Nos últimos anos por toda a
Europa gerou-se um clima de confronto contra os emigrantes e os estrangeiros,
que tem vindo a amentar nos últimos meses por causa da crise dos refugiados da
Guerra da Síria.
Este ambiente de crispação
começou a crescer com o aumento do desemprego e da pobreza em muitos países da
Europa em resultado das medidas de austeridade em resposta à crise das dívidas
públicas, alimentando-se nos momentos seguintes do crescente fluxo de pessoas
verificado no último ano, composto por refugiados da guerra da Síria e
emigrantes vindos da África subsariana, do Iraque ou do Afeganistão e dos atos criminosos
e terroristas cometidos em Paris em nome do Daech.
ROTAS DE MIGRAÇÃO |
Por toda a Europa surgiram declarações
xenófobas e racistas, por toda a Europa surgiram posições nacionalistas, por
toda a Europa as forças de extrema-direita procuraram estigmatizar os emigrantes.
Neste contexto, se nada for feito
para combater a xenofobia e o racismo, agravar-se-ão as condições de saúde
destas comunidades (aqui), anteriormente já atingidas por restrições no acesso
aos cuidados de saúde anteriormente relatadas pela organização governamental “Médicos
do Mundo” no seu relatório de 2013 “Access to healthcare in Europe in a time of crisis and rising xenofobia”, seja pelo colapso dos serviços de saúde, como na
Grécia, seja pela restrição na utilização dos serviços por se encontrarem em
situação ilegal.
A SELVA DE CALAIS |
Estes milhares de pessoas,
refugiadas e emigrantes, perderam todas as suas referências, os seus pais, as
suas famílias, os seus vizinhos, as suas casas, as suas escolas, as suas
cidades, as suas credenciais (académicas e profissionais), os seus locais de
culto, os seus recursos e as suas soluções. Enfrentam as barreiras linguísticas
e as tensões culturais e religiosas. Merecem a nossa solidariedade e o nosso
acolhimento.
Propomo-vos a visita à exposição promovida pelos "Médecins du Monde"
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