sábado, 14 de novembro de 2015

A SAÚDE E O NEGÓCIO DA CARNE

No passado dia 26 de Outubro, a Agência Internacional de Investigação do Cancro (IARC), um organismo da Organização Mundial de Saúde que agrupa peritos que avaliam a causalidade dos fatores de risco para o cancro, classificou a carne processada como causa de cancro para os seres humanos (cancerígeno para os seres humanos, Grupo 1) e a carne vermelha como causa provável de cancro para os seres humanos (provavelmente cancerígeno para os seres humanos, Grupo 2A), depois analisar mais de 800 estudos.
A notícia provocou em todo o mundo uma acesa discussão, uma resposta poderosa de todo o mundo industrial com interesses na produção, distribuição e confeção de carnes e motivou uma reação jocosa por parte de muitos consumidores. Muitos dos media questionavam os seus leitores ou os seus entrevistados sobre a sua atitude individual sobre a sua atitude acerca do consumo da carne.
Mas foram poucos os que aproveitaram para questionar o elevado consumo de carne (aqui) que se tem verificado em todo o mundo desde que os anos 50 do século XX, desde que se iniciou a produção em larga escala e as suas consequências não só para a saúde dos seres humanos mas também para planeta.



Valeria a pena abordar os efeitos da produção mundial de carne, na perda de diversidade genética animal, no uso da água, na destruição das florestas, na utilização de herbicidas, de antibióticos, no desaparecimento dos pastores e pequenos produtores, no desaparecimento dos talhos a favor das grandes cadeias de supermercados, no uso de fundos públicos para subsidiar a produção animal, na concentração corporativa de toda a fileira da produção animal e tudo o que isso significa para a saúde pública.




Em conclusão vale a pena reduzir o consumo de carne vermelha e de produtos processados industrialmente preferir uma dieta mediterrânica equilibrada, e mobilizarmo-nos para alterar a "causa das causas".


Nota: Os peritos da IARC concluíram que por cada 50 gramas de carne processada ( ex: 2 fatias de bacon) aumentava em 18% o risco de cancro retal.  O que significa que se cerca de 7% dos homens e 5% das mulheres desenvolverem cancro do colón e reto ao longo da sua vida, tendo em conta o risco absoluto, um aumento de 18% no risco relativo significaria que mais 1 pessoa em cada cem desenvolveria um cancro se cada pessoa desse grupo comesse 50 gramas de carne processada todos os dias.





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