O tabagismo é um dos mais
importantes fatores de risco modificáveis para os resultados em saúde e uma das
principais causas de doença e de morte.
Em Portugal de acordo com os
recentes dados publicados pelo INE, referentes ao Inquérito Nacional de Saúde
de 2014, “o consumo de tabaco situava-se em 20,0% para a população com 15 oumais anos. Destes 16,8% fumavam diariamente. O consumo de tabaco era mais elevado nos homens (27,8%, face a 13,2% das mulheres) ”.
A nível mundial o consumo do
tabaco é uma das maiores ameaças à saúde pública mundial, matando cerca de 6
milhões de pessoas por ano. Mais de 5 milhões dessas mortes são resultado
direto do consumo do tabaco, enquanto mais de 600.000 são o resultado de
exposição passiva ao fumo do tabaco.
Destes quase 80% do bilhão de
fumadores do mundo vivem em países de renda baixa ou média. Nestes países a
carga de doenças e de mortes relacionadas com o tabaco é enorme, provocando
morte prematura entre os fumadores, aumentando os custos em saúde, privando as
suas famílias de rendimentos e prejudicando o desenvolvimento económico.
Como se isto não fosse suficiente,
em muitos países as crianças são utilizadas para trabalhar nas explorações de tabaco, para melhorar os rendimentos familiares, ficando expostas à doença do “tabaco verde” que é causada pela nicotina que é absorvida através da pele a partir do
tratamento das folhas de tabaco e a indústria tabaqueira dirige o seu marketing e publicidade para os grupos populacionais de mais baixos rendimentos, para os sem-abrigo, para os grupos minoritários e para os mais jovens, de que é exemplo
o projeto SCUM (sub-culture urban marketing) da R. J. Reynolds dirigido aos sem-abrigo
e à comunidade LGBT.
Também nos países
industrializados (de renda alta) o consumo do tabaco é um bom exemplo das
disparidades no consumo do tabaco e das desigualdades em saúde. Ao longo dos
últimos anos ficámos a conhecer a distribuição dos consumidores para além da
sua relação com a idade, o sexo, a raça, a etnia, o género ou o estado de saúde
mental. Diversos estudos (aqui) e (aqui) demonstraram uma maior prevalência do consumo do tabaco, entre os grupos de população com menor escolaridade, entre os trabalhadores menos qualificados e com profissões com menor autonomia.
Infelizmente em Portugal
continuamos sem dispor de informação que relacione a prevalência do consumo do
tabaco com a ocupação profissional e o rendimento.
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