sexta-feira, 27 de novembro de 2015

GORDURAS TRANS - DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

A imprensa de hoje dá a conhecer os resultados preliminares do estudo PtranSALT  a decorrer desde 2012 com o objetivo de avaliar os ácidos gordos TRANS, gordura saturada e sal nos alimentos processados em Portugal. As conclusões agora apresentadas apontam para a redução das gorduras TRANS nos alimentos analisados e para a manutenção de teores elevados de gorduras saturadas e de sal. As gorduras TRANS são um tipo de gorduras insaturadas (naturais ou industriais) associadas ao aumento significativo de doença arterial coronária (OMS/FAO indicam que o seu consumo diário deve ser inferior a 1% da ingestão total de energia, o que equivale ao consumo de 2 gramas de gorduras TRANS por dia para uma pessoa que requeira uma dieta de 2.000 calorias/dia).
As gorduras TRANS são principalmente produzidas industrialmente(podem atingir 60%) através do processo de hidrogenação parcial de óleos e gorduras usadas na indústria. Na natureza são produzidas pelas bactérias do intestino dos ruminantes e podem se encontrar em pequena quantidade na carne e nos produtos lácteos dos bovinos, ovinos e caprinos.

Com base na evidência publicada e face à crescente consciência da opinião pública sobre os efeitos adversos do consumo de gorduras TRANS, aumentou a pressão sobre os fabricantes de alimentos na Europa, levando à reformulação dos seus produtos e à redução voluntária das gorduras TRANS. Como a maioria dos países europeus ainda não limitam o teor de gorduras TRANS nos alimentos, um grande número de produtos que contêm altos níveis gordura TRANS estão ainda disponíveis no mercado europeu. Estima-se que milhões de europeus continuem a consumir gorduras TRANS em níveis que aumentam significativamente o risco cardiovascular, afetando principalmente as populações dos países da Europa Oriental e da região dos Balcãs, onde muitos alimentos populares contêm grande quantidade de gorduras TRANS e e populações específicas como os adolescentes do sexo masculino, os estudantes universitários e as comunidades de baixo rendimento.

De acordo com o estudo " Addressing the Social Determinants of Noncommunicable Diseases" das Nações Unidas, as populações de baixo rendimento vivem em locais onde a oferta de lojas de fast-food é quatro vezes maior em comparação com áreas mais favorecidas, encontrando-se muitas deles em volta das Escolas das zonas mais desfavorecidas. Esta situação agrava-se face à menor capacidade de poder de compra destas populações, uma vez que ficam impedidas de comprar legumes e frutas frescas por terem preços mais elevados e por disporem de deficientes condições de habitação. Com baixos rendimentos, os problemas de funcionamento das suas habitações multiplicam-se, dificultando as capacidades de armazenamento e preparação de refeições saudáveis.

O que faz com que a par da regulação do consumo das gorduras TRANS, tal como realizou a Dinamarca em 2003 "Denmark became the first country to introduce regulatory limits on the trans-fat content of foods sold. The Order imposed a maximum of 2 percent TFA in oils and fats destined for human consumption. Labelling was deemed insuficient to protect consumers, especially children or those regularly consuming fast foods ... A 2013 systematic review on trans-fats regulations worldwide concluded that national bans, such as that of Denmark, “virtually eliminated TFAs from the food supply”. Considerations for actors outside the health sector: Regulation of trans-fat is a simple and efective strategy to combat the components of unhealthy diet by changing the food environment. The strategy in Denmark is efective because it almost completely removes the harmful substance" se desenvolvam medidas de combate às desigualdades sociais.





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