quinta-feira, 19 de novembro de 2015

TABACO E DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE - OS FACTOS

O tabagismo é um dos mais importantes fatores de risco modificáveis para os resultados em saúde e uma das principais causas de doença e de morte.


A nível mundial o consumo do tabaco é uma das maiores ameaças à saúde pública mundial, matando cerca de 6 milhões de pessoas por ano. Mais de 5 milhões dessas mortes são resultado direto do consumo do tabaco, enquanto mais de 600.000 são o resultado de exposição passiva ao fumo do tabaco.

Destes quase 80% do bilhão de fumadores do mundo vivem em países de renda baixa ou média. Nestes países a carga de doenças e de mortes relacionadas com o tabaco é enorme, provocando morte prematura entre os fumadores, aumentando os custos em saúde, privando as suas famílias de rendimentos e prejudicando o desenvolvimento económico.

Como se isto não fosse suficiente, em muitos países as crianças são utilizadas para trabalhar nas explorações de tabaco, para melhorar os rendimentos familiares, ficando expostas à doença do “tabaco verde” que é causada pela nicotina que é absorvida através da pele a partir do tratamento das folhas de tabaco e a indústria tabaqueira dirige o seu marketing e publicidade para os grupos populacionais de mais baixos rendimentos, para os sem-abrigo, para os grupos minoritários e para os mais jovens, de que é exemplo o projeto SCUM (sub-culture urban marketing) da R. J. Reynolds dirigido aos sem-abrigo e à comunidade LGBT.



Também nos países industrializados (de renda alta) o consumo do tabaco é um bom exemplo das disparidades no consumo do tabaco e das desigualdades em saúde. Ao longo dos últimos anos ficámos a conhecer a distribuição dos consumidores para além da sua relação com a idade, o sexo, a raça, a etnia, o género ou o estado de saúde mental. Diversos estudos (aqui) e (aqui) demonstraram uma maior prevalência do consumo do tabaco, entre os grupos de população com menor escolaridade, entre os trabalhadores menos qualificados e com profissões com menor autonomia.

Infelizmente em Portugal continuamos sem dispor de informação que relacione a prevalência do consumo do tabaco com a ocupação profissional e o rendimento. 

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