domingo, 25 de outubro de 2015

GIOVANNI BERLINGUER – MEDICINA SOCIAL - A ÉTICA DE COLOCAR AS PESSOAS EM PRIMEIRO LUGAR


Em Abril de 2015 deixou-nos Giovanni Berlinguer, médico, ativista da saúde pública e da medicina social por formação, político convicto e humanista por natureza.

Nascido em Sassari, Sardanha, Itália, 1924, numa família antifascista, donde se destacam o pai Mário, advogado e jornalista defensor dos direitos humanos, deputado e senador pelo partido socialista e o irmão Enrico, dirigente destacado do Partido Comunista Italiano, foi enquanto estudante de medicina presidente da União Internacional dos Estudantes (1949-1953).

Licenciado em Medicina em 1952, Giovanni Berlinguer inicia uma carreira que o tornará numa personagem de primeiro plano no campo da saúde pública e da medicina social mundial. Assistente de medicina social (1958) e de higiene (1964), Professor de Medicina Social (1969-1974) em Sassari, ingressa na Universidade de Roma como Professor Higiene Ocupacional, tornando-se mais tarde Professor catedrático até à sua aposentação em 1999.



Professor emérito e “honoris causa” das das Universidades de Santo Domingo (1992), de Montreal (1996), de Brasília (1996) e de Roma (2002), foi responsável pelo primeiro Plano de Saúde de Itália (1968). Presidente da Comissão Italiana de Bioética (1999), membro do Conselho Nacional de Saúde de Itália (1994-1996), membro do Comité Internacional de Bioética da UNESCO (2001-2007 ) e da Comissão sobre os Determinantes Sociais da Saúde da Organização Mundial da Saúde (2005-2008).

Homem do seu tempo, político ativo e empenhado foi deputado municipal e provincial, deputado na Câmara dos Deputados (1972-1983) Senador (1983-1992) e ainda deputado ao parlamento europeu. Personagem de primeiro plano no ambiente cultural italiano ( Em 1999 recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Italiana e em 2001 recebeu a Medalha de Ouro da Ordem dos Beneméritos da Cultura e da Arte Italianas) iniciou a sua contribuição intelectual no campo da saúde pública inclinando-se posteriormente para a bioética e para os desafios ambientais.

Publicou mais de 40 livros, traduzidos em várias línguas, 12 das quais em língua portuguesa de onde se destacam: «Questioni di vita. Etica, scienza e salute» (Einaudi, 1991), traduzido para português no Brasil pela Hucitec (1993) «La Merce Finale» com Volnei G. (Baldini, Castoldi Dalai, 1996), traduzido para português no Brasil pela Editora Universidade de Brasília (1996) e em Portugal pela Difel (Mercadoria Final, 1997), e «Bioetica Cotidiana» (Giunti, 2000) traduzido para português no Brasil pela Editora Universidade de Brasília (2004) e dezenas de artigos dos quais destacamos o “Bioethics, health, and inequality” publicado na revista Lancet em 2004. Foi relator da "Declaração Universal sobre Bioética" da UNESCO.
Deixamos-vos o documentário de Ádon Bicalho aluno da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília " Giovanni Berlinguer: um especialista em pulgas" 






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