O Relatório Anual de 2015 do Observatório Nacional da Diabetes – “Diabetes: Factos e Números” - referente ao ano de 2014, ontem apresentado, veio mais uma vez chamar à atenção da comunicação social e dos cidadãos para o elevado números de pessoas com Diabetes cerca de 1 milhão entre os 20 e 79 anos de idade, para o seu crescimento entre a população sénior e ainda para o fato de cerca de 44% das pessoas não terem conhecimento do diagnóstico de Diabetes.
Este "esquecimento ou omissão", determina que a abordagem da Diabetes se centre sobretudo nos chamados "estilos de vida" muitas vezes encarados como o esforço individual na luta entre o "certo e o errado", o "bem e o mal" ou entre a "virtude e o pecado", escondendo com ou sem premeditação, os determinantes sociais da Diabetes e o que fazer para os alterar.
Desde há muito que conhecemos os determinantes sociais da Diabetes. Sabemos que a Diabetes é mais preponderante entre as pessoas de baixos rendimentos, com menor escolaridade, e não apenas nos muito pobres, e que à medida que se desce no gradiente social, que se tem um trabalho mal pago e pouco qualificado, o número de pessoas com Diabetes aumenta. Os cidadãos mergulham num conflito de prioridades " compro a comida certa, pago a renda, a luz e a água, compro medicamentos" que lhes afetam a tomada de decisões.
Por outro lado, também são conhecidos os fatores sociais protetores, relacionados com a coesão social, que melhoram a auto-avaliação de saúde e mitigam os efeitos de privação.
É tempo das autoridades de saúde responsáveis pelas políticas públicas darem mais atenção aos determinantes sociais da saúde e se empenharem politicamente na diminuição da pobreza e na redução das desigualdades
Por outro lado, também são conhecidos os fatores sociais protetores, relacionados com a coesão social, que melhoram a auto-avaliação de saúde e mitigam os efeitos de privação.
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