De vez em quando
a imprensa (aqui) dá-nos notícias das desigualdades, normalmente antes da
Cimeira de Davos, organizada pelo World Economic Forum onde se reúne a elite
mundial dos negócios. Este ano os principais jornais do mundo deram a conhecer
o relatório da OXFAM, "WEALTH: HAVING IT ALL AND WANTING MORE"
chamando a atenção dos seus leitores para esta "Era de
Desigualdades", “Les 62 personnes les plus riches au monde possèdent autant que les 3,5 milliards les plus pauvres” titulava o “Le Monde”, ou “Wealth Inequality Rising Fast, Oxfam Says, Faulting Tax Havens” no "New
York Times".
Mas raramente a imprensa internacional abre espaço para a discussão das suas causas. A este propósito vale a pena recordar que foi com as alterações económicas e sociais observadas mundialmente com a crise económica dos anos 70, e com o triunfo das receitas de Hayek e Friedman, implementadas por Margaret Thatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA) e Deng Xiaoping (China) seguindo a mesma ideologia "to be rich is to be glorious” nos anos 80 e mais tarde consolidadas no Consenso de Washington (aqui), dando origem a um mundo marcado pela globalização, pela liberalização dos mercados financeiros e dos fluxos internacionais do capital (controlo da inflação, credito barato, “financeirização”), com um aumento do poder das empresas e uma concentração do poder económico privado.
Mas raramente a imprensa internacional abre espaço para a discussão das suas causas. A este propósito vale a pena recordar que foi com as alterações económicas e sociais observadas mundialmente com a crise económica dos anos 70, e com o triunfo das receitas de Hayek e Friedman, implementadas por Margaret Thatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA) e Deng Xiaoping (China) seguindo a mesma ideologia "to be rich is to be glorious” nos anos 80 e mais tarde consolidadas no Consenso de Washington (aqui), dando origem a um mundo marcado pela globalização, pela liberalização dos mercados financeiros e dos fluxos internacionais do capital (controlo da inflação, credito barato, “financeirização”), com um aumento do poder das empresas e uma concentração do poder económico privado.
Neste novo mundo retratado por
Branko Milanovic, “... they have failed to deliver a much happier society.
Money, very unequally distributed, has fuelled corruption, allowed ostentatious
living, trivialized concern with poverty of others through often fake
rich-owned toy organizations that are ostensibly supposed to help the poor,
reduced essential social services in which the idea of citizenship was
embodied, like education and health. Western societies have become much richer,
but, to use the famous Thatcher’s quip, they have become much less societies:
they are often just collections of mutually competing individuals. China has
become immensely richer than in 1978, but it is one of the few countries in the
world where people are every year becoming less happy, according to World
Values Survey. And the same neoliberal programs, applied in Russia, after
nearly failing to destroy the country, have led to massive increases in
mortality and destroyed any social bonds and replaced them with anomie and
cynicism." (aqui)
Mais do que nunca justifica-se a
epígrafe deste Blog:
“Por que foi que cegámos, Não sei,
talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso,
Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.”
José Saramago
José Saramago
Por aqui continuaremos a desinquietar.
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