Nas últimas semanas os órgãos de comunicação social
portugueses deram alguma atenção à provável aprovação pela Comissão Europeia da
renovação da autorização para o uso do glifosato na União Europeia por um
período de 10 anos (aqui) (aqui), contrariando uma moção aprovada pelo parlamento europeu que
restringia a autorização a 7 anos e proibia o seu uso nas zonas escolares e
parques públicos(aqui)depois da Organização Mundial de Saúde (OMS) ter classificado
o glifosato no Grupo A2 “ provavelmente cancerígeno para humanos”(aqui).
O glifosato descoberto nos anos 50, foi patenteado nos
anos 70 pela empresa americana Monsanto na década de 70, quando esta
identificou a sua atividade herbicida, e vendido pela primeira vez em 1974 sob
o nome comercial de “Rondup”. Inicialmente utilizado como herbicida para
controlar ervas daninhas, a sua aplicação foi crescendo à medida que foram
introduzidos organismos geneticamente modificados resistentes ao glifostao os
chamados “Roundup Ready” de soja, milho e variedades de algodão, tornando-se no
herbicida, mais vendido e utilizado no mundo e presente atualmente sobre vários
nomes comerciais depois da patente ter caído no ano de 2000.
O glifosato para além de ser um disruptor endócrino (não se conhecendo
a dose segura) que pode produzir efeitos irreversíveis em várias fases da vida,
nomeadamente durante a gravidez, foi também identificado como “genotóxico”
interferindo na capacidade das células para copiarem com precisão o ADN e
reproduzi-lo, aumentando a possibilidade de ocorrerem mutações genéticas e um
maior risco cancerígeno.
Detetado, de acordo com a OMS “ in the air during spraying, in water, and in food.” e encontrado ao longo dos últimos anos no
pão, na cerveja, no leite, nos ovos e em produtos animais(aqui)(aqui)(aqui), foi classificado
pela OMS como provavelmente cancerígeno para os seres humanos e implicado como
causa provável de uma nefropatia tóxica causadora de doença renal crónica entre
a população do Sri Lanka, da Índia e da América Central, que em alguns países veio
a afetar cerca de 15% da população nos últimos 20 anos.(aqui) (aqui)
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Em Portugal quer a Ordem dos Médicos, quer a Plataforma Transgénicos Fora têm chamado à atenção para o crescimento da utilização do glifosato, " na última década a aplicação de glifosato aumentou cerca de 15% com 1400 toneladas usadas só em 2010." (aqui) e " Em 2012 aplicaram-se no país, para fins agrícolas, mais de 1400 toneladas de glifosato,..., entre 2002 e 2012 o uso de glifosato na agricultura mais do que duplicou." (aqui), advogando ambas pela suspensão do glifosato em todo o mundo.
Em estudos recentes realizados pela Agência Alemã do Ambiente e pelo Detoxproject encontraram níveis elevados de glifosato na urina dos voluntários (aqui) (aqui)
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