domingo, 18 de outubro de 2015

A POBREZA COMO DETERMINANTE SOCIAL DA SAÚDE

No dia 16 de Outubro o INE divulgou os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento referente ao último ano disponível, 2013, demonstrando que a proporção de pessoas em risco de pobreza em Portugal tem aumentado desde 2009, passando 17.9% em 2009 para 25.9% em 2013, agravando-se de 2012 para 2013.
Inquérito às Condições de Vida e Rendimento - INE

Pela primeira vez em Portugal o INE apresenta alguns dados que relacionam a pobreza e a privação material com a saúde dos cidadãos donde se conclui que “ … o risco de pobreza em 2013 para as pessoas que referiram algum tipo de limitação foi de 21.5% superior à população em geral. Por outro lado verificou-se que as dificuldades financeiras foram a principal razão para a não satisfação dos cuidados de saúde”.
Inquérito às Condições de Vida e Rendimento - INE

Estes resultados confirmam não só o fenómeno largamente estudado de que os pobres têm pior saúde de que os ricos, mas também de que a saúde segue um gradiente social, isto é, que aqueles que estão abaixo de um nível social mais alto têm pior saúde do que aqueles que lhe estão acima, o que significa que com o aumento da pobreza e das desigualdades verificadas nos últimos anos a saúde dos portugueses deteriorar-se-á.

Mas não será só a saúde dos portugueses que piorará, também a sociedade no seu conjunto sofrerá uma vez que as desigualdades sociais provocam danos à coesão social. Tal como Tony Judt afirma no seu livro “ Ill Fare the Land” publicado em português como " Um tratado sobre os nosso actuais descontentamentos" aqueles lugares onde as desigualdades sociais são maiores é a própria natureza da sociedade que está em perigo.

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