A partir de meados dos anos 70, a crise de crescimento da economia mundial e os chamados "choques petrolíferos" abriram espaço e criaram ambiente, para uma profunda transformação nos processos produtivos e para uma profunda alteração no mercado de trabalho. Nas últimas décadas (anos 80) o emprego sofreu uma profunda alteração, com o aparecimento de formas flexíveis de emprego resultantes da transformação das relações entre trabalhadores e empregadores.
Neste novo contexto as prioridades dos empregadores foram: a obtenção de flexibilidade salarial, para suprir as dificuldades na contratação e no despedimento; a criação de um novo quadro legal desfavorável às políticas de protecção de emprego; a criação de uma nova relação de forças desfavorável às forças sindicais desregulando a contratação coletiva; a deslocalização e a fragmentação dos processos produtivos de forma a reduzir os custos do trabalho e a reduzir os direitos dos trabalhadores. Assim o emprego precário pode ser considerado como uma construção multidimensional que abrange dimensões, como a insegurança do emprego, as relações de negociação individualizadas entre trabalhadores e empregadores, baixos salários e direitos limitados na protecção social e no local de trabalho, impotência para exercer os direitos dos trabalhadores.
No trabalho de 2014 "Precarious Employment: Understanding an Emerging Social Determinant of Health", Annu. Rev. Public Health" os autores reveem os conceitos, modelos teóricos e a evidência atual sobre o fenómeno da precariedade laboral, a sua relação com a saúde e a qualidade de vida das pessoas e as suas famílias, assim como a produção de desigualdades em saúde.
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