No momento em que a comunidade internacional se mobiliza com o objetivo de pressionar os lideres mundiais para conseguirem um
Global climate march 2015 shoes |
acordo que cumpra o objetivo traçado para a 21.ª Conferência do Clima decorre em Paris entre os dias 30 de Novembro e 11 de Dezembro de 2015, estabelecer uma redução no aquecimento global de 2.º C. Vale a pena lembrar que as mudanças climáticas não são apenas uma preocupação dos ambientalistas, uma vez que os seus efeitos têm uma acção sobre o ambiente, a economia e o social.
Aqui ficam três razões pelas quais as mudanças climáticas são sociais e não apenas ambientais.
1.ª De acordo com as estimativas mais recentes do Banco Mundial, 12,7 por cento da população mundial, cerca de 986 milhões de pessoas, vivia com USA$1,90 por dia ou menos. Muitas destas pessoas dependem dos recursos naturais à sua volta para sobreviverem, pelo que as mudanças climáticas que se sucederam nos últimos anos, provocando inundações e secas extremas obrigam-os a mudar o seu modo de vida ou a deslocarem-se. Nas cidades os bairros mais pobres são mais afetados pela poluição e pelo aumento da temperaturas, não tem arborização, as casas não têm climatização e os materais utilizados retêm o calor.
2.ª Os pequenos agricultores que já lutam para conter intempéries e pragas, lutam por um preço justo para a sua produção numa competição desigual com as empresas agro-industriais de sistemas de monoculturas e esforçam-se por permanecerem no negócio. As mudanças climáticas agravam a vida dos agricultores, provocando temperaturas elevadas e alterações no padrão da precipitação afetando as colheitas e provocando uma diminuição na principal fonte de rendimento de comunidades inteiras. Os efeitos das alterações climáticas sobre os pequenos agricultores ameaçam a oferta de alimentos e a segurança alimentar, aumentando a volatilidade dos preços globais de alimentos.
Kiritabi |
3.ª Muitas comunidades são forçadas a abandonarem o seu território por causa da subida do mar ou da seca extrema. Pequenos Estados insulares, como a República do Kiritabi são particularmente vulneráveis às mudanças climáticas. Em 2014 a primeira aldeia das ilhas Fidji teve que ser realocada mais de 1 km para o interior por causa da subida da água do mar, esperando-se que outras 34 aldeias sigam o mesmo caminho. Recentemente o Presidente da República de Kiritabi, uma pequena nação do Oceano Pacífico comprou 8 milhas quadradas de terra a 1.200 de distância em Vanua Levu, a segunda maior ilha das Fidji, porque o Kiritabi, como outras ilhas do Pacifíco (Tuvalu, Maldivas) correm o risco de ficarem submergidas uma vez que o nível do mar naquela área sob à razão de 1.2 cm por ano, 4 vezes mais do que a média global.
Muito bom.
ResponderEliminarA preparação das cidades, - estratégia urbanística - a fim de melhor enfrentar as consequências das alterações climáticas é uma exigência incontornável, que está a passar despercebida a muitos dos responsáveis.
Vivo em Albufeira onde recentemente, ocorreu um fenómeno dramático - cheias brutais - que se repetirá, sem sombra de dúvida, com maior frequência.
Ouvimos alguns empresários mencionar que lhes falta coragem para investir nestes locais. São os chamados "cisnes negros"... só acreditaremos neles quando os tivermos tão perto dos nossos olhos que nos afectam.