O estudo Global Burden Disease 2010, atualizado em 2013 conduzido pelo “Institute for Health Metrics and Evaluation” da Universidade de
Washington, mostrou que no período de 1970 a 2013, as mulheres tiveram uma esperança
de vida mais longa do que os homens, 6.6 anos para as mulheres e 5.8 para os homens. Durante os 40 anos analisados o sexo
feminino viu aumentar a sua esperança de vida ao nascer de 61.2 anos para 73.3
anos, enquanto a esperança de vida ao nascer nos homens passou de 56.4 anos
para os 67.5 anos, aumentando assim a diferença na esperança de vida ao nascer entre
os sexos com desvantagem para os homens, situação que se agravou nos últimos 3 anos, à conta da situação na Coreia do Norte e no Ruanda.
Por volta de 2010, de acordo com
os dados conhecidos para a população mundial, as mulheres viviam em média mais
seis anos do que os homens. Na região com a menor esperança de vida ao nascer,
a África Central subsaariana os homens viviam em média menos 5.3 anos menos que
as mulheres e na Europa Oriental, a região onde se verificava a maior diferença
na esperança média de vida entre sexos, as mulheres da Federação Russa viviam
em média mais de 11,6 anos do que os homens.
Na União Europeia (EU28) a diferença na esperança de vida à nascença é favorável às mulheres em 5.5 anos,variando entre os 11.1 anos da Lituânia e os 3.7 anos do Reino Unido e da Holanda e os 3.5anos da Suécia. A diferença entre os sexos é
menor quando se olha para a esperança de vida na idade de 65. As mulheres com
65 anos em 2013 na UE-28 tinham uma esperança de vida de 21,3 anos, enquanto os
homens tinham 17,9 anos, portanto, uma diferença de 3,4 anos.
O que explica então esta disparidade entre homens e
mulheres?
As diferenças nos resultados em saúde entre
homens e mulheres estão relacionadas com as questões ligadas ao sexo e ao
género “ Differences in health outcomes between men and women are connectedwith issues related to sex (the biological and physiological characteristicsthat differentiate men and women) and gender (socially constructed roles andbehaviours of men and women based on norms and values of a particular society)”.
Apesar de em muitas sociedades,
os homens usufruírem no geral de mais oportunidades, privilégios e poder do que
as mulheres, essas múltiplas vantagens não se traduzem em melhores resultados
de saúde. Então como se explicam estas disparidades? De acordo com a avaliação realizada pelo UCL Institute of Health Equity e revisto por Michael Marmot “Review of social determinants and the health divide inthe WHO European Region:final report” os
piores resultados encontrados para a esperança de vida à nascença dos homens
refletem vários fatores “ greater levels of occupational exposure to physical
and chemical hazards, risk behaviours associated with male lifestyles, health
behaviour paradigms related to masculinity and the fact that men are less likely to visit a doctor when they are ill
and are less likely to report on the symptoms of disease or illness”.
Também no que refere aos comportamentos
de risco, homens e mulheres têm distribuições diferentes. Em 2010 no estudo Global
Burden Disease, de 67 fatores de risco e grupos de fatores de risco
identificados, 60 foram responsáveis por maior mortalidade nos homens do que
nas mulheres e os 10 principais fatores de risco foram mais comuns entre os
homens. Em 2010, 3,14 milhões de homens e 1,72 milhões de mulheres morreram de
causas ligadas ao uso excessivo de álcool, para muitos homens, o consumo
excessivo de álcool está ligado a noções de masculinidade num recente estudo realizado
em homens russos os autores confirmam que “ this study showed that the construction and
performance of Russian masculine identity is entwined with heavy drinking and
that heavy drinking in all-male groups (especially with work colleagues and in
young adulthood) was seen as routine, expected behaviour. All-male drinking occasions had a social function (particularly among young men) because they fostered male camaradeie and identity, and strong social and work bonds…increased social participation is likely to have various (potentially offsetting) influences on health behaviours, but in the context of Eastern Europe male sociability appears associated with higher levels of alcohol use driven by the norms of masculine behaviour…the all-male context of heavy drinking contrasts with Western European countries where drinking is more likely to take place in more gender-neutral contexts such as restaurants and the home”.
Finalmente, e no que se refere ao
trabalho, são conhecidas as diferenças entre homens e mulheres no que se refere
a morbidade e mortalidade. Em 2010, quase 750 000 homens morreram de causas relacionadas
com o trabalho, em contraste com pouco mais de 102 000 mulheres. Na Europa, 95% dos acidentes mortais e 76% dos acidentes não mortais ocorrem no local de trabalho e são experimentados por homens.
Para mais informação consultar "The State of Men’s Health in Europe"
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