 3 times the mortality rate from coronary heart disease, from a range of other causes, and from all causes combined. This is larger than the mortality differences,nationally, between classes I and V. Smoking and other coronary risk factors are more common in the lowest grades, but these differences account for only part of the mortality difference. The similarity of the risk gradient from a range of specific diseases could indicate the operation of factors affecting general susceptibility. The inverse relation between height and mortality suggests that factors operating from early life may influence adult death rates.”
Assim e ao
contrário da asserção popular os funcionários administrativos (clerical) e os
trabalhadores manuais/operários (blue collor) tinham maior probabilidade de
morrer de ataque cardíaco do que os gestores de topo. Fumar, fazer pouco
exercício ou ter uma dieta pobre eram importantes mas apenas uma parte
do problema.
De ora avante
era necessário estudar o efeito do gradiente social sobre a saúde e a doença.
Daí nasceu o Whitehall II.
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