sexta-feira, 17 de junho de 2016

BRASIL - GOVERNO TEMER ANUNCIA CORTES PARA A SAÚDE E ATACA O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

O governo do Presidente interino do Brasil, Temer, resultante do afastamento temporário da Presidente Dilma Rousseff após o Senado brasileiro ter iniciado o processo de julgamento da Presidente, com o fim de decidir se há ou não razões para o seu “impeachment”, ficou envolto em polémica desde o seu início, quer por ser um governo de “homens brancos” citados em “processos por corrupção” quer pela contestação à forma como a Câmara de Deputados aprovou o processo de destituição do presidente, naquilo que é conhecido como um “golpe parlamentar” ou ainda pelas sucessivas demissões de ministros acabados de nomear.(aqui) (aqui) (aqui)(aqui)

Mas no que se refere à Saúde as notícias do lado de lá (Brasil) são preocupantes, uma vez que as propostas do presidente Temer e do ministro das finanças Henrique Meirelles, anunciadas pelo ministro Ricardo Barros prevêem cortes para a saúde e para o Sistema Único de Saúde, ‘Não contem com mais dinheiro’ o ‘tamanho do SUS precisa ser revisto’ disse o novo ministro da Saúde. (aqui)(aqui)

De acordo com a denúncia de entidades ligadas à saúde (Associação Nacional do Ministério Público de Contas, o Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Contas, a Associação Brasileira de Economia da Saúde, Associação Nacional do Ministério Público em Defesa da Saúde e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva) o Sistema Único de Saúde (SUS) perderá R$ 80 bilhões com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) proposta pelo governo de Temer. (aqui)


Aqui fica a posição do recém-eleito Presidente do Conselho Nacional de Saúde do Sistema Único de Saúde do Brasil “O Conselho Nacional de Saúde (CNS) instância máxima de deliberação do Sistema Único de Saúde – SUS - de carácter permanente e deliberativo, que tem como missão a deliberação, fiscalização, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas de saúde.” Ronald Ferreira dos Santos. (aqui)

" Na condição de presidente do Conselho Nacional de Saúde, e de coordenador nacional do Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública (SAÚDE+10), tenho a obrigação de reafirmar o posicionamento de centenas de milhares de brasileiros e brasileiras que atuam no controle social dos SUS: O povo brasileiro precisa, tem o Direito de MAIS SAÚDE!

A democracia participativa, através dos conselhos de saúde, é parte das conquistas que integram o SUS, sistema que os movimentos populares e da reforma sanitária escreveram na Constituição de 1988, um Sistema Único, de acesso universal, de atenção integral e público, um sistema que retirou milhões de brasileiros da indigência e lhes trouxe cidadania.

Entre as políticas sociais, a de Saúde foi fortemente restringida pelo processo de subfinanciamento crônico do SUS, desde os anos 90. Foram muitas as batalhas em que participaram o Conselho Nacional de Saúde, o CONASEMS (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), o CONASS (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde), os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, entidades da sociedade civil e movimentos populares para aumentar e garantir fontes estáveis de financiamento, entre as quais, destacamos a aprovação da Emenda Constitucional nº 29/2000 e da Lei Complementar nº 141/2012, bem como o projeto de lei de iniciativa popular (PLP 321/2013) que reuniu mais de 2,2 milhões de assinaturas a favor da alocação de 10% das receitas brutas da União para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde.

Agora, lutamos pela aprovação da PEC 01/2015 para aumentar os recursos do SUS até atingir 19,4% da receita corrente líquida a partir do sétimo ano da aprovação, já votada em primeiro turno na Câmara dos Deputados mediante acordo entre governo e oposição. Lutamos contra a PEC 143/2015, votada em primeiro turno no Senado Federal, porque se aprovada ela poderá retirar, segundo estimativas de especialistas, de R$ 40 bilhões a R$ 80 bilhões de recursos do SUS, provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Lutamos, também, contra a PEC 451, de iniciativa do Deputado Eduardo Cunha, cujo objetivo é acabar com o SUS público e universal em benefício dos Planos de Saúde Privados."