quarta-feira, 14 de setembro de 2016

USA - ADOLESCENTES - INSEGURANÇA ALIMENTAR E POBREZA

“Poverty is multidimensional. At least three dimensions of poverty can be measured: having relatively low income, lacking items or services that are socially understood as necessities, and perceiving oneself to be poor. Each of these ways of measuring assesses different dimensions of poverty that are important to health through a combination of material and psychosocial pathways and lead to the social-class gradient in health. Groups of people identified as poor by one of the measures may not be the same as those identified as poor by others. Relying on just one way of measuring poverty − income below 60% of median income, for example − may not be sufficient for policy purposes. From the perspective of designing policy to reduce health inequities, a combined approach is needed to capture the constituents of what people at different stages of life require as a minimum standard for healthy living”

Um estudo ontem publicado pelo Urban Institute, um think tank, fundado em 1968, pelo presidente Lyndon Johson para “to help solve the problem that weighs heavily on the hearts and minds of all of us—the problem of the American city and its people” em parceria com a Feeding America, a rede de bancos alimentares Americanos, “Impossible Choices: Teens and Food Insecurityin America", explorou três questões chave: 1. How do teens experience food insecurity in their families and communities? 2. What coping strategies, including risky behavior, do they use to survive? 3. What are barriers to teen participation in food assistance programs, and how could teens be better engaged?

Num contexto de agravamento da pobreza (nos últimos 20 anos) que a recessão de 2008 agravou cerca de “6.8 million people ages 10 to 17 are food insecure, meaning they don’t have reliable access to enough affordable, nutritious food. Another 2.9 million are very food insecure, and roughly 4 million live in marginally food secure households, where the threat of running out of food is real”, o relatório apresenta os resultados de um estudo exploratório qualitativo realizado através de 20 grupos focais em 10 comunidades norte-americanas, sobre como insegurança alimentar afeta os adolescentes americanos (com idades entre 13 a 18) e ameaça seu bem-estar.

O estudo conclui que quando a privação é severa e opções de emprego são limitadas, os jovens desenvolvem estratégias que põem em causa o seu bem-estar, a sua saúde e a sua dignidade, levando os jovens do sexo masculino a poder roubar ou a vender drogas e os jovens do sexo feminino a desenvolverem “transactional dating relationships”, isto é a manterem atividade sexual com homens mais velhos a troco de refeições ou bens materiais.
Outras conclusões:
  • Os adolescentes experimentam um sentimento de vergonha em torno de fome e escondem-no. Muitos recusam-se a aceitar alimentos ou ajuda em locais públicos ou de pessoas fora do seu círculo de amigos e familiares.
  • Os adolescentes com insegurança alimentar pensam em como aliviar a sua fome e conseguir que a comida possa durar mais tempo para toda a família. Vão comer a casa de amigos ou família para puderem guardar a comida da escola para o fim-de-semana.
  • ·Os pais tentam proteger os adolescentes da fome responsabilizando-se por lhes conseguir alimentos, por si próprios ou através de outrem. No entanto, os adolescentes acabam por assumir rotineiramente esse papel, passando fome, para que os irmãos mais novos possam comer ou encontrando maneiras de conseguir comida e dinheiro.
  • Os adolescentes preferem de uma forma esmagadora ganhar dinheiro através de um emprego formal, mas as perspetivas de emprego dos jovens são extremamente limitadas.
  • Nalgumas comunidades, os adolescentes falam sobre ir para a prisão ou perder o ano escolar (de forma a puderem frequentar escolas de verão e puderem comer na escola) como estratégias para garantir refeições regulares.





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